A Proposta Aprovada pelo Senado
A Comissão de Assuntos Sociais do Senado aprovou, na quarta-feira (17), a proposta que permite a venda de medicamentos em supermercados. A avaliação da XP Investimentos indica que essa decisão não deverá provocar mudanças drásticas no setor farmacêutico, embora represente uma nova alternativa para o varejo alimentar.
Impacto no Setor Farmacêutico
De acordo com a equipe de analistas chefiada por Danniela Eiger, é possível que haja um aumento na concorrência entre farmácias, mas ainda assim não se espera uma disrupção significativa no mercado. Isso se deve, entre outros fatores, à limitação da escala, uma vez que o Assaí (código de ação ASAI3) conta com aproximadamente 250 lojas em comparação às cerca de 3,5 mil da RD Saúde (código de ação RADL3).
Além disso, os estabelecimentos independentes do setor farmacêutico devem enfrentar um risco maior em relação a essa nova legalização, enquanto as grandes redes estão em uma posição mais favorável.
A avaliação da XP também sugere que, para o varejo alimentar, a aprovação da venda de medicamentos oferece a possibilidade de diversificação do sortimento nas lojas, o que pode, em última instância, resultar em um aumento na produtividade das unidades.
Os analistas destacam o Assaí como o jogador mais ativo em relação a essa nova oportunidade de crescimento, mencionando que a empresa já possui um projeto-piloto em fase de prontidão para ser implementado assim que a decisão for ratificada em todas as esferas necessárias.
Funcionamento da Nova Regra
O texto aprovado pelo Senado estabelece que a instalação de uma farmácia deve ocorrer antes do caixa, desde que a área esteja fisicamente separada das demais seções do supermercado e conte com um farmacêutico licenciado presente durante todo o período de operação.
Regras específicas foram definidas para medicamentos controlados, que devem ser pagos antes de serem entregues ao consumidor final ou transportados em embalagens lacradas até a área do caixa. Além disso, é proibida a venda de medicamentos em prateleiras ou balcões em locais fora da área designada para a farmácia.
As vendas por meio de plataformas digitais apenas são permitidas para entrega, sempre respeitando todas as normas sanitárias vigentes.
Mercado Livre e a Expansão no Setor Farmacêutico
No início deste mês, o Mercado Livre (código de ação MELI34) atraiu a atenção do mercado ao confirmar a aquisição da farmácia “Target”. Este movimento sinaliza o crescente interesse da gigante do e-commerce no setor farmacêutico.
O negócio já foi registrado junto ao Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), indicando que a empresa está tomando as medidas necessárias para formalizar sua entrada nesse novo segmento.
