BC deve 'esperar um tempo' para oferecer diretrizes futuras sobre reduções da Selic, afirma Mario Mesquita, do Itaú.

BC deve ‘esperar um tempo’ para oferecer diretrizes futuras sobre reduções da Selic, afirma Mario Mesquita, do Itaú.

by Ricardo Almeida
0 comentários

Banco Central e Política Monetária

O Banco Central (BC) deve aguardar um “longo período” para sinalizar qualquer orientação futura referente ao ritmo e ao momento de flexibilização monetária. Essa afirmação foi feita pelo economista-chefe do Itaú, Mário Mesquita.

Expectativas para a Reunião do Copom

A expectativa, tanto por parte do banco quanto do mercado, é de que o Comitê de Política Monetária (Copom) mantenha a taxa Selic em 15% ao ano na reunião marcada para setembro, que ocorrerá nesta terça-feira (16) e quarta-feira (17). Durante esse encontro, será anunciada a decisão sobre a taxa de juros.

Segundo Mesquita, a escolha pela estabilidade dos juros é resultado de uma combinação entre a cautela em um cenário externo ainda incerto e a percepção de que os efeitos defasados da política monetária ainda estão em ação.

Fatores que Influenciam a Decisão

Apesar de alguns avanços, como a recente valorização do real em um contexto de dólar mais fraco e a expectativa de cortes de juros nos Estados Unidos, ainda existem fatores que pesam sobre a decisão do BC. Entre esses fatores estão a deterioração das contas externas e a inflação que permanece acima da meta quando ajustada pela sazonalidade.

O Itaú ressalta que as expectativas de inflação, conforme medidas pelo Boletim Focus e refletidas nos ativos financeiros, apresentaram uma leve queda, mas ainda estão distantes da meta estabelecida.

Sinais da Economia

No que se refere à atividade econômica, os sinais permanecem mistos. Enquanto o mercado de trabalho se mostra resiliente, os dados do Produto Interno Bruto (PIB) referentes ao segundo trimestre e pesquisas setoriais reforçam a percepção de uma desaceleração gradual da demanda interna.

Para Mesquita, o Banco Central parece estar adquirindo confiança de que a economia avança em consonância com suas projeções, o que diminui a necessidade de alterações na taxa de juros no curto prazo. Nesse contexto, o Itaú mantém sua estimativa de que o início do ciclo de cortes na Selic deve ocorrer apenas no primeiro trimestre de 2026.

Riscos de Redução Antecipada

Ainda que a previsão de cortes esteja mantida, o economista reconhece que os riscos de uma redução antecipada aumentaram. Uma valorização mais acentuada do câmbio ou uma desaceleração mais significativa nas atividades econômicas podem levar o Copom a iniciar o processo de corte ainda em 2025.

Por outro lado, caso a autarquia revise suas estimativas referente ao hiato do produto, indicando uma economia em aquecimento superior ao esperado, a flexibilização da taxa de juros poderia ser postergada.

As informações apresentadas neste artigo têm caráter educativo e informativo. Não constituem recomendação de compra, venda ou manutenção de ativos financeiros. O mercado de capitais envolve riscos e cada investidor deve avaliar cuidadosamente seus objetivos, perfil e tolerância ao risco antes de tomar decisões. Sempre consulte profissionais qualificados antes de realizar qualquer investimento.

Você pode se interessar

Utilizamos cookies para melhorar sua experiência de navegação, personalizar conteúdo e analisar o tráfego do site. Ao continuar navegando em nosso site, você concorda com o uso de cookies conforme descrito em nossa Política de Privacidade. Você pode alterar suas preferências a qualquer momento nas configurações do seu navegador. Aceitar Leia Mais

Privacy & Cookies Policy