Citi mantém recomendação neutra para Petrobras (PETR4) e aponta possibilidade de redução na previsão de capex para 2026.

Citi mantém recomendação neutra para Petrobras (PETR4) e aponta possibilidade de redução na previsão de capex para 2026.

by Beatriz Fontes
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Análise das Ações da Petrobras: O Que Famosos Analistas Dizem

A Petrobras, uma das maiores empresas do Brasil e do setor de petróleo no mundo, tem sido objeto de estudos e análises aprofundadas por diversos especialistas do mercado financeiro. Recentemente, analistas do Citi emitiram um relatório gerando discussões sobre a posição atual da empresa e suas perspectivas futuras. Neste artigo, vamos explorar detalhadamente as recomendações e projeções feitas, bem como os fatores que influenciam as ações da Petrobras (PETR4).

Perspectiva dos Analistas do Citi

Os analistas do Citi, uma instituição financeira de prestígio global, reafirmaram a sua posição neutra em relação às ações da Petrobras. O relatório inclui uma recomendação dirigida aos investidores, que enfatiza a necessidade de cautela em relação ao desempenho das ações da estatal petrolífera.

Preço-Alvo e Oportunidades

O preço-alvo das ações da Petrobras foi mantido em R$ 35, que equivale a aproximadamente US$ 12,50 nos recibos de ações negociados nos Estados Unidos. Essa faixa de preço sugere que, apesar das incertezas do mercado, os papéis ainda são considerados uma opção viável para investidores que buscam um "carry"—ou seja, um retorno eficiente ao mantê-los em suas carteiras.

Fluxo de Investimentos e Campanha Eleitoral

A expectativa de um aumento no fluxo de investimentos nas ações da empresa é mencionada, impulsionada pela possibilidade de uma "tese de trade" relacionada à campanha eleitoral que se aproxima. Entretanto, os analistas do Citi alertam que, apesar do potencial, as ações da Petrobras podem não ser a melhor escolha para quem deseja capitalizar sobre essas circunstâncias.

Melhoria na Produção e Custos

Os especialistas também discutem um cenário em que a produção da Petrobras melhora. Essa melhoria poderá moderar as consequências adversas das oscilações nos preços do petróleo, que enfrentam uma tendência de queda. No entanto, os analistas vêem o aumento previsto nos gastos de capital (capex) para 2025 como um fator que pode impactar de maneira negativa o desempenho financeiro da empresa.

Projeções de Lucro

Em uma atualização das suas previsões, os analistas estimam que o lucro líquido da Petrobras deve ser de aproximadamente US$ 16,56 bilhões para 2025, e de US$ 14,47 bilhões para 2026. Esses números representam uma revisão para baixo em relação às previsões anteriores, que eram de US$ 17,06 bilhões e US$ 14,89 bilhões, respectivamente.

Desempenho Financeiro Recentes

Na semana passada, a Petrobras divulgou seus resultados financeiros para o segundo trimestre, reportando um lucro líquido de R$ 26,65 bilhões. Este resultado foi alcançado em um contexto de aumento na produção de petróleo, embora tenha sido parcialmente ofuscado pela queda nos preços do petróleo Brent no mercado internacional.

Comparação com o Ano Anterior

Esse lucro reverteu um prejuízo registrado no mesmo período do ano anterior, que foi de R$ 2,6 bilhões. Esse resultado negativo havia sido amplamente afetado por impactos tributários e flutuações cambiais. Quando comparado ao primeiro trimestre de 2023, o lucro do segundo trimestre representou uma queda de 24,3%. Ao excluir eventos excepcionais, o lucro médio atingiu R$ 23,19 bilhões.

Dividendos e Distribuição Intercalar

Um aspecto importante da mensagem da Petrobras é o pagamento de R$ 8,66 bilhões em dividendos e juros sobre capital próprio (JCP) aos acionistas. Ademais, a empresa incluiu em seu plano estratégico a distribuição de gás liquefeito de petróleo (GLP), adicionando mais uma camada ao seu modelo de negócios.

Mudanças de Posição da Vista Capital

A Vista Capital, uma gestora de recursos que esteve comprada nas ações da Petrobras por quase seis anos, anunciou recentemente que vendeu sua posição. Essa decisão reflete uma mudança significativa em sua estratégia de investimento, que será analisada nesta seção.

O Que Levou à Venda?

Na análise do comportamento de investimentos da Vista Capital, a equipe mencionou preocupações relacionadas à deterioração da governança e projetos de investimento que não parecem promissores, como a expansão no setor de GLP. O principal motivo para a venda, segundo a instituição, é a falta de uma margem de segurança atrativa nas ações da Petrobras.

Análise do Fluxo de Caixa

Na carta aos investidores referente ao mês de julho, a Vista Capital fez uma avaliação do fluxo de caixa da Petrobras. Com o preço do petróleo em R$ 385 por barril, a empresa foi capaz de gerar R$ 42,5 bilhões em caixa operacional. Entretanto, os desembolsos com capex, leasing e juros totalizaram R$ 38,1 bilhões, resultando em uma geração líquida de caixa que mal alcançou 1% no trimestre.

Dividendos e Sustentabilidade

Agestora também criticou a decisão da Petrobras de pagar dividendos quase duas vezes superiores à sua geração de caixa. Esses dividendos foram financiados por um aumento no endividamento, gerando preocupações sobre a capacidade da empresa de manter tais pagamentos em um cenário de preços de petróleo em queda.

O Futuro da Petrobras

Neste cenário complicado, os analistas da Vista Capital também levantaram preocupações sobre como a empresa pode sustentar seus pagamentos de dividendos em um ambiente onde os preços do petróleo podem continuar a cair. Eles argumentam que, caso o preço do barril regrida ainda mais, a Petrobras será obrigada a reduzir seus dividendos e seus investimentos, o que desencadearia discussões sobre sua solvência — um assunto que já foi amplamente debatido em períodos anteriores, como durante o governo de Dilma Rousseff.

Impacto da Governança e Economia

O ambiente financeiro instável, aliado a um compromisso elevado com a dívida, leva os analistas a sugerirem que a margem de segurança exigida para investimentos na Petrobras deveria ser consideravelmente maior do que o atual estado.

Desempenho das Ações

No último relatório, as ações preferenciais da Petrobras caíram 0,75% para R$ 30,57, enquanto as ações ordinárias tiveram uma queda de 0,6%, alcançando R$ 32,90. Desde o início do ano, ambas as categorias de ações acumulam quedas em torno de 11% a 12%, o que reforça a necessidade de cautela para investidores que consideram a compra de papéis da empresa.

Conclusão

A situação da Petrobras é complexa, e o cenário atual envolve um emaranhado de preocupações sobre governança, fluxo de caixa, dividendos e os impactos de potenciais mudanças no mercado de petróleo. Como um dos principais componentes da economia brasileira, a saúde financeira da Petrobras não é apenas uma questão de interesse dos investidores, mas sim uma preocupação nacional. Com múltiplas incertezas à frente, o acompanhamento das recomendações dos analistas e a vigilância sobre os desempenhos futuros se tornam vitais para qualquer investidor que esteja considerando se envolver com as ações da Petrobras.

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