Déficit Primário do Governo Central em Agosto
O governo central registrou um déficit primário de R$ 15,564 bilhões no mês de agosto, conforme informou o Tesouro Nacional nesta segunda-feira. Esse valor ficou abaixo das expectativas do mercado e também foi inferior ao saldo negativo registrado no mesmo mês de 2024, sendo que as receitas foram impulsionadas por um aumento significativo na arrecadação de dividendos.
Expectativa do Mercado
Economistas entrevistados pela Reuters previam um déficit de R$ 20,400 bilhões para o mês de agosto. Em comparação, em agosto do ano passado, o governo central, que abrange o Tesouro Nacional, o Banco Central e a Previdência Social, apresentou um saldo negativo de R$ 22,162 bilhões.
Receitas e Despesas
O desempenho observado no último mês resultou em receitas líquidas, que excluem as transferências para os governos regionais, totalizando R$ 174,192 bilhões. Isso representa um aumento real de 11,1% em relação ao mesmo período do ano anterior, enquanto as despesas totais chegaram a R$ 189,756 bilhões, resultando em um aumento de 5,3%.
Diferenças na Arrecadação
Após a Receita Federal ter comunicado uma queda real de 1,53% nas receitas administradas pelo órgão durante agosto, o Tesouro Nacional reportou uma alta de 4,1% nas suas receitas. Segundo o secretário do Tesouro, Rogério Ceron, essa diferença ocorre porque a Receita Federal analisa os números de forma bruta, enquanto o Tesouro considera os ajustes referentes a restituições de impostos.
“Mas não muda o cenário de cautela em relação ao comportamento de arrecadação”, afirmou Ceron em entrevista a jornalistas.
Impacto da Arrecadação de Dividendos
Outro fator importante para a redução do déficit em agosto foi o aumento da arrecadação de dividendos, que cresceu 182% em relação ao período anterior, totalizando R$ 9,828 bilhões. Isso inclui os pagamentos de R$ 6,8 bilhões do BNDES e R$ 1,2 bilhão da Eletrobras.
Aumento das Despesas
O crescimento das despesas totais foi refletido por um aumento real de 2,9% nos pagamentos de benefícios previdenciários, o que equivale a R$ 2,2 bilhões, além de um aumento de 7,6% nas despesas com pessoal e encargos sociais, também no valor de R$ 2,2 bilhões. As despesas discricionárias, por sua vez, tiveram um crescimento expressivo de 74,5%, resultando em R$ 8,120 bilhões.
Resultados Acumulados em 12 Meses
No acumulado dos últimos 12 meses, o resultado primário apresentou um déficit de R$ 26,6 bilhões, o que corresponde a 0,25% do Produto Interno Bruto (PIB).
Fonte: www.moneytimes.com.br