Expansão da Carteira de Crédito em Setembro
O saldo total da carteira de crédito no Brasil projeta uma expansão de 1,1% em setembro, conforme informações divulgadas pela Pesquisa Especial de Crédito realizada pela Federação Brasileira de Bancos (Febraban) nesta sexta-feira, 24 de outubro. Esse crescimento antecipa uma desaceleração no ritmo de aumento anual, que deverá passar de 10,1% para 9,9%. Esta marca representa o retorno ao crescimento em um único dígito pela primeira vez desde maio de 2024.
Levantamento Mensal e Dados do Banco Central
A pesquisa mensal coleta dados das principais instituições financeiras do país e serve como uma prévia da Nota de Crédito do Banco Central, a qual será divulgada no dia 29 de outubro.
Carteira de Pessoa Jurídica
Com a manutenção de juros elevados, o aumento da alíquota do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) e a concorrência com linhas de crédito direcionadas, a carteira de Pessoa Jurídica (PJ) que utiliza recursos livres deve continuar apresentando um “baixo dinamismo”, conforme apontado pela pesquisa. A expectativa é que o crescimento dessa carteira caia de 4,5% para 3,5% nos 12 meses acumulados até setembro. Para este mês, espera-se um aumento de 1,6% na carteira PJ livre. Esse incremento é favorecido pela sazonalidade positiva que ocorre com linhas de descontos de recebíveis, particularmente os riscos sacados, que costumam expandir no final dos trimestres.
Crescimento Total do Crédito às Empresas
O total de crédito destinado às empresas deve registrar uma alta de 1,7% em setembro. Esse aumento é impulsionado pela carteira que utiliza recursos direcionados, que deve crescer 1,8%. Esse resultado se deve a programas governamentais e o financiamento disponibilizado por meio do BNDES. Dessa forma, o crescimento previsto para a carteira PJ Direcionada deve acelerar de 16,2% para 17,8%, atingindo o maior índice de expansão em mais de quatro anos, desde junho de 2021.
Segmento de Pessoa Física
Em relação ao segmento de Pessoa Física (PF), a pesquisa espera um avanço de 0,7% na carteira destinada às famílias em setembro. Os recursos livres devem apresentar um aumento de 0,8%, enquanto os recursos direcionados projetam uma alta de 0,6%. No acumulado dos 12 meses, prevê-se uma desaceleração de 12,2% para 12% para a carteira PF, o que reflete uma deterioração na composição do crédito, sustentada por linhas de financiamento de maior risco, como as rotativas. A carteira PF direcionada deve desacelerar para 9,1% ao ano, a menor taxa desde julho de 2020, sendo pressionada pelo crédito rural, que enfrenta a problemática da alta inadimplência.
Impacto no Cenário Econômico
O desempenho recente da carteira de crédito reforça um cenário de cautela tanto para empresas quanto para famílias. Essa situação poderá impactar a demanda por empréstimos e financiamentos, além de influenciar o comportamento do mercado de títulos públicos e a cotação do dólar em relação ao real.
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Fonte: br.-.com
