Desempenho das Ações da Vale
As ações da Vale (VALE3) apresentaram um aumento de 0,55% na última quinta-feira, dia 25, alcançando o maior preço de fechamento registrado em 2025, que foi de R$ 58,21. Este movimento acompanhou a alta dos contratos futuros de minério de ferro na Bolsa de Dalian, que subiram 0,25%, atingindo 805,5 iuanes (equivalente a US$ 113,04) por tonelada.
A valorização da commodity foi impulsionada pelo reabastecimento de estoques ante ao feriado do Dia Nacional da China. O mercado também acompanha de perto a disputa contratual entre a estatal chinesa China Mineral Resources Group e a mineradora BHP.
Esse cenário de alta ocorre em um contexto em que os analistas demonstram um otimismo crescente em relação à mineradora brasileira. Eles mencionam a disciplina operacional, a redução de custos, os cortes nos investimentos de capital (capex) e a expectativa de uma forte geração de caixa. No entanto, a recomendação de compra para as ações da empresa não é unânime, principalmente devido ao preço atual dos papéis.
Cenário Favorável para a Vale
Anteriormente, o BB Investimentos informou que elevou a estimativa de preço para a Vale para R$ 68,00 no final de 2026, em comparação aos R$ 65,00 previamente estabelecidos. Além disso, a instituição manteve sua recomendação de compra, incorporando ao modelo os resultados obtidos no primeiro semestre de 2025, as estimativas mais recentes da companhia, bem como as premissas setoriais e macroeconômicas em vigor.
De acordo com o banco, a disciplina operacional e a redução dos investimentos em capital, juntamente com um cenário mais promissor para o minério de ferro no segundo semestre, contribuem para fortalecer a atratividade da tese de investimento em relação à Vale, tanto no médio quanto no longo prazo.
O relatório assinado por Mary Silva declarou que a Vale mostrou um avanço operacional significativo no primeiro semestre, sustentado por um sólido ritmo de produção e pela diminuição dos custos em todos os seus produtos. Esse desempenho garantiu a manutenção das margens, mesmo com a média de preços mais baixos.
Expectativas do Itaú BBA
Recentemente, o Itaú BBA reafirmou sua recomendação de desempenho acima da média (outperform) para as ações da Vale e destacou a expectativa de que a companhia continue a apresentar uma robusta geração de caixa. Essa performance financeira sólida abre espaço para o pagamento de dividendos e recompras adicionais de ações já em 2025.
O banco manteve um preço-alvo de US$ 13 por American Depositary Receipt (ADR) — o que equivale a R$ 70 por ação — ajustando a previsão de final de 2025 para o final de 2026.
Segundo os analistas do Itaú BBA, a Vale deverá encerrar o ano com uma dívida líquida que se expandirá em torno de US$ 16 bilhões, um valor ligeiramente superior ao ponto médio do intervalo estabelecido pela própria empresa, que varia entre US$ 10 a 20 bilhões.
Mesmo assim, caso o preço do minério de ferro mantenha-se em torno de US$ 100 por tonelada, a expectativa é que a Vale mantenha uma situação financeira confortável para recompensar seus acionistas. De acordo com o Itaú BBA, a relação entre oferta e demanda no mercado de minério de ferro deve permanecer relativamente estável nos próximos trimestres, com a demanda se mostrando robusta, especialmente na China e no Sudeste Asiático, além da entrada em operação de novos projetos, como o Simandou.
Por outro lado, o BTG Pactual analisou de maneira recente que, apesar dos avanços, o fluxo de caixa livre previsto para 2026 deve ficar abaixo de 10% de yield, considerado aceitável, mas não suficiente para justificar uma elevação na recomendação para compra das ações.
Fonte: www.moneytimes.com.br