Em São Paulo, a abertura do Congresso Aço Brasil 2025 contará com a presença do vice-presidente Geraldo Alckmin, do ministro da Fazenda Fernando Haddad, do presidente da Câmara Hugo Motta e do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos). Haddad também participará de um evento da Fiesp sobre a relação entre Brasil e Estados Unidos.
Na agenda econômica de hoje, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) realiza a segunda reunião ministerial do ano, que deve abordar o posicionamento do governo em relação à regulação das redes sociais e à crise gerada pela tarifa de 50% imposta pelos Estados Unidos sobre produtos brasileiros.
O presidente do Banco Central (BC), Gabriel Galípolo, estará presente em um seminário do Banxico, na Cidade do México. Os números de transações correntes e o Investimento Direto no País (IDP) serão divulgados pela manhã.
O Tesouro realizará leilão de Notas do Tesouro Nacional – Série B (NTN-B), que são títulos públicos com rendimento atrelado à inflação, e de Letra Financeira do Tesouro (LFT), título pós-fixado com rentabilidade atrelada à taxa de juros.
Nos Estados Unidos, serão divulgadas as encomendas de bens duráveis e acontecerá um discurso do presidente do Federal Reserve de Richmond, Tom Barkin, assim como o índice de confiança do consumidor norte-americano.
No mesmo dia, haverá discursos de Pablo Hernández de Cos, diretor-gerente do BIS, e de Catherine Mann, dirigente do Banco da Inglaterra, ambos em uma conferência do Banco do México. Na China, será divulgado o lucro industrial de julho.
Ibovespa hoje: os principais assuntos para acompanhar nesta terça-feira (26)
Trump tenta demitir diretora do Fed, Lisa Cook
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, tentou demitir a diretora do Federal Reserve, Lisa Cook, acusando-a de fraude hipotecária. No entanto, ela recusou a saída, alegando que Trump não possui autoridade para isso. O episódio pode resultar em disputas judiciais e levantar questões sobre a independência do Fed.
Cook foi alvo de Trump após acusação do presidente do conselho da Agência Federal de Financiamento Habitacional dos EUA (FHFA), William Pulte, de que ela teria cometido fraude hipotecária.
Em sua justificativa para a demissão, Trump expressou que não tem “confiança na integridade de Cook”, citando que sua ação considera o artigo 2 da Constituição dos Estados Unidos e o Ato do Federal Reserve de 1913.
Por sua vez, Lisa Cook declarou que não deixará o cargo, afirmando: “O presidente Trump pretendeu me demitir ‘por justa causa’ quando não há causa sob a lei, e ele não tem autoridade para fazê-lo. Não vou renunciar.”
Bolsas globais recuam com tensão entre Trump e Cook
Os mercados globais estão em queda diante das tensões políticas nos EUA e na Europa, acompanhando a possível demissão da diretora Lisa Cook do Fed. Os futuros de Nova York apresentam recuo nesta manhã, enquanto o dólar amplia perdas em relação a outras moedas.
Após a tentativa de demissão de Cook, o mercado está estimando mais de 80% de chance de que o Fed corte os juros em setembro, segundo o CME Group.
Simultaneamente, o euro e as Bolsas europeias também enfrentam quedas, destacando-se Paris, que registra uma queda de quase 2%, após o premiê François Bayrou convocar um voto de confiança para tentar aprovar cortes de gastos.
Trump ainda ameaçou impor novas tarifas a países que restringem empresas de tecnologia dos EUA, afirmando que impostos digitais e regulamentações de mercados digitais visam prejudicar a tecnologia americana.
IPCA-15: como fica a prévia da inflação em agosto?
O IPCA-15 de agosto deve mostrar, conforme a maioria (26 de 29) das instituições consultadas pelo Projeções Broadcast, a primeira queda mensal desde julho de 2023. Este movimento é impactado por fatores pontuais, com ênfase na inclusão do bônus de Itaipu nas contas de energia.
O indicador deverá recuar 0,21% em agosto (mediana), após uma alta de 0,33% em julho. As projeções variam de uma queda de 0,28% a um aumento de 0,29%. Para a inflação em 12 meses, a mediana indica uma desaceleração, passando de 5,30% em julho para 4,88% agora, com estimativas variando entre 4,80% e 5,41%.
O economista Heliezer Jacob, do C6 Bank, prevê uma deflação de 0,17% para o IPCA-15 de agosto, destacando que essa queda é composta por itens específicos, como o bônus de Itaipu em energia elétrica, e não reflete uma melhora qualitativa do índice. O grupo Habitação deverá apresentar uma queda de 1,20% nesta leitura, ante uma alta de 0,98% em julho.
Commodities em baixa: veja o reflexo nos ADRs de Vale e Petrobras
O petróleo opera em baixa, refletindo a cautela global provocada pela tentativa de Trump de demitir Lisa Cook. Segundo o estrategista Dat Tong, da corretora Exness, a demanda na China deve permanecer deprimida devido ao enfraquecimento do consumo, maior eficiência dos combustíveis e o avanço dos veículos elétricos. No entanto, o mercado continua atento a sinais de oferta, considerando o risco de novas sanções dos Estados Unidos à Rússia. Nesta manhã, o barril do WTI para outubro estava em queda de 1,68%, cotado a US$ 63,71, enquanto o Brent para novembro recuava 1,51%, a US$ 67,19.
Entre as commodities de hoje, o minério de ferro fechou em baixa de 0,70%, para o contrato futuro de janeiro de 2026, no mercado futuro de Dalian, na China, cotado a 776,5 yuans, equivalente a US$ 108,50 por tonelada.
Os American Depositary Receipts (ADRs) da Vale (VALE3) apresentaram recuo de 0,20% no pré-mercado de Nova York nesta manhã. Já os ADRs da Petrobras (PETR3; PETR4) registraram queda de 0,33%.
O que esperar do Ibovespa hoje?
A Bolsa pode abrir pressionada, de acordo com a ligeira queda de 0,14% do EWZ, o principal fundo de índice (ETF) brasileiro negociado em Nova York nesta manhã. Esse movimento reflete a cautela internacional e a fraqueza das commodities.
Para o Investimento Direto no País (IDP), a expectativa é de uma entrada líquida de US$ 5,25 bilhões, superior aos US$ 2,81 bilhões registrados em junho. Além disso, a possibilidade de o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, se candidatar à presidência pelo Republicanos em 2026 pode influenciar o humor do mercado.
No que se refere às contas externas, o mercado projeta um déficit de US$ 5,7 bilhões nas transações correntes de julho, pressionado por serviços e renda primária.
Esses dados e outros elementos estarão no radar dos investidores e poderão impactar as negociações na bolsa de valores brasileira, influenciando o índice Ibovespa.