Abrafarma Reitera Posicionamento Contra Venda de Medicamentos em Marketplaces
A Associação Brasileira de Farmácias e Drogarias (Abrafarma) reafirmou sua oposição à comercialização de medicamentos por meio de plataformas de marketplace em uma nota divulgada na última sexta-feira (10).
Demanda por Regulação e Fiscalização
A associação considera que os marketplaces necessitam de regulamentação e fiscalização mais rigorosas para garantir um comércio seguro de produtos essenciais à saúde pública. Essa declaração surgiu após o Mercado Livre (MELI34) contestar acusações feitas pela Abrafarma ao Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) na quinta-feira (9). A polêmica envolve a estratégia da empresa de e-commerce para entrar no setor farmacêutico, um segmento em que a companhia ainda não atua no Brasil, que é seu maior mercado mundial.
Aprovação do Cade e Questões Levantadas
O Cade aprovou, sem restrições, a aquisição do Cuidamos Farma, localizada na zona sul de São Paulo, pelo Mercado Livre. No entanto, a Abrafarma argumentou no órgão de defesa da concorrência que a empresa não apresentou todas as informações pertinentes à transação e às parcerias futuras, o que, segundo a associação, poderia constituir um “incidente de enganosidade”.
Em uma nota à imprensa, assinada pelo presidente da Abrafarma, Sergio Mena Barreto, a entidade destacou partes do dossiê apresentado ao Cade.
Sobreposição no Mercado e Integração Vertical
A associação defende que a operação não deve criar sobreposição horizontal no varejo farmacêutico. Além disso, afirma que não pode haver integração vertical entre o mercado de varejo farmacêutico (upstream) e o mercado de varejo multiprodutos via plataformas online (downstream), por exigir autorizações regulatórias específicas.
A Abrafarma também enfatizou que a operação não deve resultar em fechamento do mercado de varejo farmacêutico. Segundo a análise, as atividades do Grupo Mercado Livre ficariam restritas a “reduzido faturamento e volume de vendas da Target,” que é o nome-fantasia da Cuidamos Farma. A associação afirma ainda que deve ser evitada qualquer parceria entre a plataforma de prescrição médica digital da Memed e a plataforma de varejo multiprodutos do Grupo Mercado Livre, por não existir relação comercial estabelecida entre as empresas.
Potencial para Venda Online de Medicamentos
A Abrafarma alertou, com base em uma análise do processo que o Mercado Livre tem seguido para entrar no comércio de medicamentos, que a plataforma estaria em posição de vender medicamentos pela internet. Isso se daria pela aquisição do que lhe faltava para operar diretamente nesse mercado, que inclui a obtenção de autorização sanitária e a presença de um farmacêutico responsável, representados pelo CNPJ da Cuidamos Farma.
A nota menciona ainda que “a aquisição da Target pode, inclusive, aproximar no futuro as atividades do Mercado Livre na venda online de medicamentos com as operações da ex-controladora da farmácia – a Memed, que é a maior plataforma para a emissão de prescrições médicas digitais, recomendando diretamente aos usuários farmácias para compras remotas,” conclui a Abrafarma.
Fonte: www.moneytimes.com.br