Deutsche Bank observa semelhanças entre ouro e Bitcoin com o aumento das reservas de ouro pelos bancos centrais.

Deutsche Bank observa semelhanças entre ouro e Bitcoin com o aumento das reservas de ouro pelos bancos centrais.

by André Vasconcellos
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Análise da Reserva em Ouro dos Bancos Centrais

Os bancos centrais globais estão expandindo suas reservas de ouro em um ritmo não observado nas últimas décadas, uma tendência que pode ter implicações significativas para o Bitcoin, segundo um novo relatório do Deutsche Bank.

Os estrategistas do banco observaram que a participação do ouro nas reservas dos bancos centrais subiu para 24% no segundo trimestre, seu nível mais alto desde a década de 1990, indicando uma renovada confiança no metal precioso em meio a dinâmicas monetárias globais em mudança.

As descobertas do Deutsche Bank destacam como o ressurgimento do ouro e o momento do Bitcoin em 2025 compartilham várias características comuns, especialmente à medida que investidores e formuladores de políticas buscam alternativas de armazenamento de valor em um ambiente econômico incerto.

Aumento das Acumulações de Ouro pelos Bancos Centrais

O relatório indica que a demanda oficial por ouro dobrou em comparação à média de 2011 a 2021, sinalizando um esforço intensificado por parte dos bancos centrais para diversificarem suas reservas além das moedas fiduciárias.

Os estrategistas descreveram isso como uma “mudança significativa nas finanças globais”, ecoando padrões observados ao longo do século XX, quando o ouro desempenhou um papel dominante nas reservas globais.

A renovada acumulação de ouro coincide com sua ascensão além das máximas históricas ajustadas pela inflação.

Embora os preços do ouro tenham estabelecido recordes nominais nos últimos anos, o Deutsche Bank destacou que apenas recentemente o metal superou seu pico ajustado pela real desde 1980.

“Foi apenas nas últimas semanas que o ouro finalmente superou suas máximas históricas ajustadas em cerca de 45 anos atrás”, escreveram os estrategistas do banco.

Eles atribuíram a lacuna de décadas entre esses marcos a uma combinação de fatores, incluindo vendas de ouro por bancos centrais, desinvestimentos institucionais e à ascensão da era da moeda fiduciária.

O relatório também recordou que o papel formal do ouro como ativo de reserva terminou em 1979, quando o Fundo Monetário Internacional (FMI) proibiu os países membros de vincular suas taxas de câmbio ao ouro — uma mudança que selou o fim do sistema de Bretton Woods.

Bitcoin como um Paralelo Moderno ao Ouro

A macroestrategista do Deutsche Bank, Marion Laboure, explorou possíveis paralelos entre o ouro e o Bitcoin em um relatório intitulado “O reinado do Ouro, a ascensão do Bitcoin”.

Ela observou que ambos os ativos apresentaram padrões de desempenho de longo prazo semelhantes desde suas origens e compartilham uma reputação de alta volatilidade e períodos de desempenho abaixo do esperado.

Laboure enfatizou que tanto o ouro quanto o Bitcoin têm uma baixa correlação com ativos financeiros tradicionais, tornando-os opções atrativas para diversificação.

Essas características compartilhadas, sugeriu ela, contribuem para sua atratividade como potenciais ativos de “porto seguro” em tempos de incerteza nos mercados.

Embora Laboure reconheça que a volatilidade do Bitcoin e a falta de lastro continuem sendo preocupações importantes, ela notou que a volatilidade caiu para níveis historicamente baixos.

Outros desafios — incluindo adoção limitada, comportamento especulativo, riscos de cibersegurança e restrições de liquidez — continuam a limitar a adequação do Bitcoin como um ativo de reserva convencional, mas sua trajetória tem atraído cada vez mais a atenção institucional.

Perspectivas Futuras: Bitcoin e Ouro nas Reservas dos Bancos Centrais até 2030?

Apesar do ceticismo persistente entre os formuladores de políticas, Laboure previu que tanto o Bitcoin quanto o ouro poderiam estar presentes nos balanços dos bancos centrais até 2030.

A previsão reflete uma convergência gradual entre reservas de valor tradicionais e digitais, especialmente à medida que a adoção institucional do Bitcoin se expande e os governos exploram formas de diversificar suas reservas.

No entanto, ela alertou que a volatilidade do Bitcoin e seu perfil de risco percebido permanecem barreiras-chave para os bancos centrais, cujo principal mandato é preservar a estabilidade do capital.

Fonte: coinjournal.net

As informações apresentadas neste artigo têm caráter educativo e informativo. Não constituem recomendação de compra, venda ou manutenção de ativos financeiros. O mercado de capitais envolve riscos e cada investidor deve avaliar cuidadosamente seus objetivos, perfil e tolerância ao risco antes de tomar decisões. Sempre consulte profissionais qualificados antes de realizar qualquer investimento.

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