(Imagem: Divulgação)
Resultados Financeiros da Cosan no 2T25
No segundo trimestre de 2025 (2T25), a Cosan (CSAN3) reportou um prejuízo líquido de R$ 946 milhões, valor que representa quase quatro vezes o resultado negativo de R$ 227 milhões registrado no mesmo período do ano anterior. Esse grande impacto financeiro é um reflexo de diversos fatores operacionais e estratégicos da empresa.
A receita líquida consolidada, que abrange todas as participações em empresas do grupo, totalizou R$ 10,4 bilhões, evidenciando uma queda de 2% em comparação ao ano anterior. Esse cenário se tornou mais grave com o prejuízo líquido de R$ 946 milhões, contrastando com os R$ 227 milhões negativos do ano passado.
Impactos nos Resultados
Dentre os principais fatores que contribuíram para o prejuízo estão o reconhecimento de créditos tributários na Raízen (RAIZ3) e a saída da participação da Cosan na Vale (VALE3). A equivalência patrimonial da Cosan registrou um prejuízo de R$ 173 milhões, enquanto no mesmo período do ano anterior apresentava um resultado positivo de R$ 1,3 bilhão.
Desempenho da Raízen
A Raízen, controlada pela Cosan, tem enfrentado desafios que reverberam nos resultados da holding. Na divulgação de resultados, as ações da Raízen sofreram uma queda significativa de aproximadamente 12,5%, o que levou analistas a enfatizarem o elevado endividamento da companhia.
Alavancagem e Estratégia de Venda de Ativos
A alavancagem da Raízen aumentou consideravelmente, alcançando uma relação de 4,5 vezes entre a dívida líquida e o Ebitda, mais que o dobro do que foi observado no ano anterior. Durante uma teleconferência, a empresa informou que está considerando a venda de ativos como uma estratégia para mitigar sua situação financeira. No primeiro semestre de 2025, a Raízen já efetuou a venda da usina Leme e da MB, além de ter suspenso atividades na usina Santa Elisa.
Custos Operacionais da Cosan
Retornando à holding, a Cosan registrou R$ 78 milhões em despesas gerais e administrativas no 2T25, o que representa uma redução de R$ 34 milhões em relação ao mesmo período do ano anterior. Essa diminuição se deve, em parte, à redução do programa de remuneração de incentivo de longo prazo.
Além disso, a empresa reportou um resultado financeiro negativo de R$ 657 milhões, mostrando uma melhora em comparação ao prejuízo de R$ 1,5 bilhão registrado no 2T24.
Custo da Dívida Bruta
Dívida Líquida da Cosan
No fim de junho, a Cosan contabilizava uma dívida líquida de R$ 17,5 bilhões, apresentando uma significativa redução em comparação aos R$ 21,5 bilhões registrados no 2T24. Essa diminuição reflete não apenas as ações de gestão de passivos, mas também um esforço consciente para fortalecer a saúde financeira da companhia.
Ações Estratégicas Futuras
Com esses resultados, a Cosan e suas afiliadas enfrentam um cenário desafiador e estão sendo obrigadas a reavaliar suas estratégias operacionais e financeiras. Isso pode incluir novas vendas de ativos, otimização de despesas e renegociação de dívidas
Expectativas do Mercado
O mercado continuará a observar as movimentações da Cosan em relação à sua estratégia e à performance da Raízen, além dos impactos financeiros nos próximos trimestres. Especialistas alertam que uma recuperação nos resultados dependerá não apenas da gestão interna, mas também das condições econômicas e de mercado, especialmente no setor de energia e agronegócio. Em um contexto onde a volatilidade e a incerteza predominam, manter a agilidade e a adaptabilidade será crucial para que a Cosan consiga realinhar sua trajetória de crescimento.
Conclusão
O segundo trimestre de 2025 se revela um período crítico para a Cosan e suas subsidiárias, especialmente a Raízen. A necessidade de implementar medidas drásticas para reassumir a trajetória de lucros e ajustes nos negócios serão fundamentais para reverter o cenário atual. O olhar atento do mercado para a empresa, aliado a uma prudentemente estratégia de recuperação, será determinante para os passos futuros da Cosan.
