Reunião do Comitê de Política Monetária (Copom)
A primeira etapa da reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) teve início às 10h07 desta terça-feira, 4 de novembro, conforme comunicado do Banco Central. Neste momento inicial, o presidente da instituição, Gabriel Galípolo, juntamente com os oito diretores, participa de apresentações técnicas que foram elaboradas pela equipe do Banco Central. Essas apresentações abordam o cenário econômico e servirão como base para a decisão sobre a taxa Selic. O resultado dessa reunião será divulgado na quarta-feira, 5 de novembro, a partir das 18h30.
Expectativas em Relação à Taxa Selic
O consenso entre os participantes do mercado financeiro é quase unânime: a taxa Selic deverá ser mantida em 15% nesta reunião. De acordo com pesquisas recentes, aproximadamente 92% das instituições financeiras esperam que a taxa permaneça estável até, pelo menos, o final de 2025.
Comunicado do Copom
Analistas que foram consultados, afirmam que o comunicado que acompanhará a decisão do Copom deve enfatizar a mensagem principal do colegiado: os juros permanecerão em um nível significativamente contracionista por um período prolongado. Na visão dos especialistas, a evolução do cenário entre as reuniões se deu conforme as expectativas do Copom. Os dados referentes à inflação mostraram uma melhora, embora as expectativas ainda estejam desancoradas, e a atividade econômica apresenta sinais mistos, com uma leve desaceleração.
Incertezas sobre o Cenário Futuro
Apesar das melhorias, a incerteza sobre o cenário de 2026 continua elevada. No contexto interno, a atenção recai sobre a situação fiscal, especialmente com a aproximação do período eleitoral. No cenário internacional, a principal dúvida é se o Federal Reserve (Fed), o banco central dos Estados Unidos, continuará com o ciclo de cortes de juros, após a divulgação de dados mais robustos do mercado de trabalho, da atividade econômica e da inflação nos Estados Unidos.
Projeções Inflacionárias
Desde a última reunião do Copom, as projeções apresentadas no Boletim Focus indicam uma leve melhora nas expectativas inflacionárias. A mediana para o IPCA de 2025 diminuiu de 4,83% para 4,55%, o que permanece ligeiramente acima do teto da meta de 4,50%. Para 2026, a mediana caiu de 4,30% para 4,20%, também acima do centro da meta de 3,00%. Durante esse período, o IPCA-15 apresentou uma desaceleração na taxa de inflação, que passou de 0,48% em setembro para 0,18% em outubro, acumulando uma alta de 4,94% nos últimos 12 meses.
Dados do IBC-Br e Atividade Econômica
O Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br), que é considerado uma prévia do PIB, registrou um crescimento de 0,40% em agosto, ajustado sazonalmente, após uma queda de 0,52% em julho. Contudo, esse resultado ficou abaixo da projeção de alta de 0,70%, conforme pesquisa realizada pela Projeções Broadcast.
Postura do Banco Central e Projeções de Juros
Entre as reuniões, o presidente do Banco Central e outros membros do Copom mantiveram uma postura cautelosa, reiterando que a Selic deve continuar em um nível contracionista por um período prolongado. Em uma declaração recente, Gabriel Galípolo afirmou que a manutenção da taxa de juros alerta é necessária para garantir a convergência da inflação à meta. Ele destacou que o Banco Central está “bastante incomodado pelo fato de que a inflação ainda não está na meta”, mas observa que “um processo de desaceleração está em curso”.
Impactos da Manutenção da Selic
A conservação da Selic em 15% tende a impactar diretamente o mercado financeiro, limitando a valorização dos ativos de renda variável. Com o custo de capital elevado, o Ibovespa (BOV:IBOV) pode continuar a enfrentar volatilidade, enquanto o contrato futuro de dólar (BMF:DOLFUT | BMF:WDOFUT) tende a refletir a busca dos investidores por proteção cambial. O mercado de títulos públicos também deverá sentir o impacto dessa decisão, mantendo taxas elevadas em prazos mais longos.
Mesmo sem a implementação de uma nova queda na taxa básica, a decisão reforça o compromisso do Banco Central com o controle da inflação, o que contribui para sustentar a credibilidade da política monetária. Em um cenário repleto de incertezas fiscais e externas, o comunicado do Copom será um elemento crucial para calibrar as expectativas do mercado nas semanas seguintes.
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Fonte: br.-.com
