Possível Redução de Dividendos da Petrobras
A Petrobras (PETR4) pode enfrentar a necessidade de reduzir seus dividendos devido à situação da Braskem (BRKM5). Essa expectativa decorre do risco de conversão de dívida em ações e da necessidade de aportes financeiros adicionais para preservar a participação da Petrobras na companhia. Essa análise foi realizada pelo banco BTG Pactual.
A declaração surgiu após a notícia de que a Braskem havia contratado consultores para reestruturar sua estrutura de capital, o que levantou preocupações sobre a possibilidade de um processo de recuperação judicial ou extrajudicial.
De acordo com o BTG, essa movimentação acentua as incertezas sobre a saúde financeira da Braskem e indica que alternativas, como a conversão de dívida em capital, devem ser consideradas.
Implicações para a Petrobras
No cenário hipotético proposto pelo BTG, cerca de 25% da dívida da Braskem, que totaliza aproximadamente US$ 1,7 bilhão, poderia ser convertida em ações. Para que a Petrobras mantenha sua participação de até 49% e evite a diluição de seus ativos, a empresa precisaria realizar um aporte adicional de capital.
O banco enfatiza que essa necessidade de investimentos constantes poderá impactar diretamente os retornos dos acionistas, resultando em uma redução no dividend yield da estatal em cerca de 0,8 ponto percentual, o que levaria o índice para aproximadamente 8,2%.
A Petrobras possui em torno de 47% das ações ordinárias da Braskem, o que representa aproximadamente 36,1% do capital total da petroquímica. Em seu relatório mais recente, divulgado em setembro, o BTG reafirmou sua recomendação de compra para os papéis da Petrobras, estabelecendo um preço-alvo de R$ 44. Em contraste, a recomendação para a Braskem continua neutra.
Perspectivas Financeiras da Braskem
O vencimento mais crítico da dívida da Braskem está agendado para 2028. Embora os credores tenham a opção de aguardar até esta data, o BTG ressalta que a deterioração do perfil financeiro da empresa eleva o risco de que chegue a esse ponto em uma posição adversa.
A renegociação do RCF (Revolving Credit Facility) é considerada fundamental pelo banco para preservar a liquidez a curto prazo, mas será uma tarefa complicada, especialmente em função dos rebaixamentos sucessivos das classificações de crédito da Braskem.
Apesar de a Braskem Idesa permanecer sem acesso a recursos, o BTG observa que o alívio financeiro consolidado é limitado. O banco conclui que a situação da empresa tem se tornado cada vez mais complexa: “O risco de diluição agora é uma preocupação clara e, com opções limitadas, a perspectiva para os acionistas existentes parece se deteriorar a cada dia”.
Fonte: www.moneytimes.com.br