Queda nas Ações da MRV&Co
As ações da MRV&Co (MRVE3) apresentaram uma queda significativa na manhã desta terça-feira, 7 de novembro de 2023, chegando a ser uma das maiores desvalorizações na Bolsa de Valores.
Por volta das 11h40, os papéis estavam cotados a R$ 6,46, um recuo de 10% em relação ao início do pregão, onde abriram a R$ 6,86. Essa movimentação ocorre após a empresa divulgar sua prévia operacional referente ao terceiro trimestre de 2023, que mostrou uma queda nas operações.
Resultados Operacionais do 3T25
De acordo com a prévia operacional, os lançamentos da MRV totalizaram R$ 2,35 bilhões entre julho e setembro, o que representa uma diminuição de 9,4% em comparação ao mesmo período de 2022.
As vendas líquidas também caíram, registrando R$ 2,4 bilhões no terceiro trimestre, uma redução de 0,5% em relação ao mesmo intervalo do ano anterior. A velocidade de vendas (VSO) teve uma significativa queda, ficando em 22,6%, o que representa uma diminuição de 9,8 pontos percentuais em relação ao mesmo período do ano anterior.
Análises de Instituições Financeiras
Para o Itaú BBA, os resultados operacionais da MRV foram considerados fracos. No entanto, apesar das vendas terem se mostrado resilientes, a velocidade consolidada permanece sólida. A instituição reconhece que o fluxo de caixa da MRV ainda não melhorou, ocorrendo a queima de caixa em todos os segmentos de negócios.
Esse desempenho foi impactado por fatores pontuais, como os atrasos nas transferências, que foram ocasionados pela interrupção dos subsídios regionais.
Os lançamentos da companhia não apresentaram crescimento significativo, ficando abaixo das projeções feitas pelo Itaú BBA. A MRV lançou 8.752 unidades em suas plataformas (MCMV, Sensia e Urba), totalizando R$ 2,43 bilhões no terceiro trimestre, o que corresponde a 28% abaixo das expectativas da instituição.
O Itaú BBA manteve sua recomendação de "market perform", que indica desempenho em linha com o mercado para as ações da MRV. Isso se deve ao perfil risco-retorno considerado pouco atraente no momento.
Projeções do BTG Pactual
O BTG Pactual, por outro lado, afirma que a recuperação da construtora está mais lenta do que o previamente esperado, o que pode complicar o caminho para a expansão de múltiplos da empresa. O banco destacou que a MRV reportou números operacionais insatisfatórios, com vendas e consumo de caixa aquém do que fora previsto nos processos da empresa, tanto no Brasil quanto nos Estados Unidos.
Os resultados do terceiro trimestre também ficaram abaixo das expectativas do BTG Pactual, que ressaltou a necessidade de que a maior parte da geração de caixa seja realizada no quarto trimestre de 2023 para que a MRV consiga cumprir seu guidance anual.
Apesar dos resultados abaixo do esperado, o BTG Pactual mantém sua recomendação de compra das ações da construtora. O banco enfatizou que as ações estão sendo negociadas com um deságio de 0,8 vezes o preço sobre o valor patrimonial (P/VP) e 5 vezes o preço sobre lucro (P/L) para 2026.
Há uma perspectiva de que as ações da MRV apresentam grande potencial de valorização, especialmente assim que os resultados operacionais comecem a se normalizar.
Fonte: www.moneytimes.com.br