Mercados Futuros dos EUA
Os futuros do mercado de ações dos Estados Unidos apresentaram pouca variação na noite de quarta-feira, 14 de outubro de 2025, após resultados financeiros positivos de grandes bancos que desviaram a atenção dos investidores dos riscos presentes tanto no cenário doméstico quanto no internacional. Isso ocorre em um momento em que o fechamento do governo dos EUA completa sua terceira semana e as tensões comerciais com a China continuam a se intensificar.
Desempenho dos Futuros
Os futuros associados ao índice Dow Jones Industrial Average tiveram um avanço de apenas 3 pontos, representando menos de 1%. Futuros do S&P 500 e do Nasdaq 100, por sua vez, registraram alta de 0,1%.
Negociações Após o Horário Normal
Durante as negociações após o horário regular, as ações da J.B. Hunt Transport Services dispararam mais de 11%, após a empresa superar as expectativas de lucro e receita do mercado. As ações da Salesforce também apresentaram alta, impulsionadas por uma previsão otimista. Em contraste, as ações da United Airlines caíram cerca de 2%, após a companhia apresentar resultados financeiros abaixo do esperado.
Tendências do Mercado
O dia de negociação na quarta-feira foi marcado por oscilações, mas os índices S&P 500 e Nasdaq terminaram em alta, sendo incentivados pelos resultados sólidos das principais instituições bancárias. O S&P 500 encerrou com um aumento de 0,4%, enquanto o índice Nasdaq Composite, que é mais concentrado em tecnologia, cresceu 0,7%. O índice Dow Jones Industrial Average finalizou levemente abaixo do ponto de equilíbrio. O índice Russell 2000, que compõe ações de empresas de menor capitalização, atingiu uma nova máxima.
Aumento da Volatilidade
A volatilidade no mercado aumentou nesta semana, especialmente em virtude do aumento das tensões comerciais entre os EUA e a China. O índice de volatilidade Cboe (VIX), que é amplamente conhecido como um indicador do medo em Wall Street, encerrou o dia a 20,6.
Tensões Comerciais e Impactos
As flutuações no mercado são atribuídas a um confronto direto entre os Estados Unidos e a China, iniciado na terça-feira, quando o presidente Donald Trump ameaçou impor uma proibição ao comércio de óleo de cozinha. Essa medida retaliatória surgiu como resposta ao fato de Pequim ter reduzido suas compras de soja dos EUA devido às tarifas impostas por Trump no início deste ano. Além disso, Trump também cogitou a possibilidade de impôr uma tarifa adicional de 100% sobre qualquer produto que venha da China, em resposta às novas restrições chinesas sobre a exportação de minerais raros.
O secretário do Tesouro, Scott Bessent, comunicou à CNBC que a administração Trump planeja estabelecer limites de preços em diversos setores, com o intuito de combater a manipulação do mercado por parte da China.
Continuidade do Fechamento do Governo
Por outro lado, os investidores estão atentos à continuidade do fechamento do governo dos EUA, que já se estende por três semanas. A paralisação gerou uma suspensão indefinida na divulgação de dados econômicos importantes por parte de agências federais, o que resulta em uma menor disponibilidade de informações para os traders em um momento em que as preocupações a respeito do mercado de trabalho, dos efeitos das tarifas sobre os consumidores, das altas taxas de juros e das avaliações historicamente elevadas do mercado se mantêm em destaque.
Análise do Mercado
Adam Turnquist, estrategista-chefe técnico da LPL, salienta que, embora o S&P 500 tenha experimentado uma valorização recorde desde o início de julho, uma análise mais detalhada das tendências de participação no mercado revela uma discrepância entre o movimento dos preços e a participação das ações nesse aumento. O comércio de inteligência artificial foi o principal responsável pela maior parte dos retornos recentes do S&P 500, com as ações de gigantes da tecnologia como Nvidia, Alphabet, Apple, Broadcom e Tesla respondendo por 60% do retorno total do mercado mais abrangente entre 1º de julho e 14 de outubro.
Turnquist destacou em uma nota enviada a clientes que, enquanto o modelo de tendência aponta que ainda há mais ações do S&P 500 operando em alta do que em baixa, a redução dessa diferença evidencia fissuras emergentes nas bases do mercado. "Essas fissuras podem ser reparadas por meio de uma participação mais ampla, mas também ressaltam o risco elevado da concentração relacionado a um pequeno grupo de nomes dominantes que estão impulsionando a alta", concluiu Turnquist.
Fonte: www.cnbc.com
