Incursão Aérea Russa
Na última quarta-feira, as Forças Armadas da Polônia denunciaram uma “violação sem precedentes”, após um número significativo de drones russos invadirem o espaço aéreo do país. Esses drones foram abatidos pelas autoridades polonesas.
Nas primeiras horas da manhã de quarta-feira, o Exército polonês informou que ativou suas defesas aéreas, incluindo apoio da OTAN, para neutralizar os drones que adentraram seu espaço aéreo, em meio a um amplo ataque russo no oeste da Ucrânia.
Em uma postagem nas redes sociais, o Primeiro-Ministro polonês, Donald Tusk, revelou que estava em constante comunicação com o Secretário-Geral da OTAN, Mark Rutte, assim como com os aliados do país, após a invasão do espaço aéreo polonês por um “número muito grande” de drones russos.
Um porta-voz da OTAN reiterou essas declarações, informando na plataforma X que “numerosos drones adentraram o espaço aéreo polonês durante a noite e foram interceptados pelas defesas aéreas polonesas e da OTAN.”
Este incidente representa a primeira vez que a Polônia utilizou seus ativos de defesa em seu espaço aéreo desde o início da invasão em grande escala da Ucrânia pela Rússia, ocorrida em fevereiro de 2022.
A invasão também acontece em um momento em que a União Europeia intensifica seus esforços para implementar o que seriam as primeiras medidas coordenadas transatlânticas contra o Kremlin desde o retorno do ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ao cargo.
O governo Trump, por sua vez, solicitou à União Europeia que impusesse tarifas de até 100% sobre as importações de petróleo da Rússia feitas por países como China e Índia, buscando limitar uma das principais fontes de receita que financia a máquina de guerra de Putin.
Atacando a Ucrânia
O Ministro das Relações Exteriores da Ucrânia, Andrii Sybiha, afirmou na quarta-feira que os drones russos invadiram o espaço aéreo polonês durante o que descreveu como um ataque “massivo” contra a Ucrânia. Em uma postagem na plataforma X, ele acrescentou que o presidente russo, Vladimir Putin, continua a escalar e expandir seu conflito, “testando o Ocidente.”
O oficial ucraniano fez um apelo aos parceiros internacionais para que “fortaleçam urgentemente” a defesa aérea da Ucrânia e ressaltou que as sanções “devem ser intensificadas sem demora.”
Até o momento, a Rússia ainda não se manifestou sobre o incidente.
No final de 2022, um míssil atingiu o território polonês na vila de Przewodów, localizada próxima à fronteira com a Ucrânia, resultando na morte de duas pessoas. Acredita-se que o projétil tenha sido disparado pelas forças de defesa aérea ucranianas em retaliação a um ataque russo; no entanto, a OTAN afirmou, na época, que a responsabilidade final recaiu sobre as forças russas.
A Resposta da União Europeia
Em um discurso sobre o estado da União na manhã de quarta-feira, a Presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, condenou a “incursão imprudente e sem precedentes” da Rússia no espaço aéreo da Polônia, enfatizando que a Europa “está em total solidariedade” com Varsóvia.
As declarações de von der Leyen resultaram em uma ovação de pé por parte dos legisladores europeus presentes.
“A mensagem de Putin é clara. E nossa resposta também deve ser clara,” afirmou von der Leyen. “Precisamos de mais pressão sobre a Rússia para que ela venha à mesa de negociações. Precisamos de mais sanções. Estamos atualmente trabalhando no 19º pacote em coordenação com nossos parceiros.”
Além disso, von der Leyen indicou que o bloco de 27 países da União Europeia estava avaliando a possibilidade de eliminar os combustíveis fósseis russos de forma acelerada, destacando que o grupo também estava investigando a “frota sombra” da Rússia e a relação com terceiros países, além de buscar meios de oferecer mais apoio à Ucrânia.