Os investidores estão atentos ao Federal Reserve (Fed) nesta semana, com alta expectativa em relação a um possível corte nas taxas de juros. Além disso, outros bancos centrais significativos, como os do Canadá, Reino Unido e Japão, também devem divulgar suas decisões políticas mais recentes.
Enquanto isso, as vendas no varejo dos Estados Unidos em agosto devem apresentar uma desaceleração. A FedEx, importante empresa de transporte, está prestes a divulgar seus resultados trimestrais, que são frequentemente considerados um indicador da atividade econômica geral.
Decisão do Fed em Foco
A atenção dos mercados está voltada para o Federal Reserve (Fed), que deverá decidir sobre os juros ao término de sua reunião de dois dias, que se conclui na quarta-feira.
Os sinais de um mercado de trabalho mais fraco nos EUA têm reforçado as especulações de que as autoridades do Fed aprovarão a primeira redução nas taxas desde que o ciclo de flexibilização foi interrompido em dezembro. A redução nas taxas pode teoricamente estimular investimentos e contratações.
No entanto, um corte nas taxas de juros também pode gerar pressões inflacionárias adicionais. A última divulgação do índice de preços ao consumidor dos EUA, que mostrou uma leve alta devido ao aumento nos custos de moradia e alimentação, indica a presença de uma inflação persistente.
Já uma medida separada, que apontou um aumento nos pedidos iniciais de auxílio-desemprego, mantém a alta probabilidade de um corte nas taxas pelo Fed. De acordo com a ferramenta FedWatch da CME, atualmente existe cerca de 95% de chance de uma redução de 25 pontos-base, enquanto a probabilidade de um corte mais acentuado de meio ponto é de aproximadamente 5%. Neste momento, a meta do Fed está estabelecida entre 4,25% e 4,5%.
Analistas do ING observaram que “a inflação permanece acima da meta, e as tarifas devem manter essa pressão elevada no curto prazo, mas o equilíbrio de riscos se inclina para a necessidade de mais suporte à economia”.
Decisões do Canadá, Reino Unido e Japão
Outros bancos centrais também estarão em evidência nesta semana. O Banco do Canadá deverá reduzir as taxas em 0,25 ponto percentual, em uma tentativa de apoiar uma economia que está especialmente exposta às tarifas americanas.
O setor de empregos no Canadá perdeu velocidade pelo segundo mês consecutivo em agosto, e o PIB do segundo trimestre apresentou contração, embora a inflação mantenha-se em linha com as expectativas.
A previsão é de que o Banco da Inglaterra opte por manter as taxas atualmente, após já tê-las reduzido em agosto. As autoridades deverão considerar dados recentes sobre o mercado de trabalho e a inflação antes da decisão que será anunciada na quinta-feira.
Do mesmo modo, espera-se que o Banco do Japão mantenha suas taxas de juros inalteradas, mas os investidores devem estar atenta às projeções para o quarto trimestre, particularmente em meio a incertezas políticas internas.
Vendas no Varejo nos EUA
Na terça-feira, serão divulgados os números de vendas no varejo referentes ao mês de agosto nos Estados Unidos. Economistas projetam que o crescimento nas vendas terá desacelerado para 0,2%, em comparação aos 0,5% registrados em julho, impulsionado pela forte demanda por veículos e pelas promoções realizadas por empresas como Amazon.com e Walmart.
Os números de junho foram revisados para cima, oferecendo alguma segurança sobre a capacidade da economia em sustentar um mercado de trabalho mais fraco. Contudo, a melhoria nas condições de emprego, o declínio da confiança do consumidor e a alta nos preços dos produtos podem se tornar obstáculos nas últimas semanas do terceiro trimestre.
Lucros da FedEx
A FedEx (NYSE: FDX) (BOV: FDXB34) se destaca entre os principais relatórios de lucros desta semana e é amplamente vista como um termômetro dos gastos dos consumidores nos Estados Unidos. A atuação da FedEx, sendo um indicador econômico com conexões globais, frequentemente oferece insights sobre tendências econômicas mais abrangentes.
As recentes políticas comerciais agressivas implementadas pelo ex-presidente Donald Trump afetaram os resultados da FedEx, criando um ambiente de incerteza que levou diversas empresas a restringirem seus gastos. Em junho, a FedEx já tinha emitido uma projeção cautelosa, citando as tarifas comerciais. O CEO Raj Subramaniam advertiu sobre um cenário de demanda global “volátil”, e a previsão da companhia para o primeiro trimestre fiscal indicou um lucro ajustado por ação entre US$ 3,40 e US$ 4, que ficou aquém das estimativas dos analistas.
Conversações EUA-China em Madri
Autoridades dos EUA e da China se encontrarão novamente após um progresso limitado nas discussões iniciais ocorridas no domingo. A expectativa de um avanço nas longas tensões comerciais entre as duas maiores economias do mundo é baixa.
Os observadores esperam que as negociações se concentrem na extensão do prazo para desinvestimento da operação do TikTok. A ByteDance precisa vender as operações na América até o dia 17 de setembro, ou o aplicativo poderá ser desativado nos EUA. Fontes citadas pela Reuters indicam que o presidente Biden pode considerar a prorrogação deste prazo.
Durante as negociações, Bessent, um dos negociadores, mencionou a repórteres que ambos os lados “recomeçariam pela manhã” após uma reunião de seis horas. A embaixada da China em Madri sinalizou que uma coletiva de imprensa de encerramento poderia ocorrer na segunda-feira, sugerindo que as negociações estão próximas do fim. Bessent deverá seguir para Londres na terça-feira, na antesala da visita de Estado do presidente Biden ao Rei Charles.
Enquanto as negociações se desenrolam, antes do seu início, o Ministério do Comércio da China lançou uma investigação antidiscriminação acerca das políticas de chips dos EUA, além de uma investigação separada sobre possíveis práticas de dumping relacionadas a chips analógicos provenientes dos Estados Unidos.
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