Importância dos Dividendos nas Ações
A razão existencial das ações é gerar dividendos. Embora nem todas as empresas realizem a distribuição de proventos, quando isso acontece, os resultados podem surpreender aqueles que apenas consideram a valorização das ações. Para empresas que já superaram a fase de crescimento acelerado e começaram a remunerar seus acionistas, o efeito acumulado dos dividendos reinvestidos é significativamente mais expressivo do que aparenta inicialmente.
Exemplo da Petrobras
Um exemplo marcante dessa realidade é a Petrobras (BOV:PETR4 | BOV:PETR3 | NYSE:PBR). Nos últimos cinco anos, as ações da estatal apresentaram uma valorização de 43%. Contudo, ao incluir dividendos e juros sobre capital próprio, e reinvestir esses proventos, o retorno patrimonial salta para impressionantes 409% – o que representa 670% do CDI no mesmo período. Este modelo de reinvestimento demonstra o real potencial que os dividendos podem ter nos investimentos.
Banco do Brasil e seu Desempenho
Outro caso exemplificativo é o Banco do Brasil (BOV:BBAS3), que desde 2020 acumula uma alta de 31%. Esse resultado, no entanto, é afetado por algumas quedas recentes que impactaram suas ações. Mesmo assim, o reinvestimento dos dividendos amplifica os ganhos, fazendo-os mais do que triplicar e atingir 103% no período, equivalendo a 170% do CDI. Isso evidencia como a prática de reinvestir proventos pode proporcionar um retorno ainda mais robusto aos acionistas.
Desvalorização e o Caso da Vale
Esse princípio de valorização através de dividendos também se aplica em cenários de desvalorização. As ações da Vale (BOV:VALE3) sofreram uma queda de 7% desde 2020; no entanto, ao levar em consideração os dividendos, o investidor viu um ganho acumulado de 59%, o que corresponde a 96% do CDI. Isso reforça a ideia de que, além de aumentar os ganhos durante períodos de alta, os dividendos podem ajudar a atenuar os impactos das quedas no valor das ações.
Impacto dos Dividendos no Mercado
Esse cenário revela que o poder dos dividendos vai além da mera distribuição periódica. Eles têm o potencial de transformar retornos medianos em ganhos consistentes, além de suavizar perdas em tempos de tumulto econômico. Em um mercado onde fundos multimercados e de ações enfrentam dificuldades para superar o CDI, exemplos como os da Petrobras, Banco do Brasil e Vale ressaltam a importância de observar não apenas a cotação das ações, mas também a política de distribuição de resultados das empresas.
No contexto atual, em que os investidores permanecem atentos às dinâmicas dos dividendos e à expectativa de novas distribuições relevantes, essa análise torna-se ainda mais relevante. Os dados apresentados destacam a forma como a estratégia de reinvestimento pode ser determinante para alcançar resultados de longo prazo no mercado de ações.
