Atualização do Citi sobre a Braskem
O Citi revisou as estimativas para a Braskem (BRKM5), alterando a recomendação de compra/alto risco para neutra/alto risco. O banco também cortou o preço-alvo das ações da empresa, reduzindo-o de R$ 11 para R$ 8. Essa nova avaliação representa um potencial de valorização de 22,7% sobre o preço de fechamento registrado na última quinta-feira, dia 9.
Revisão do Modelo de Negócio
Em um relatório publicado nesta sexta-feira, dia 10, os analistas Gabriel Barra, Pedro Gama e Andrés Cardona explicaram que o modelo de negócio da Braskem foi revisado com base em previsões mais conservadoras quanto ao volume de vendas da empresa e ao comportamento dos spreads no mercado petroquímico.
Os analistas ainda ressaltaram as incertezas relacionadas à estrutura de capital da Braskem, incluindo questões como a possibilidade de um aumento de capital, a redução da dívida ou a possibilidade de recuperação extrajudicial. Esses fatores diminuem a atratividade da companhia, mesmo diante de um valuation considerado “baixo”.
Como resultado dessa reavaliação, as ações da Braskem (BRKM5) fecharam a sessão da última sexta-feira com uma queda de 3,83%, atingindo o valor de R$ 6,25, o que a colocou como a terceira maior baixa do Ibovespa (IBOV). Desde o início do ano, os papéis da petroquímica acumularam uma desvalorização de 45,8%.
Riscos de Compra e Venda das Ações
No relatório, a equipe de analistas do Citi indicou que a dinâmica global do setor petroquímico nos meses de setembro e outubro deste ano não apresentou sinais de recuperação, mesmo considerando medidas de defesa comercial adotadas em algumas regiões e ações da China referidas como involution.
Além disso, o banco destacou que não houve progresso significativo nas negociações relacionadas ao controle da Braskem no último mês. A empresa informou à Comissão de Valores Mobiliários (CVM) que não há previsão para alteração em sua composição acionária na atualidade, além de afirmar que a Petrobras (PETR4) não se envolveu nas discussões entre os bancos credores da Novonor e a IG4.
Outro aspecto que chamou a atenção do Citi foi a retirada de uma linha de crédito standby no valor de US$ 1 bilhão, o que, segundo os analistas, pode revelar um cenário desafiador que a empresa enfrenta e o conservadorismo observado na gestão da Braskem.
Expectativas para o Terceiro Trimestre de 2025
De acordo com as projeções do Citi, a Braskem deve reportar um Ebitda (lucro antes dos juros, impostos, depreciação e amortização) “baixo” para o terceiro trimestre de 2025. Essa performance financeira deve ser severamente impactada pela competição no setor, além dos spreads, resultando em uma perda de alavancagem operacional, tendo em vista a valorização da moeda local observada no período.
O banco estima que a Braskem deve registrar um Ebitda total de US$ 3,1 bilhões, representando uma queda de 18% na comparação anual. Além disso, o Ebitda ajustado previsto é de apenas US$ 99 milhões, um recuo de 77% se comparado ao mesmo período do ano anterior. A companhia deverá notificar ainda um prejuízo líquido de US$ 61 milhões no terceiro trimestre de 2025.
Os analistas do Citi mencionaram também que se espera uma redução no montante de caixa destinado a linhas de capital de giro, principalmente devido ao aumento da eficiência operacional e à diminuição dos estoques da empresa.
Por outro lado, a equipe acredita que iniciativas como o Presiq, um programa do governo federal voltado para incentivar a indústria química brasileira, e possíveis novas políticas de defesa comercial poderiam representar riscos de alta para a Braskem, visto que poderiam favorecer as operações e as margens da empresa.
A Braskem está agendada para divulgar seus resultados do terceiro trimestre de 2025 no dia 10 de novembro.
Fonte: www.moneytimes.com.br