Empréstimos para Os Correios
Para enfrentar o rombo bilionário amplamente reconhecido, os Correios planejam garantir empréstimos que totalizam R$ 20 bilhões. Essa operação será articulada pelo governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, do Partido dos Trabalhadores (PT).
Histórico de Prejuízos
Os Correios vêm registrando prejuízos significativos desde 2013, ano em que a estatal apresentou um déficit de R$ 313 milhões. Em 2014, o resultado se aproximou do equilíbrio financeiro, mas a situação deteriorou-se consideravelmente em 2015 e 2016, com rombos de R$ 2,1 bilhões e R$ 1,5 bilhões, respectivamente. Após um período de ajustes fiscais entre 2017 e 2021, a empresa voltou a registrar perdas em 2022, com um rombo final de R$ 767,5 milhões.
Os prejuízos alcançaram um nível alarmante em 2024, com um déficit que subiu de R$ 597 milhões em 2023 para R$ 2,6 bilhões no ano seguinte, representando um aumento de cerca de quatro vezes em relação ao ano anterior.

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🌎 Abrir minha conta NomadPara Elena Landau, economista e advogada, a filosofia do governo resulta em um rombo bilionário nas estatais, uma vez que as utiliza para gastos e expansão sem critérios adequados de eficiência no uso dos recursos disponíveis.
Causas dos Prejuízos
De acordo com especialistas, os prejuízos devem-se a uma combinação de fatores, incluindo má gestão ao longo dos anos e as mudanças tecnológicas que elevaram a competitividade no setor. Sérgio Vale, economista-chefe da consultoria MB Associados, afirma que a situação atual é resultado de uma má administração histórica, caracterizando um problema concreto enfrentado pelos Correios.
Elena Landau enfatizou que a transformação estrutural pela qual a empresa passa não começou em 2023, mas é um processo que vem se arrastando por um bom tempo.
Rombo Bilionário
Os Correios atribuem seu rombo “exclusivamente” à cobrança de 20% de imposto sobre compras internacionais que não ultrapassem o valor de US$ 50. Essa nova taxa, conhecida como “taxa das blusinhas”, foi aprovada no Congresso e sancionada pelo presidente Lula em 27 de junho.
A empresa informa que a queda de receita observada em 2024 é fruto da implementação desse novo marco regulatório para as compras internacionais, uma medida que, segundo a estatal, trouxe consequências negativas para sua operação, embora tenha proporcionado um impacto positivo para o comércio nacional.
A lógica é simples: a nova taxação sobre produtos internacionais de baixo valor resultou em uma diminuição nas compras e, consequentemente, em uma redução das entregas realizadas pelos Correios. No entanto, Sérgio Vale questiona essa explicação, já que outras empresas que oferecem serviços similares não apresentaram prejuízos consideráveis, como é o caso do Mercado Livre.
Além disso, Elena Landau ressalta que não se pode atribuir toda a responsabilidade pelas dificuldades financeiras apenas à nova legislação, pois existem problemas estruturais na gestão dos Correios que devem ser considerados.

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No início do ano, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva promoveu uma reunião com os presidentes de várias estatais, visando discutir a governança das empresas e a busca por alternativas para reverter os prejuízos enfrentados, especialmente no caso dos Correios.
Atualmente, membros do governo e o Conselho de Administração dos Correios estão avaliando uma nova estratégia de financiamento. Isso envolve um pedido de empréstimos a bancos, tanto públicos quanto privados, com uma garantia fornecida pelo Tesouro Nacional. O objetivo é estabilizar as contas da empresa nos anos de 2025 e 2026.
Conforme divulgado pelo jornal Folha de S. Paulo e confirmada pela CNN, o crédito solicitado é de R$ 10 bilhões para este ano e mais R$ 10 bilhões para o ano seguinte.
Sérgio Vale criticou a continuidade da injeção de recursos públicos na entidade, alegando que a existência dos Correios é cada vez mais questionável já que empresas privadas estão aptas a realizar os mesmos serviços com maior eficiência. Ele sugere que a privatização seja acelerada para solucionar esse problema.
Vale aponta que a realidade atual é distinta da de 30 ou 40 anos atrás, quando os Correios cumpriam um papel essencial no transporte de carga. Hoje, com a digitalização crescente, a função de uma empresa pública nesse setor tornou-se econômica e operacionalmente discutível.
Nova Gestão
Em setembro, o presidente Lula decidiu nomear Emmanoel Schmidt Rondon, um funcionário de carreira do Banco do Brasil, para assumir a presidência dos Correios, substituindo Fabiano Silva dos Santos. A escolha de um perfil técnico para esse cargo foi uma tentativa do governo de afastar percepções de que as nomeações para posições estratégicas nas estatais fossem meramente políticas.
O principal desafio enfrentado por Emmanoel Schmidt Rondon será lidar com a herança de prejuízos que a empresa acumula. Além das negociações para obter empréstimos na ordem de R$ 20 bilhões, foi divulgado um plano para a venda de imóveis, um programa de demissões voluntárias e o lançamento de uma plataforma de marketplace em parceria com a Infracommerce.
Ademais, estão sendo discutidas parcerias com o Novo Banco de Desenvolvimento (NDB), que visam captar R$ 3,8 bilhões em investimentos, com o processo já em andamento.
As iniciativas contidas no plano de redução de despesas podem gerar economias significativas, que poderiam alcançar até R$ 1,5 bilhão em 2025, conforme a administração da estatal. Contudo, a avaliação no Planalto indica que essas medidas podem ter chegado em um momento tardio para serem efetivas.
Fonte: www.cnnbrasil.com.br
