Crise no Governo Francês
A Queda de Francois Bayrou
O Primeiro-Ministro francês, Francois Bayrou, e seu governo minoritário de centro foram destituídos em uma votação de desconfiança na Assembleia Nacional da França, ocorrida na última segunda-feira. A derrota era amplamente esperada, uma vez que Bayrou havia convocado a votação após não conseguir conquistar o apoio de adversários políticos tanto da direita quanto da esquerda para suas propostas orçamentárias de 2026, que tinham como objetivo reduzir o elevado déficit orçamentário do país.
Consequências da Derrota
Com a perda na votação de confiança, o presidente Emmanuel Macron agora enfrenta a tarefa de nomear um novo Primeiro-Ministro, que será o quinto a assumir o cargo em um período inferior a dois anos. Analistas acreditam que Macron deve optar por escolher um novo aliado centrista para liderar um governo minoritário.
Contexto Político e Econômico
A instabilidade política e econômica tem sido uma constante na terceira maior economia da Europa, especialmente após as eleições parlamentares antecipadas do ano passado, que resultaram em um cenário inconclusivo, com partidos tanto da esquerda quanto da direita se alternando em vitórias em sucessivas rondas de votação.
A frustração com a administração de Macron aumentou entre os partidos políticos, que se sentiram ignorados. Como resultado, tanto a direita quanto a esquerda ameaçam derrubar as administrações minoritárias escolhidas pelo presidente, as quais propuseram cortes de gastos e alguns aumentos de impostos como forma de controlar um déficit orçamentário projetado de 5,8% do PIB (Produto Interno Bruto) para 2024.
Propostas Orçamentárias
O governo de Bayrou tinha como meta um corte de cerca de 44 bilhões de euros (aproximadamente 51 bilhões de dólares) no orçamento de 2026, com a intenção de reduzir o déficit para 4,6% do PIB. Mesmo assim, essa proposta ainda ficaria acima das regras da União Europeia, que estabelecem que o déficit orçamentário dos Estados membros não deve ultrapassar 3% do PIB.
Histórico Recente
A queda do governo de Bayrou ocorre menos de um ano após a rápida desintegração da administração de Michel Barnier, que foi destituído em uma votação de desconfiança no mês de dezembro passado. Barnier havia tentado utilizar poderes constitucionais especiais para aprovar um projeto de lei orçamentária da seguridade social na Assembleia Nacional sem a realização de uma votação, o que provocou sua saída do cargo.