Cinco Tendências do Mercado para Observar Esta Semana

Cinco Tendências do Mercado para Observar Esta Semana

by Ricardo Almeida
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A semana de negociações inicia em meio a incertezas causadas pela paralisação prolongada do governo dos Estados Unidos, que ocasiona atrasos significativos na divulgação de relatórios econômicos relevantes, incluindo os dados essenciais do relatório de empregos não agrícolas (nonfarm payrolls).

Além disso, a Suprema Corte dos Estados Unidos deve ouvir os argumentos acerca da legalidade das extensas tarifas impostas pelo ex-presidente Donald Trump, enquanto os investidores aguardam os resultados trimestrais da Advanced Micro Devices (NASDAQ:AMD) (BOV:A1MD34) e da Palantir Technologies (NASDAQ:PLTR) (BOV:P2LT34).

A próxima decisão de política monetária do Banco da Inglaterra também está em foco, com expectativas equilibradas a respeito de sua direção.

1. O bloqueio de dados nos EUA continua

A paralisação do governo federal, que está próxima de um recorde histórico de duração, deixou os investidores desprovidos de atualizações econômicas essenciais. Embora os dados referentes à inflação de setembro tenham sido divulgados anteriormente, outros relatórios importantes, como os números de crescimento do emprego e da rotatividade de pessoal, permanecem ausentes.

Essa falta de dados compromete a capacidade dos formuladores de políticas do Federal Reserve de avaliar a saúde da economia e realizar os ajustes necessários na política de taxas de juros. Após um corte de 25 pontos base na semana passada, o presidente do Fed, Jerome Powell, alertou que as autoridades podem reduzir o ritmo de futuros cortes, caso a visibilidade econômica continue prejudicada pela ausência de divulgações oficiais.

O relatório de empregos não agrícolas (nonfarm payrolls), agendado para esta semana, assim como a pesquisa de vagas de emprego (JOLTS), suscita expectativas de adiamento, privando os mercados dos indicadores habituais do início do mês. Conforme analistas da Vital Knowledge, “de certa forma, as pessoas estão se sentindo ainda mais confusas do que antes”, uma vez que os investidores enfrentam a escassez de dados em um contexto de eventos significativos, como reuniões de bancos centrais, divulgações de resultados e as negociações comerciais entre os EUA e a China.

Embora o The Wall Street Journal tenha noticiado um progresso nas negociações para reabertura do governo, a insistência do presidente Donald Trump para que os republicanos ignorem os democratas gerou inseguranças sobre uma resolução a curto prazo.

2. Suprema Corte vai analisar a legalidade das tarifas de Trump

O foco se volta para Washington, onde a Suprema Corte irá deliberar se Trump ultrapassou sua autoridade ao impor tarifas abrangentes através de poderes de emergência. O caso surge na sequência de decisões de instâncias inferiores que determinaram que suas ações excederam os limites presidenciais estabelecidos pela Lei de Poderes Econômicos de Emergência Internacional (IEEPA) de 1977.

O desfecho do caso é incerto, embora a maioria conservadora, composta por seis juízes a três, tenha frequentemente alinhado suas decisões com as posições de Trump. O ex-presidente é o primeiro a utilizar a IEEPA como justificativa para a imposição de tarifas, mencionando o déficit comercial de bens de US$ 1,2 trilhão em 2024 e as mortes associadas ao fentanil como razões para tal ação. Caso a Suprema Corte derrube essas tarifas, poderá eliminar uma ferramenta econômica e diplomática que Trump utilizou durante seu segundo mandato.

3. Resultados da AMD em foco

No contexto corporativo, a Advanced Micro Devices (AMD) se destaca como a próxima grande fabricante de chips de inteligência artificial a divulgar seus resultados, seguindo uma sequência de anúncios no setor. Segundo informações da Reuters, o Departamento de Energia dos EUA firmou recentemente uma parceria de US$ 1 bilhão com a AMD, com a finalidade de desenvolver dois novos supercomputadores destinados a enfrentar desafios de grande escala, incluindo pesquisas sobre câncer e questões de segurança nacional.

Adicionalmente, o acordo da AMD para fornecer chips de inteligência artificial à OpenAI poderia resultar em receitas anuais de vários bilhões de dólares e conceder à criadora do ChatGPT uma participação próxima a 10% da empresa. Analistas têm comparado essa e outras parcerias similares ao ciclo especulativo que ocorreu durante a era da bolha da internet, levantando preocupações sobre a possibilidade de uma bolha no setor de inteligência artificial.

Os executivos da AMD descreveram a parceria com a OpenAI como sendo “certamente transformadora” tanto para a empresa quanto para o setor como um todo. As ações da AMD apresentaram um aumento superior a 112% no acumulado do ano, e os resultados, que serão apresentados na terça-feira após o fechamento do mercado, serão acompanhados com atenção em busca de indícios sobre a continuidade do crescimento.

4. Resultados da Palantir à frente

A Palantir Technologies, outra importante empresa nos setores de inteligência artificial e software de defesa, também está agendada para divulgar seus resultados financeiros esta semana, com a expectativa de que os dados sejam apresentados na segunda-feira após o fechamento do mercado.

Em agosto, a empresa revisou para cima sua previsão de receita para o ano fiscal de 2025 pela segunda vez, citando a demanda robusta por seus serviços baseados em inteligência artificial, que vêm tanto de clientes governamentais quanto do setor privado. Os laços da Palantir com iniciativas de defesa dos EUA mostraram-se mais robustos durante o governo Trump, principalmente em virtude da mudança de postura do Pentágono em relação a fornecedores considerados “não tradicionais”.

A valorização das ações da Palantir mais que dobrou neste ano, evidenciando o otimismo presente em relação à sua posição no cenário de crescimento da inteligência artificial. Analistas esperam que a empresa apresente um lucro operacional de US$ 255,6 milhões no terceiro trimestre, além de uma receita de US$ 1,09 bilhão, conforme estimativas coletadas pela Bloomberg.

5. Decisão do Banco da Inglaterra incerta

Após o recente corte de juros do Federal Reserve, amplamente esperado, e a manutenção das políticas do Banco Central Europeu e do Banco do Japão, a atenção dos investidores se volta para o Banco da Inglaterra, cuja decisão apresenta um grau de incerteza maior.

Atualmente, os mercados atribuem uma probabilidade considerável de que o Banco da Inglaterra mantenha suas taxas de juros inalteradas, embora ainda exista uma chance de 33% para um corte de 25 pontos base. Uma pausa na taxa representaria a primeira interrupção em um ciclo de cortes que se iniciou em 2024.

Contudo, dados de inflação e salários abaixo do esperado podem eventualmente levar a um afrouxamento monetário ainda mais acentuado. O governador do Banco da Inglaterra, Andrew Bailey, advertiu em setembro que o cenário futuro é “mais incerto”, refletem preocupações acerca da possibilidade de que a inflação subjacente permaneça elevada mesmo diante de um crescimento desacelerado.

Com os mercados globais encarando sinalizações econômicas contraditórias, os investidores ficarão atentos às divulgações de dados — ou à escassez deles — assim como a decisões cruciais dos bancos centrais e atualizações corporativas relacionadas à inteligência artificial, em busca de uma orientação que ajude a mapear os próximos passos.

Este conteúdo é meramente informativo e não deve ser interpretado como aconselhamento financeiro, de investimento ou de qualquer outra natureza profissional. Não deve ser entendido como uma recomendação para compra ou venda de quaisquer valores mobiliários ou instrumentos financeiros. Todos os investimentos envolvem riscos, incluindo a potencial perda do capital. O desempenho passado não é indicativo de resultados futuros. Recomenda-se realizar pesquisas próprias e consultar um consultor financeiro qualificado antes de tomar qualquer decisão de investimento. Algumas partes deste conteúdo podem ter sido geradas ou assistidas por ferramentas de inteligência artificial (IA) e revisadas pela nossa equipe editorial para assegurar precisão e qualidade.

Fonte: br.-.com

As informações apresentadas neste artigo têm caráter educativo e informativo. Não constituem recomendação de compra, venda ou manutenção de ativos financeiros. O mercado de capitais envolve riscos e cada investidor deve avaliar cuidadosamente seus objetivos, perfil e tolerância ao risco antes de tomar decisões. Sempre consulte profissionais qualificados antes de realizar qualquer investimento.

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