Curva de Juros em Queda
A curva de juros encerrou esta quinta-feira (28/08) com um recuo generalizado, impulsionada pelo otimismo nos mercados locais após o Ibovespa ultrapassar os 142 mil pontos na máxima intradiária. O movimento refletiu tanto a expectativa de cortes de juros futuros no Brasil e nos Estados Unidos quanto o impacto do noticiário político, que aumentou o apetite por risco.
Ponta Curta e Longa
Na ponta curta, o DI futuro janeiro/2026 (BMF:DI1F26) caiu 0,03%, ficando em 14,885%. Na ponta longa, as quedas foram mais acentuadas: o DI futuro janeiro/2035 (BMF:DI1F35) registrou uma queda de 1,16%, atingindo 13,685%, a maior variação negativa do dia. Entre os contratos, o DI futuro janeiro/2027 (BMF:DI1F27) foi o mais negociado, movimentando mais de 428 mil contratos.
Influências do Mercado
O alívio na curva de juros foi ainda mais acentuado pelo bom desempenho da bolsa brasileira, impulsionada por bancos e pelo rali das ações do setor de combustíveis — Ultrapar (BOV:UGPA3), Vibra (BOV:VBBR3) e Raízen (BOV:RAIZ4) — após uma grande operação contra o crime organizado. Analistas também destacaram uma pesquisa eleitoral da Atlas, que indicou o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), à frente do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) na corrida presidencial de 2026, o que foi interpretado como um sinal positivo pelo mercado financeiro.
Fatores Externos
No exterior, os novos recordes das bolsas americanas e a expectativa quase unânime de que o Federal Reserve iniciará um ciclo de afrouxamento monetário já em setembro também contribuíram para a pressão baixista sobre os juros futuros. Além disso, a leitura do IPCA-15 desta semana, apesar de algumas surpresas em preços, ainda reforçou a percepção de que a inflação doméstica não impede uma mudança na política monetária no Brasil a partir de dezembro.