Atração de Investimentos em Terras Raras no Brasil
Mineradoras que buscam atender à crescente demanda por terras raras estão competindo por uma parcela de quase US$ 1 bilhão em financiamento brasileiro, com o objetivo de transformar seus projetos em realidade em um país que possui as maiores reservas de terras raras, logo após a China.
Acesso Restrito às Terras Raras na China
Situação Atual
Segundo a Câmara Europeia de Comércio na China, as empresas estrangeiras ainda enfrentam dificuldades para acessar as terras raras, que são críticas para uma ampla variedade de produtos, desde automóveis até semiconductores. Em 2024, a China controlou mais de 69% da produção de minas de terras raras e acumulou quase metade das reservas mundiais, conforme informações do Serviço Geológico dos Estados Unidos.
Impactos para as Empresas
Um dos membros da ECCC relatou ter perdido "milhões de euros" devido a essa situação. No entanto, a organização não revelou o nome da empresa afetada e destacou que outros membros ainda não têm clareza sobre um processo consistente para acessar esses minerais. A possibilidade de obter licenças de exportação únicas foi introduzida após uma trégua no comércio com os Estados Unidos em meados de maio.
Declaração da Volkswagen
Um porta-voz da montadora alemã Volkswagen afirmou que a "fornecimento de peças contendo terras raras é estável, e não estamos enfrentando escassez. Nossos fornecedores estão constantemente trabalhando com seus subcontratados para obter as licenças de exportação necessárias." Entretanto, a ECCC observou que, após um aumento nas aprovações em junho e julho, os membros relataram desafios crescentes para obter as referidas licenças. Além disso, as licenças atuais não garantem um acesso contínuo às terras raras, aumentando a incerteza para as empresas.
Importações da União Europeia
De acordo com a iniciativa europeia, quase metade das importações de terras raras da União Europeia vieram da China no ano passado, sendo seguida por Rússia e Malásia.
Desafios para Negócios Internacionais
As crescentes restrições ao acesso às terras raras representam mais um desafio para as empresas internacionais que estão imersas em tensões comerciais envolvendo a China. Desde a pandemia de Covid-19, a confiança dos empresários estrangeiros na China declinou consideravelmente, quando as restrições impostas pela pandemia interromperam as cadeias de suprimento. A economia doméstica tem se mostrado lenta, sendo prejudicada por uma recessão no setor imobiliário e por uma superprodução em setores industriais.
Baixa Confiança Empresarial
A Câmara de Comércio Americana em Xangai revelou na semana passada que sua pesquisa com membros entre maio e junho indicou que a confiança dos negócios em relação aos próximos cinco anos atingiu um novo patamar de baixa. O estudo também mostrou que quase metade dos entrevistados, a maior proporção já registrada, redirecionou investimentos planejados para a China para outras regiões, principalmente na Sudeste Asiático.
Projeção de Escassez de Terras Raras
Empresas da Europa e dos Estados Unidos alertaram que uma escassez nas terras raras poderá ocorrer no terceiro trimestre do ano, além das interrupções já sentidas na produção no início deste ano.
Reuniões da ECCC e Recomendações
A ECCC anunciou planos para se reunir com formuladores de políticas da União Europeia na próxima semana em Bruxelas, a fim de atualizar informações sobre a situação da indústria. Além disso, a ECCC divulgou na quarta-feira seu relatório anual de posições, que contém várias recomendações para a China enquanto o país se prepara para seu próximo plano quinquenal.
Sugestões de Ação
A câmara solicitou a Pequim que analise maneiras de abordar as causas fundamentais da superprodução e amplie o papel do setor privado em indústrias importantes, como a saúde, onde entidades estatais tendem a ter maior influência na China. O presidente da ECCC, Jens Eskelund, informou à imprensa nesta semana que nas reuniões recentes da câmara com o Ministério do Comércio da China, as conversas se concentraram no acesso às terras raras.
Planejamento Futuro da China
Os principais líderes da China estão agendados para uma reunião em outubro, onde discutirão as metas de desenvolvimento para o período de 2026 a 2030. Pequim define planos semelhantes a cada cinco anos, com a 14ª versão, que foi lançada em 2021, se encerrando no final deste ano, enquanto a 15ª versão terá início no próximo ano.
Importância das Relações Comerciais
As empresas europeias estarão atentas a essa reunião, considerando que a China é o segundo maior parceiro comercial da União Europeia, com um comércio alcançando 732 bilhões de euros em 2024. Olhando para trás em planos anteriores, incluindo "Made in China 2025", Eskelund afirmou que "todas essas questões que estamos enfrentando agora decorrem, em grande parte, de escolhas políticas". Segundo ele, "portanto, esses planos realmente importam… Eles certamente definem a direção."
— Contribuições de Sam Meredith da CNBC foram incorporadas a este relatório.