Dinâmica das Taxas de Juros Após Corte do Fed
Reprodução das Taxas de Juros
A atual dinâmica na curva de rendimentos do Tesouro — que representa as taxas de mercado em tempo real — revela um aumento nas taxas de juros uma semana após o Federal Reserve (Fed) ter promovido seu primeiro corte nas taxas de juros em quase um ano. Esse movimento impacta diversos empréstimos ao consumidor, incluindo financiamentos imobiliários, cartões de crédito e até depósitos bancários, que costumam seguir as sinalizações dos rendimentos dos títulos. As questões principais para os investidores neste momento são: por que isso está ocorrendo? E o que, se é que há algo, devemos fazer a respeito?
A Dificuldade do Fed
As respostas a essas perguntas começam com a situação complicada em que o Fed se encontra, já que precisa equilibrar suas duas principais diretrizes: promover a estabilidade de preços e garantir o máximo de empregos. Atualmente, essas diretrizes estão em conflito. O enfraquecimento visível do mercado de trabalho se mostra mais preocupante para o Fed do que um leve aumento na inflação geral. Enquanto o enfraquecimento do emprego justifica cortes nas taxas de juros para estimular a demanda, o aumento da inflação defende a manutenção de taxas elevadas para conter a alta de preços.
Embora o Fed tenha deixado claro que o mercado de trabalho deve ser a prioridade, o mercado de títulos parece não compartilhar dessa certeza. Ao adquirir um título de 10 anos, como os do Tesouro, o investidor fica preso à taxa de rendimento atual de aproximadamente 4,2% até o vencimento. Os títulos são negociados antes de seu vencimento, o que leva a oscilações nos rendimentos, que variam inversamente aos preços. Assim, é fundamental considerar o retorno real — que leva em conta a inflação — até a maturidade do título.
A Influência da Inflação
Para aqueles que planejam garantir uma taxa de retorno estável por 10 anos, é essencial avaliar como a inflação pode evoluir nesse período. Um erro comum é subestimar a taxa de inflação, o que pode resultar em um retorno real mais baixo, ou até mesmo negativo, ao longo do tempo. Não se está afirmando que o Fed errou ao cortar a taxa em 25 pontos-base na semana passada. Também já se argumentou que o mercado de trabalho merece maior atenção, visto que um aumento transitório na inflação devido a tarifas pode ser menos prejudicial do que um aumento persistente no desemprego.
Essa dinâmica se intensifica na medida em que o desemprego força as empresas a adotarem soluções de inteligência artificial mais rapidamente, tornando-as menos dependentes da mão de obra humana. Em contrapartida, as tarifas tendem a ser um fenômeno mais pontual. Embora os aumentos de preço possam persistir, a taxa de crescimento desses aumentos deve diminuir quando a data de implementação das tarifas for ultrapassada.
Reação do Mercado de Títulos
Contudo, a inflação ainda está acima da meta de 2% do Fed, e os banqueiros centrais estão cortando as taxas de política que afetam o extremo inferior da curva de rendimento dos títulos. Isso leva os operadores do mercado de títulos a se protegerem contra um eventual ressurgimento da inflação, levando à venda de títulos de longo prazo e, como resultado, à elevação dos rendimentos desses ativos.
A Necessidade de Posicionamento para Investidores
Compreender porque a curva de rendimento está se movimentando dessa forma é apenas metade da batalha. A outra metade consiste em descobrir o que fazer a respeito disso — não se trata de ações que as autoridades fiscais ou monetárias devem tomar, pois a posição do presidente do Fed, Jerome Powell, não é uma tarefa invejável, mas de como nós, como investidores, devemos nos posicionar.
Para começar, devemos avaliar se acreditamos que a dinâmica atual se manterá. No momento, não encontramos razões para acreditar que isso não ocorrerá. A inflação continua forte, o Fed está realizando cortes, e as tarifas permanecem intactas, enquanto as negociações comerciais se arrastam. É compreensível que aqueles que optam por comprar ativos de longo prazo exijam rendimentos mais altos para garantir um investimento a longo prazo.
Análise Histórica e Expectativas
Até agora, a história parece estar se repetindo. Quando o Fed realizou cortes de 100 pontos-base no final do ano passado, os rendimentos dos títulos subiram. Mesmo sem a influência direta de um mercado de trabalho em desaceleração e tarifas, a inflação estava no centro da discussão. Contudo, os rendimentos dos títulos recuaram até a próxima queda de taxa prevista para setembro de 2024, apenas para subir novamente após esse período.
Os investidores estão questionando se este ano seguirá a tendência do ano passado. Um exemplo típico é a análise do desempenho da Home Depot, mencionada por Jim Cramer e Jeff Marks, diretor de análise de portfólio do clube de investimentos. Cramer colocou em dúvida a dependência da Home Depot em relação ao mercado imobiliário, que enfrenta dificuldades. Ele acredita que a performance da ação depende mais da queda nas taxas de hipoteca do que das taxas de linhas de crédito de capital próprio a curto prazo.
Expectativas para Medidas de Inflação
O mercado começará a receber um importante relatório sobre inflação antes da abertura do pregão na sexta-feira, com a divulgação do índice de preços dos gastos de consumo pessoal (PCE) referente a agosto. O núcleo do PCE, que exclui os preços de alimentos e energia, é o indicador preferido pelo Fed para monitorar as pressões de preços na economia. Diante das preocupações com a inflação, é vital que o resultado fique pelo menos alinhado — se não abaixo — das expectativas do mercado, que prevê uma alta de 2,9% no núcleo do PCE em relação ao ano anterior.
Mais cedo neste mês, o índice de preços ao consumidor (IPC) de agosto, outro indicador relevante da inflação no varejo, registrou um aumento de 3,1% em relação ao ano anterior. Embora não sejam diretamente comparáveis ao PCE, o mercado buscará quaisquer confirmações ou contradições aos dados apresentados pelo IPC.
Conclusão
Os detalhes do clube de investimentos da CNBC com Jim Cramer alertam os assinantes sobre operações antes que ele efetue transações em seu portfólio. Jim espera 45 minutos após enviar um alerta antes de comprar ou vender uma ação. Caso tenha abordado uma ação na CNBC, espera 72 horas após emitir um alerta antes de realizar qualquer operação. As informações acima sobre o clube de investimentos estão sujeitas aos nossos termos e condições e à nossa política de privacidade, além de nosso aviso legal. Não há obrigação ou dever fiduciário criado pela recepção de qualquer informação fornecida em conexão com o clube de investimentos. Nenhum resultado ou lucro específico é garantido.
Fonte: www.cnbc.com