Ajuste Fiscal e Sustentabilidade da Dívida Pública nos EUA
Se o ajuste fiscal nos Estados Unidos for adiado, a dívida pública da maior economia do mundo pode se tornar "insustentável". Essa é a conclusão de um estudo publicado durante o tradicional simpósio de Jackson Hole, organizado pelo Fed (Federal Reserve, banco central americano) de Kansas City.
Projeções para 2100
Os economistas Adrien Auclert, Hannes Malmberg, Matthew Rognlie e Ludwig Straub estimam que, em 2100, os EUA poderão sustentar uma relação de dívida versus PIB (Produto Interno Bruto) de 250% com as mesmas taxas de juros atuais. Isso representa mais do que o dobro da proporção atual, que é aproximadamente 120%.
No entanto, para alcançar essa meta, os EUA precisam implementar um ajuste fiscal de pelo menos 10% do PIB, conforme afirmam os autores do estudo apresentado em Jackson Hole no último sábado (23).
Risco de Insustentabilidade
Os autores alertam que "quanto mais esse ajuste for adiado, mais a oferta de dívida governamental supera sua demanda, eventualmente tornando a dívida governamental insustentável".
Metodologia do Estudo
Os economistas adotaram uma abordagem de oferta e demanda de ativos para analisar as implicações demográficas na sustentabilidade fiscal. O estudo baseou-se em dados coletados desde 1950 até o presente.
Análise do Envelhecimento Populacional
O envelhecimento da população traz dois efeitos principais: eleva os gastos do governo com saúde e seguridade social, além de aumentar a demanda por dívida governamental. Isso sugere que há espaço para o governo financiar seus gastos adicionais por meio do aumento da dívida.
Expectativas Futuras
Os economistas acreditam que a demanda por ativos continuará a crescer devido ao envelhecimento populacional. Contudo, com os níveis atuais de impostos e benefícios, essa situação pode implicar uma ampliação ainda maior da dívida pública americana, especialmente em razão dos custos crescentes com benefícios sociais.
Conclusão sobre a Sustentabilidade da Dívida
Os autores concluem que tornar a dívida sustentável requer uma consolidação fiscal de pelo menos 10% do PIB, embora seja possível que a dívida alcance 250% do PIB sem a necessidade de elevar as taxas de juros.