Desempenho da Natura no Segundo Trimestre de 2025
No segundo trimestre de 2025, as ações da Natura apresentaram uma resposta negativa em relação ao desfecho financeiro do período, impulsionada em grande parte pela situação da Avon. O CEO da Natura, João Paulo Ferreira, reconheceu que a marca enfrenta múltiplos desafios ao longo deste ano e mencionou que a venda de ativos deve ocorrer em um prazo de até 12 meses.
Reposicionamento da Marca Avon
Ferreira destacou que a Avon está passando por um processo de reposicionamento. Isso envolve uma renovação necessária em toda a estrutura de inovações associadas à marca, com resultados esperados apenas para 2026. Durante a coletiva de imprensa realizada em 12 de julho, o executivo enfatizou que, apesar das dificuldades enfrentadas pela Avon, a Natura conseguiu mitigar esses problemas.
As operações da Avon fora da América Latina também estão em foco. O CEO mencionou que os esforços para a venda ou separação da Avon International e da Avon na América Central e República Dominicana têm avançado significativamente nos últimos meses. Ele ressaltou a presença de um time especializado da Natura, assessorado por consultores financeiros e legais, buscando alternativas estratégicas para essa transição.
Impacto nas Ações e na Alavancagem
No contexto do mercado, as ações da Natura se destacaram negativamente na Ibovespa, mesmo com a melhoria do lucro líquido. Às 13h30 do dia do anúncio, as ações NATU3 apresentavam uma queda de mais de 5%. Essa diminuição reflete uma resposta do mercado às constantes dificuldades atribuídas à Avon International.
Um ponto que chamou a atenção dos analistas foi a alavancagem da empresa, que chegou a 2,2 vezes a relação entre dívida líquida e Ebitda, um indicativo de riscos financeiros elevados. Segundo a diretora financeira da Natura, Silvia Vilas Boas, essa situação deve ser analisada em um contexto mais amplo, levando em consideração o ano como um todo, uma vez que a empresa possui variações significativas na geração e consumo de caixa ao longo dos trimestres.
Destaques do Balanço do Segundo Trimestre
No segundo trimestre, a Natura registrou um lucro líquido de R$ 195 milhões, revertendo um prejuízo de R$ 859 milhões no mesmo período do ano anterior. Apesar desse resultado positivo, a análise dos especialistas indicou que o balanço geral é considerado misto.
As operações da Avon fora da América Latina foram classificadas como “mantidas para venda” no balanço, refletindo uma reestruturação significativa. Excluindo efeitos não operacionais, o lucro líquido ajustado foi de R$ 598 milhões. Em termos de EBITDA recorrente, a Natura alcançou R$ 796 milhões, resultando em uma margem de 14%, um leve aumento de 0,8 ponto percentual em relação ao ano anterior.
Desempenho da Receita Líquida
A receita líquida consolidada da empresa totalizou R$ 5,7 bilhões, representando uma queda de 1,7% em comparação ao ano anterior, enquanto em moeda constante, o crescimento foi de 5,5%. Esse resultado positivo foi influenciado principalmente pelo desempenho da Natura Brasil, que cresceu 10,3%, e da marca Natura nos países da América Latina de língua hispânica, que viu um aumento de 17,8% em vendas.
No entanto, esse desempenho foi ofuscado pela queda de 12,9% na Avon Brasil e pela volatilidade de outros mercados na região, causada por fatores como a integração da Onda 2 no México e as flutuações econômicas na Argentina.
Expectativas Futuras e Estratégias
Em relação às expectativas para o futuro, Ferreira mostrou-se cauteloso, enfatizando que a recuperação total da Avon levará tempo. O reposicionamento da marca e os esforços de venda de ativos têm como objetivo consolidar a performance da Natura como um todo.
Os investidores e analistas agora observam atentamente as ações da Natura, à medida que a companhia navega por esses desafios em sua trajetória de recuperação. A busca por soluções estratégicas e a continuidade de um trabalho profundo de reposicionamento serão cruciais para o fortalecimento da marca nos próximos anos.
Desafios do Mercado e Adaptação
A realidade do mercado atual requer que a Natura e suas marcas se adaptem rapidamente a um ambiente em constante mudança. Mudanças nas preferências dos consumidores, tendências emergentes no setor de beleza e cosméticos e a competição acirrada exigem que a empresa esteja sempre atenta e inovando.
Enquanto a Avon trabalha em seu reposicionamento, a marca Natura se destaca como uma referência regional, com forte apelo entre os consumidores. A adaptação e inovação contínua serão fundamentais para manter a relevância e a competitividade no mercado.
Resultado de Mercado e Avaliação Financeira
O resultado consolidado de mercado do segundo trimestre fornece um panorama do que os investidores podem esperar da Natura em termos de desempenho financeiro e operacional. A empresa deve continuar a enfrentar desafios, principalmente em relação à Avon, mas ao mesmo tempo, há um potencial significativo de crescimento e recuperação.
A avaliação do desempenho financeiro da Natura deverá ser feita com um olhar atento para os próximos trimestres, permitindo assim uma visão mais clara sobre a trajetória futura da companhia e de suas marcas.
O Futuro da Natura e da Avon
A Naturas, ao focar em seu reposicionamento e busca de ativos estratégicos, pode pavimentar o caminho para um futuro mais sólido. A Avon, enquanto isso, precisa urgentemente restaurar sua imagem e competitividade no mercado, utilizando a expertise e recursos disponíveis na Natura.
A união da força das marcas e a clareza nas estratégias de atuação são pontos cruciais a serem observados de perto. Enquanto isso, a resposta do mercado à performance futura será determinante, influenciando tanto as ações da Natura quanto a confiança dos investidores.