Obituário de Diane Keaton
Diane Keaton, a renomada atriz norte-americana, faleceu aos 79 anos, conforme anunciado pela revista People no último sábado (11), citando um porta-voz da família. Keaton foi reconhecida por sua icônica atuação como a namorada excêntrica e insegura de Woody Allen na comédia romântica "Noivo Neurótico, Noiva Nervosa", lançada em 1977.
Carreira Cinematográfica
Com uma carreira que abrange mais de 60 filmes, Diane Keaton destacou-se em Hollywood por sua singularidade, que incluía um estilo andrógino, a preferência por suéteres de gola alta e seus chapéus característicos. Entre suas mais notáveis contribuições ao cinema estão também os filmes "O Poderoso Chefão", "O Clube das Desquitadas" e diversas produções ao lado de Woody Allen.
Diana foi indicada ao Oscar de melhor atriz por seus desempenhos em "Reds", onde interpretou a jornalista Louise Bryant, e por seu papel como a tia de Leonardo DiCaprio em "As Filhas de Marvin", além de sua atuação ao lado de Jack Nicholson em "Alguém Tem que Ceder", de 2003. No entanto, foi o filme "Noivo Neurótico, Noiva Nervosa" que a consagrou como uma atriz de renome.
Em uma entrevista à CBS News em 2004, Keaton descreveu seu papel em "Noivo Neurótico, Noiva Nervosa" como “uma versão idealizada de mim, digamos assim”. Sua dramática atuação como professora durante o dia e frequentadora de bares à noite em "À Procura de Mr. Goodbar" a levou à capa da revista "Time" em setembro de 1977. Na mesma época, a revista Rolling Stone a comparou a uma das grandes atrizes de Hollywood, dizendo que ela era “a próxima (Katherine) Hepburn”.
Quarenta anos depois, Woody Allen homenageou Keaton ao conferir a ela o prêmio American Film Institute Life Achievement Award, celebrando seu legado no cinema. Allen comentou: “No momento em que a conheci, ela foi uma grande inspiração para mim. Muito do que realizei em minha vida, com certeza, devo a ela. Ela é realmente incrível.”
Vida Pessoal e Interesses Diversos
Além de seu talento como atriz, Diane Keaton se destacou como diretora, escritora, produtora e fotógrafa. Ela também tinha um interesse especial pela restauração de mansões na Califórnia. Sua vida foi explorada em dois livros de memórias: "Agora e Sempre" (2011), onde falou sobre sua batalha contra a bulimia na juventude, e "Let’s Just Say It Wasn’t Pretty" (2014).
Keaton também se destacou por seus relacionamentos com grandes nomes do cinema, como Woody Allen, Warren Beatty e Al Pacino. Em uma entrevista ao The Telegraph, ela discutiu sobre a dinâmica desses relacionamentos, mencionando: “Cada homem teve uma década diferente. Woody teve meus 20, Warren teve meus 30 e Al estava no limite: final dos 30 e início dos 40.”
Início da Carreira
Diane Hall, seu nome de nascimento, nasceu em Los Angeles no dia 5 de janeiro de 1946. Sendo a mais velha de quatro filhos, adotou o sobrenome de solteira da mãe para evitar confusão com outra atriz que já utilizava o mesmo. A família mudou-se para o subúrbio de Santa Ana durante sua infância.
Após uma breve passagem pela faculdade na Califórnia, Keaton decidiu se mudar para Nova York a fim de estudar na Neighborhood Playhouse. Em 1968, conseguiu um papel no musical de rock "Hair", que fez muito sucesso na Broadway. A atriz, que era tímida e tinha um histórico de terapia, recusou-se a aparecer nua na peça.
O ponto de virada em sua carreira ocorreu durante uma audição para a peça "Play It Again, Sam", de Woody Allen. Sobre essa experiência, afirmou em uma entrevista à Vanity Fair em 2011: “Nada teria acontecido sem Woody Allen. Se eu não tivesse sido escalada para aquela peça…”
O papel em "Play It Again, Sam" não apenas deu início ao seu romance com Allen, mas também a uma amizade profunda e uma parceria lucrativa que resultou em vários filmes aclamados, incluindo "O Dorminhoco", "A Última Noite de Boris Grushenko" e "Manhattan".
Apesar das controvérsias que surgiram na vida de Allen posteriormente, Keaton continuou a defendê-lo, afirmando: “Eu ainda o amo — há algumas pessoas que permanecem em sua vida e isso importa e elas estão lá por muito tempo.”
Evolução Profissional
Após ganhar notoriedade em "As Mil Faces do Amor", Francis Ford Coppola a escalou como Kay Adams, o amor de Al Pacino em "O Poderoso Chefão", um filme vencedor do Oscar de melhor filme em 1973. Ao longo dos anos, a trajetória de Diane Keaton foi evoluindo, permitindo que ela transitasse de papéis de jovens ingênuas para aqueles que retratam mulheres maduras enfrentando desafios familiares.
A diretora Nancy Meyers é frequentemente creditada por ajudar Keaton a manter uma carreira longa e bem-sucedida. Elas colaboraram em quatro filmes, incluindo "Presente de Grego" (1987) e o remake de "O Pai da Noiva" (1991). Além de suas performances no cinema, ela também foi indicada ao Emmy de atriz principal em 1995 pela produção "A Rainha do Ar". Keaton ainda dirigiu diversos filmes e episódios de televisão ao longo de sua carreira.
Apesar de seus relacionamentos muito publicamente comentados, ela nunca se casou. Em uma entrevista à revista Elle em 2015, refletiu sobre sua vida pessoal: “Acho que eu tinha muito medo de homens e também me sentia muito atraída por pessoas extremamente talentosas e deslumbrantes. … Isso não contribui para um bom casamento com uma pessoa como eu, alguém que simplesmente não se adaptou bem.”
Após a adoção de duas crianças, Dexter e Duke, já na casa dos 50 anos, Keaton revelou que encontrou um propósito significativo em sua vida que antes não havia experimentado: “Eu estava muito envolvida comigo mesma desde sempre. E isso muda toda a paisagem de sua vida. Todo o seu ponto de vista de uma forma positiva.”
Fonte: www.moneytimes.com.br
