China restringe exportação de terras raras, gera descontentamento em Trump e Brasil enxerga chance.

China restringe exportação de terras raras, gera descontentamento em Trump e Brasil enxerga chance.

by Fernanda Lima
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Indústria de Terras Raras: Novas Medidas da China

O governo da China anunciou, na última quinta-feira (9), a intensificação de regras e o aumento do controle sobre as exportações de terras raras, minerais indispensáveis na fabricação de tecnologias avançadas.

Reação dos EUA

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, expressou descontentamento com essa decisão, uma vez que a China é responsável pela maioria da produção desses minerais. Trump mencionou que os EUA estão considerando um “forte aumento” nas tarifas sobre as importações vindas da China.

Dominância Chinesa

A insatisfação de Trump em relação ao monopólio chinês no setor não é uma novidade. Atualmente, o mercado de terras raras é quase exclusivamente controlado pela China, e a redução da dependência desse país tem sido uma das prioridades da administração Trump. De acordo com a Agência Internacional de Energia (IEA), 92% da produção de terras raras ocorre na China. Além disso, o país também domina a produção e o refino de outros minerais críticos, como lítio e cobalto, embora em menor proporção.

A IEA já classificou a liderança da China nesse setor como um risco geopolítico. Esses minerais são utilizados em uma ampla gama de produtos, que vão desde dispositivos móveis até armamentos, o que representa uma preocupação relevante para os Estados Unidos. A supremacia militar americana a longo prazo poderá estar em risco caso a China amplie seu controle sobre esses insumos.

Oportunidades no Brasil

Por outro lado, o Brasil detém a segunda maior reserva mineral de terras raras do mundo, conforme dados do Serviço Geológico dos Estados Unidos, embora atualmente sua produção e refino sejam praticamente inexistentes. O processo de refino e processamento desses minerais é conhecido por ser extremamente caro e demorado, o que justifica o nome "terras raras". Para que o Brasil avance no setor, são necessários investimentos de bilhões de reais, cujo retorno é esperado a longo prazo.

Autoridades brasileiras, tanto do governo federal quanto do setor privado, enxergam na crescente tensão entre a China e os Estados Unidos oportunidades econômicas e diplomáticas.

Elas acreditam que o Brasil pode se estabelecer como um fornecedor confiável de minerais críticos, "capturando" uma parte do mercado atualmente dominado pela China. Considerando os altos custos de investimento, as autoridades avaliam que essa escalada também pode atrair capital estrangeiro para o Brasil, o que, por sua vez, impulsionaria novos projetos e tecnologias.

Possíveis Acordos com os EUA

Um eventual acordo para o fornecimento seguro de terras raras para os Estados Unidos poderia ser parte de um entendimento mais amplo com Trump. No entanto, o governo brasileiro rejeita a ideia de que o Brasil se torne um mero exportador de minerais críticos e estratégicos.

A proposta é que os recursos sejam utilizados também para fomentar o desenvolvimento da indústria nacional, mantendo open autoridade para a exportação para parceiros comerciais estratégicos. A avaliação corrente é de que a transferência de tecnologia deve ser a base de qualquer acordo nesse sentido.

Iniciativa de Parceria Tecnológica

Recentemente, a St George Mining, uma importante empresa do setor mineral australiano, anunciou a construção de um centro tecnológico em colaboração com o CEFET-MG (Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais), localizado em Araxá, em Minas Gerais.

Esse novo espaço contará com uma planta-piloto, que é uma versão reduzida de uma fábrica utilizada para testes, especificamente dedicada ao processamento de nióbio e terras raras. A planta-piloto, que fará parte do St George Technological Centre, será instalada dentro do campus do CEFET em Araxá e terá a capacidade de processar entre 200 a 300 quilos de minério por hora, tornando possível a produção de amostras de ferronióbio e concentrado de terras raras.

Financiamento e Gestão do Centro Tecnológico

A empresa St George se compromete a financiar a construção e a aquisição dos equipamentos para a planta-piloto, além de gerenciar a operação durante os primeiros três anos. Esse período terá como objetivo testar e otimizar os processos de extração e processamento dos minerais, assegurando que a tecnologia funcione de maneira eficiente antes de ser aplicada em maior escala.

Nos dois anos subsequentes, a Austrália e o CEFET operarão conjuntamente o centro tecnológico, garantindo a transferência de conhecimento e a capacitação da equipe brasileira. Ao final do quinto ano, a gestão e a operação do centro serão totalmente transferidas para o CEFET, consolidando a autonomia tecnológica nacional, um objetivo crucial para o governo federal, que busca fortalecer a cadeia de minerais estratégicos e diminuir a dependência de tecnologia estrangeira.

Benefícios Fiscais

De acordo com a empresa, o governo brasileiro irá oferecer benefícios tributários que podem resultar em uma redução de até 50% no custo total das operações.

Fonte: www.cnnbrasil.com.br

As informações apresentadas neste artigo têm caráter educativo e informativo. Não constituem recomendação de compra, venda ou manutenção de ativos financeiros. O mercado de capitais envolve riscos e cada investidor deve avaliar cuidadosamente seus objetivos, perfil e tolerância ao risco antes de tomar decisões. Sempre consulte profissionais qualificados antes de realizar qualquer investimento.

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