Analistas reduzem a meta de preços em até R$ 13 e não acreditam na capacidade de recuperação da 'fábrica de bilionários'.

Analistas reduzem a meta de preços em até R$ 13 e não acreditam na capacidade de recuperação da ‘fábrica de bilionários’.

by Ricardo Almeida
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Desempenho da WEG e Perspectivas Futuras

A WEG (código das ações: WEGE3) é considerada uma das companhias mais apreciadas e reconhecidas no mercado financeiro. Isso pode ser atribuído ao aumento notável de suas ações, que valorizaram 22.000% desde o início do século. Como resultado dessa valorização, 29 dos controladores da empresa foram incluídos na lista de bilionários da Forbes, consolidando a reputação da WEG como uma "fábrica de bilionários".

Cenário Atual

Embora a empresa catarinense tenha conquistado o respeito dos acionistas ao longo dos anos, a situação atual apresenta um panorama diferente. Apesar do Ibovespa ter registrado mais de 20% de alta no ano, atingindo novos patamares, a WEG não seguiu essa tendência. Na verdade, suas ações acumulam uma queda de 32% em 2025, gerando questionamentos sobre se essa redução representa uma oportunidade de investimento em uma empresa considerada robusta.

Avaliações dos Analistas

Recentemente, diversas instituições financeiras revisaram suas recomendações em relação às ações da WEG. O Bradesco BBI diminuiu sua estimativa de preço-alvo de R$ 50 para R$ 44, mantendo a recomendação neutra. Da mesma forma, o Citi foi mais severo ao reduzir o preço-alvo de R$ 53 para R$ 40 e alterar sua recomendação de compra para neutra. O Itaú BBA também fez ajustes negativos nas expectativas para a companhia.

Os analistas concordam que, embora os múltiplos da ação possam indicar uma aparente valorização, os riscos enfrentados pela WEG não justificam a entrada imediata no papel. Segundo o Bradesco BBI, há um potencial de valorização considerando o fluxo de caixa descontado (DCF), mas a expectativa é de que as ações permaneçam sem impulso no curto prazo, já que os resultados trimestrais a seguir provavelmente serão insatisfatórios.

As análises indicam que o índice de preço sobre lucro (P/L) da WEG está em 24 vezes para 2025 e 23 vezes para 2026, o que representa um desconto de 10% em comparação aos concorrentes globais. Contudo, a companhia apresenta um crescimento de receita que está abaixo da maioria de suas concorrentes, que estão negociadas a múltiplos ainda mais elevados.

Desafios no Curto Prazo

O Citi observa que as dificuldades de curto prazo aumentaram para a WEG, especialmente no segmento de motores elétricos de ciclo curto. Apesar de a empresa possuir poder de precificação em mercados estratégicos, como a rede elétrica dos Estados Unidos e datacenters, esse ciclo é afetado por tarifas elevadas de 50% sobre importações de alumínio e aço nos EUA, além de uma demanda global enfraquecida.

Conforme as análises, há perspectivas de um segundo semestre mais fraco para a WEG em termos de crescimento de receita, com uma prevista diminuição de 1% ao longo do ano. Estima-se que o crescimento da companhia só retorne aos dígitos positivos no terceiro trimestre de 2026.

O Itaú BBA também aponta para uma série de desafios macroeconômicos que afetam negativamente a companhia, incluindo:

  • Baixo momentum operacional.
  • Impacto das tarifas de importação.
  • O efeito da base de comparação, considerando que no ano anterior, o dólar estava em R$ 5,85 e atualmente gira em torno de R$ 5,30.

No que se refere à taxa de câmbio, o BBA prevê uma média de R$ 5,54 no terceiro trimestre de 2024 e R$ 5,84 no quarto trimestre de 2024, com expectativa de queda para R$ 5,45 no terceiro trimestre de 2025. Essa variação representará um obstáculo de 2% a 7% na receita em comparação ao ano anterior.

Efeitos das Tarifas

As tarifas impostas pelo governo dos Estados Unidos também influenciam negativamente os resultados da empresa. O Itaú BBA indica que a WEG terá que suportar uma parte do aumento tarifário enquanto transfere parte da produção da China para o México, um movimento que gera custos adicionais.

As projeções do banco para a companhia incluem:

  • Uma queda de 50 pontos-base no Ebitda do terceiro trimestre de 2025, resultando em uma rentabilidade de 21,6%.
  • Redução de 70 pontos-base durante o ano fiscal, sendo que 30% desse impacto é previsto já no terceiro trimestre.

Evento do Investidor da WEG

Em meio a um cenário de revisões negativas, a WEG programou para o dia 3 de outubro seu Investor Day. O Itaú BBA acredita que o evento será significativo e reafirmará a imagem de uma gestão de qualidade, além de destacar oportunidades de longo prazo que a companhia pode explorar.

Entretanto, o banco não espera que os investidores saiam mais otimistas no curto prazo, acreditando que, ao contrário da expectativa, a percepção sobre a companhia poderá ser mais negativa neste momento. O Bradesco BBI também não antecipa que a administração da WEG apresente orientações formais ou indícios de um desempenho imediato robusto.

A expectativa é que a gestão da WEG se concentre em expressar otimismo em relação às oportunidades de longo prazo e em explicar as estratégias adotadas para capturá-las.

Fonte: www.moneytimes.com.br

As informações apresentadas neste artigo têm caráter educativo e informativo. Não constituem recomendação de compra, venda ou manutenção de ativos financeiros. O mercado de capitais envolve riscos e cada investidor deve avaliar cuidadosamente seus objetivos, perfil e tolerância ao risco antes de tomar decisões. Sempre consulte profissionais qualificados antes de realizar qualquer investimento.

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