O setor imobiliário brasileiro apresenta um forte dinamismo em 2025, com os lançamentos de novos imóveis mostrando um crescimento significativo de 11,4% entre os meses de abril e junho, quando comparado ao mesmo período do ano anterior.
No acumulado do ano até o momento, a expansão do setor é ainda mais impressionante, com um aumento de 31,9%, conforme os dados fornecidos pela Abrainc (Associação Brasileira de Incorporadoras Imobiliárias).
O presidente da Abrainc, Luiz França, em entrevista ao veículo CNN Money, ressaltou que o programa Minha Casa, Minha Vida tem sido o principal motor desse crescimento, tendo registrado um aumento de 15% no primeiro semestre de 2025. Entretanto, é importante destacar que o segmento de imóveis de médio e alto padrão apresentou uma retração de 17% em termos de valor durante o mesmo período.
Financiamento e Déficit Habitacional
O desempenho favorável do programa Minha Casa, Minha Vida está vinculado ao seu modelo de financiamento, que utiliza recursos oriundos do FGTS (Fundo de Garantia por Tempo de Serviço) e opera com taxas desvinculadas das condições do mercado. Esse modelo protege os compradores da alta da taxa Selic, contribuindo para uma maior acessibilidade à moradia.
Além disso, o Brasil confronta um déficit habitacional estimado em 6 milhões de moradias, com uma maior concentração desse déficit nas faixas de baixa renda. Essa questão é fundamental para entender a demanda no setor imobiliário e os desafios que ainda precisam ser enfrentados.
Mercado de Alto Padrão e Cenário de Juros
O segmento de médio e alto padrão, por outro lado, está enfrentando dificuldades em decorrência das altas taxas de juros vinculadas à Selic. Esse cenário financeiro adverso limita o potencial de compra deste público e desacelera o crescimento deste segmento específico do mercado imobiliário.
Apesar desses desafios, o setor de alto padrão mantém um estoque relativamente baixo, estimado em 13 meses, o que pode indicar uma saúde financeira das incorporadoras. Essa condição proporciona um potencial de recuperação mais acelerada caso haja uma melhoria nas condições econômicas do país.
Adicionalmente, o aumento expressivo nos valores dos aluguéis nos últimos cinco anos, que registraram uma elevação de 66%, enquanto a inflação foi de 33%, tem incentivado muitos a buscarem a aquisição de imóveis próprios.
Uma pesquisa realizada pela Abrainc em conjunto com a Brain revelou que 30% dos entrevistados consideram o alto custo do aluguel como uma das principais motivações para a compra de um imóvel. Esse dado indica uma demanda crescente pelo mercado imobiliário, especialmente entre aqueles que buscam estabilizar sua situação financeira através da aquisição de bens duráveis.
Em resumo, o setor imobiliário brasileiro vive um momento de crescimento impulsionado, principalmente, por programas voltados à habitação popular, embora enfrente desafios significativos no segmento de imóveis de médio e alto padrão, cuja recuperação depende de fatores econômicos mais amplos.
Fonte: www.cnnbrasil.com.br