Acha que a alta das ações chegou ao fim? Pode ser que esteja apenas começando.

Acha que a alta das ações chegou ao fim? Pode ser que esteja apenas começando.

by Patrícia Moreira
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Desempenho do Mercado de Ações em 2023

Nova Iorque —

O mercado de ações apresentou um desempenho surpreendente neste ano, superando as expectativas de analistas ao ignorar conflitos geopolíticos, incertezas econômicas e tensões comerciais globais, alcançando máximas históricas. Algumas análises indicam que a tendência de alta pode estar apenas começando.

Fechamento Recorde do Dow Jones

Na última sexta-feira, o Dow Jones fechou acima dos 47.000 pontos pela primeira vez na história, impulsionado por dados de inflação abaixo do esperado, que alimentaram as expectativas de cortes nas taxas de juros por parte do Federal Reserve.

Desempenho do S&P 500

O S&P 500 teve uma valorização de 36% em pouco mais de seis meses, impulsionado por resultados corporativos robustos e otimismo em relação a cortes nas taxas de juros pelo Fed. O entusiasmo em torno da inteligência artificial levantou preocupações sobre uma possível bolha, mas também contribuiu para a ascensão do mercado.

Expectativa de Continuidade da Alta

“Na ausência de eventos verdadeiramente surpreendentes e indesejados, o atual ímpeto do mercado de ações provavelmente se manterá até o final do ano”, disse Emily Bowersock Hill, CEO da Bowersock Capital Partners, em um e-mail.

Preocupações Persistentes e Perspectivas Positivas

Embora as ações estejam historicamente caras e as tensões comerciais entre Estados Unidos e China persistam, os analistas afirmam que a perspectiva para o mercado de ações continua positiva.

A conclusão é que os lucros corporativos continuam a impressionar Wall Street, e espera-se que o Fed reduza as taxas de juros, fornecendo suporte para uma possível alta.

Resultados Esperados para o Quarto Trimestre

As empresas devem apresentar resultados sólidos neste trimestre, impulsionadas por um “crescimento acima da tendência” das empresas de IA, investimentos relacionados à IA e um consumidor resiliente, conforme afirmaram os analistas do JPMorgan Chase em uma nota de 21 de outubro.

Até o momento, aproximadamente 86% das empresas do S&P 500 que já reportaram seus lucros do terceiro trimestre superaram as expectativas, de acordo com a FactSet.

O S&P 500 teve um setembro historicamente forte e está a caminho de registrar seu sexto mês consecutivo de ganhos. No entanto, mesmo esse crescimento extraordinário não descarta a possibilidade de ganhos adicionais, afirmaram os investidores.

Medo de Perder o Rally e Expectativas de Corte nas Taxas

O medo de perder a alta, conhecido como FOMO (fear of missing out), também está ajudando a manter os preços das ações elevados, segundo Sam Stovall, estrategista-chefe de investimentos da CFRA Research.

“Com o Fed provavelmente cortando as taxas mais duas vezes este ano e com as colaborações em IA se intensificando, acredito que, neste momento, estamos operando sob a influência do FOMO”, disse Stovall.

“Estamos funcionando à base de adrenalina”, afirmou. “As avaliações ainda são esticadas, mas, pelo menos em um futuro próximo, as coisas continuam parecendo boas.”

Desafios e Riscos no Mercado

No entanto, nem tudo é positivo. Bob Doll, CEO da Crossmark Global Investments, classifica o atual cenário como um “mercado em alta de alto risco.”

O país está mostrando sinais de enfraquecimento no mercado de trabalho nos últimos meses. Embora os gastos do consumidor tenham se mantido estáveis até o momento, Doll expressou preocupação com a possibilidade de uma desaceleração nos gastos, o que impactaria negativamente os lucros corporativos se a fraqueza no mercado de trabalho persistir.

Expectativas em Relação às Grandes Empresas de Tecnologia

Wall Street também estará atenta para saber se as grandes empresas de tecnologia conseguirão continuar a apresentar resultados impressionantes. O grupo conhecido como Magnificent Seven, que inclui algumas das principais ações de tecnologia, é responsável por aproximadamente 41% dos ganhos do S&P 500 neste ano, conforme apontou Howard Silverblatt, analista sênior de índices da S&P Dow Jones Indices.

As empresas Meta (META), Microsoft (MSFT) e Alphabet (GOOG) devem divulgar seus resultados após o fechamento na quarta-feira. Apple (AAPL) e Amazon (AMZN) têm previsão de anunciar seus lucros na quinta-feira. A Nvidia (NVDA), destaque da inteligência artificial, programou a divulgação de seus resultados para o dia 19 de novembro.

A Tesla (TSLA) já reportou seus lucros em 22 de outubro, que ficaram abaixo das estimativas dos analistas, resultando em uma queda de cerca de 1% nas ações desde o anúncio.

Considerações sobre o Mercado de Ações

“Embora o cenário otimista seja potencialmente significativo, não estamos convencidos de que a maré crescente será suficiente para beneficiar a todos em termos de surpresas positivas nos lucros”, afirmou Lisa Shalett, CIO da Morgan Stanley Wealth Management, em uma nota enviada.

Resiliência do Mercado e Desafios Futuros

O mercado de ações mostrou-se mais resiliente neste ano do que muitos em Wall Street previam.

A campanha tarifária do presidente Donald Trump gerou preocupações sobre uma desaceleração no crescimento econômico e uma inflação ressurgente, mas os investidores têm procurado desviar o foco dessas preocupações e se concentrar nos lucros corporativos.

Por sua vez, os dados de inflação até agora têm sido mais brandos do que o esperado. Apesar de a economia estar apresentando sinais de estresse, como inadimplência de alguns tomadores em pagamentos de veículos, o mercado acionário continuou sua trajetória ascendente.

“O próximo ano trará novos desafios, mas não aconselharíamos a entrar no caminho da tendência de alta entre agora e o final do ano”, disse Chris Zaccarelli, CIO da Northlight Asset Management, em um e-mail.

Neste mês, o Dow perdeu 900 pontos em 10 de outubro depois que o presidente Donald Trump ameaçou novas tarifas sobre a China, mas recuperou essas perdas e fechou em uma máxima histórica duas semanas depois.

Trump e o líder chinês Xi Jinping devem se encontrar esta semana na cúpula de Cooperação Econômica Ásia-Pacífico na Coreia do Sul. As tensões aumentaram desde que Pequim, em 9 de outubro, anunciou novos controles de exportação sobre terras raras, e Trump no dia seguinte ameaçou novas tarifas de 100%, com previsão de entrada em vigor em 1º de novembro.

Se houver uma nova escalada nas tensões comerciais entre Estados Unidos e China, isso pode representar uma nova oportunidade para comprar na baixa, segundo Keith Lerner, estrategista-chefe de mercado da Truist.

“Se algo de repente se tornar mais tenso, e ambos os lados se firmarem nas suas posições, isso é um risco de curto prazo”, disse Lerner, “estaríamos inclinados a assumir esse risco se isso ocorresse.”

Fonte: www.cnn.com

As informações apresentadas neste artigo têm caráter educativo e informativo. Não constituem recomendação de compra, venda ou manutenção de ativos financeiros. O mercado de capitais envolve riscos e cada investidor deve avaliar cuidadosamente seus objetivos, perfil e tolerância ao risco antes de tomar decisões. Sempre consulte profissionais qualificados antes de realizar qualquer investimento.

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