Aquisição de Terminais no Panamá
A empresa suíça de navegação e gestão portuária MSC, que está negociando a compra de 43 portos da CK Hutchison, de Hong Kong, enfrenta resistência em sua operação no Panamá. A companhia, em parceria com a gestora BlackRock, visa adquirir os terminais de Balboa, localizado no lado do Pacífico, e Cristóbal, no Atlântico. Este negócio está avaliado em 20 bilhões de dólares.
Preocupações sobre Concentração
Ricaurte Vásquez Morales, que é o administrador da Autoridade do Canal do Panamá, expressou preocupação em relação à concentração de poder que essa aquisição pode gerar. Segundo ele, caso a MSC venha a operar nos terminais, isso poderia comprometer a neutralidade do canal, resultando em um risco potencial de concentração de capacidade. Além disso, essa situação poderia impactar negativamente a competitividade do canal.
Debate no Brasil sobre o Porto de Santos
No Brasil, a discussão em torno do leilão do Tecon 10, situado no Porto de Santos, também aborda a questão da concentração de mercado. A MSC é uma das empresas que já operam no porto e busca aumentar sua influência na região.
Participação da BlackRock no Leilão
Conforme informações previamente divulgadas, a Global Infrastructure Partners (GIP), que é o braço de infraestrutura da BlackRock, está avaliando a possibilidade de participar do leilão do Tecon 10. No entanto, a participação da GIP estaria condicionada a uma parceria com outra empresa, visando compartilhar os riscos envolvidos na operação.
Atuação da MSC e da Maersk no Porto de Santos
A MSC já tem presença no Porto de Santos através da Brasil Terminal Portuário (BTP), uma joint venture com a empresa dinamarquesa Maersk. As multinacionais contestaram as recomendações da Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq) que foram incluídas no edital do leilão. Essas recomendações atestam que empresas que já operam no Porto de Santos estão excluídas da primeira fase do leilão.
A BTP é uma das poucas empresas que já atuam no porto e, caso consiga a unificação de área, terá benefícios significativos, uma vez que o Tecon 10 fica nas proximidades do seu terminal. Essa unificação poderia dobrar sua capacidade de movimentação de contêineres, o que seria uma vantagem competitiva considerável.
Análise do Mercado
Os elementos financeiros e situações que impactam o mercado estão sendo analisados em profundidade pela coluna VEJA Mercado. A ideia é fornecer uma visão clara sobre como essas movimentações podem afetar o setor portuário, tanto no Panamá quanto no Brasil.
Essa negociação e os debates em torno dela refletem as complexidades do comércio internacional e as dinâmicas no setor de infraestrutura, ressaltando a importância de uma análise cuidadosa dos possíveis efeitos de concentração de mercado e suas implicações para a competitividade da indústria.