Nomeação de Novo CEO
A Americanas (AMER3) anunciou a escolha de Fernando Dias Soares como o novo CEO da companhia, conforme documento enviado ao mercado nesta segunda-feira (25).
Leonardo Coelho, que atualmente ocupa o cargo de presidente, será integrado ao comitê financeiro da empresa. Coelho, ex-sócio da consultoria Alvarez & Marsal, especializada em reestruturação de empresas, assumiu a Americanas em 2023, com a missão de restaurar a normalidade após um rombo contábil de R$ 43 bilhões.
Soares possui formação em administração de empresas, com pós-graduação pela FGVSP e MBA pelo INSEAD, na França. Ele iniciou sua trajetória na Americanas em setembro de 2024. Anteriormente, foi CEO da Domino’s Pizza no Brasil, onde liderou uma reestruturação estratégica.
Experiência na AB InBev
Soares também possui uma sólida carreira como executivo na AB InBev, tendo sido presidente da divisão de bebidas não alcoólicas no Brasil. Ele liderou unidades de negócio em países como Colômbia, Peru e México. É relevante destacar que a Ambev faz parte do mesmo grupo controlador da Americanas, a 3G Capital, de Jorge Paulo Lemann, Marcel Herrmann Telles e Carlos Alberto Sicupira.
Em sua nova posição, Soares dará continuidade ao plano estratégico da Americanas, focando em crescimento, produtividade e rentabilidade, a fim de atender todos os stakeholders, especialmente seus milhões de clientes.
Reestruturação da Americanas
A nomeação de Soares ocorre em um momento de reestruturação da varejista.
Os resultados do segundo trimestre de 2025 indicaram uma redução do prejuízo e um avanço no Ebitda (lucros antes de juros, impostos, depreciação e amortização). Embora analistas ressaltem que a base de comparação é fraca e que as melhorias não refletem uma recuperação completa da empresa, há indícios de que a Americanas está seguindo na direção correta.
Entre os destaques, o volume bruto de mercadorias (GMV, na sigla em inglês) atingiu R$ 5,2 bilhões, apresentando uma alta de 15,6% em relação ao ano anterior, impulsionado principalmente pelo crescimento de 35,7% no GMV físico, que alcançou R$ 4,35 bilhões.
Em entrevista ao Money Times, o ex-CEO mencionou que essa discrepância é normal, considerando as mudanças feitas no modelo de negócios digital.
Desde 2023, após a crise provocada por uma fraude, o foco do CEO e da CFO tem sido a busca por sinergias entre as operações. Coelho afirmou: “Começamos a identificar que aquilo que de fato tem valor para o nosso cliente orbita ao redor da loja física. Seja o sortimento, seja a capilaridade, seja o preço, seja o aspecto promocional.”