Mudanças no S&P 500
A reestruturação trimestral do S&P 500 tornou-se um jogo favorito de adivinhação para os traders. Pesquisas recentes de Wall Street sugerem que a próxima rebalança do índice pode incluir uma empresa de inteligência artificial em alta, além de outras ações bem consolidadas.
Substituição de Walgreens
Na segunda-feira, a S&P Dow Jones Indices anunciou que a Interactive Brokers substituirá a Walgreens Boots Alliance, que está prestes a se tornar uma empresa privada, no S&P 500 a partir de quinta-feira. As ações da corretora, a maior do índice S&P 400 Midcap, tiveram um aumento significativo na terça-feira após o anúncio, mas cederam a maior parte dos ganhos pela manhã. Desde o início do ano, as ações da Interactive Brokers acumularam uma valorização de 42%.
Expectativas para a Rebalanceação
Entretanto, as ações das empresas que fazem parte da rebalança do S&P 500, prevista para 5 de setembro, geralmente apresentam uma alta após o evento. De acordo com a Stephens, novas adições ao índice historicamente superam o desempenho em média de 6% a 9% no dia seguinte ao anúncio. Como exemplo, as ações da Block subiram cerca de 7% em 21 de julho após a S&P Global anunciar que a fintech migraria para o S&P 500, substituindo a Hess.
A analista da Stephens, Melissa Roberts, prevê que a terceira reestruturação trimestral do S&P 500 deste ano será mais significativa do que a anterior. O terceiro trimestre tem historicamente apresentado o maior índice médio de 5 anos de rotatividade para os índices do S&P 500, com uma rotatividade média de 1,2%, segundo nota recente aos clientes.
Possibilidade de Alterações Discricionárias
Roberts comentou que "existe a possibilidade de que o comitê do índice não faça alterações de membresia discricionárias, como ocorreu no último trimestre". No entanto, ela ressaltou que a reestruturação do terceiro trimestre é geralmente a maior do ano, pois inclui mudanças anuais no fator de flutuação de constituintes. Portanto, a S&P tem historicamente aproveitado a oportunidade de liquidez para realizar mais alterações discricionárias do que em outros trimestres.
Situação no Último Trimestre
A S&P Global não efetuou mudanças no S&P 500 durante a reestruturação de junho, o que foi a primeira vez que não houve alteração de componentes no índice desde 22 de março. Essa decisão pesou sobre as ações de empresas que os investidores especulavam que seriam incluídas. A Robinhood, por exemplo, teve uma alta durante seis sessões consecutivas entre 30 de maio e 6 de junho antes de registrar uma queda na sessão de negociação seguinte à reestruturação.
Ações Potencialmente Elegíveis
Nesta rebalança, a Stephens identificou a Strategy, uma empresa de tesouraria em bitcoin anteriormente conhecida como MicroStrategy; a CRH, uma fabricante de produtos de construção; e a Astera Labs como três ações recentemente elegíveis para ingressar no S&P 500. A Strategy é notavelmente uma ação de alto beta em relação ao preço do bitcoin, o que a torna uma escolha controversa, já que geralmente se movimenta em sintonia com o preço da criptomoeda. As ações da empresa aumentaram 19% este ano.
Roberts ressaltou que "MSTR e CRH atendem aos critérios de viabilidade financeira, com lucro líquido positivo segundo os princípios contábeis geralmente aceitos (GAAP)". Curiosamente, duas adições recentes ao S&P 400 (Talen Energy) e ao S&P 600 (Twilio) também atenderam a esse critério e foram incluídas. A especulação sobre a inclusão da Strategy no índice surgiu após a inclusão da empresa de criptomoedas Coinbase e da Block no S&P 500 no início deste ano, marcos que refletem o crescente apetite do mercado por criptoativos. A Astera Labs, que vende chips de conectividade para centros de dados voltados para empresas de inteligência artificial, como Nvidia e AMD, viu suas ações crescerem mais de 35% desde sua estreia pública no Nasdaq em março.