Dólar enfraquece com a continuidade do 'shutdown' nos EUA e sofre leve queda para R$ 5,33.

Dólar enfraquece com a continuidade do ‘shutdown’ nos EUA e sofre leve queda para R$ 5,33.

by Ricardo Almeida
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Dólar Interrompe Sequência de Ganhos

O dólar interrompeu sua sequência de ganhos, em meio à expectativa de que a interrupção dos serviços governamentais nos Estados Unidos, conhecida como shutdown, continue pelo menos durante a próxima semana. O cenário eleitoral e novos dados econômicos do Brasil proporcionaram um fôlego momentâneo ao real.

Nesta sexta-feira (3), o dólar à vista (USDBRL) fechou as negociações cotado a R$ 5,33966, representando uma queda de 0,05%.

Esse movimento do câmbio acompanhou a tendência observada no mercado internacional. Por volta das 17h (horário de Brasília), o DXY, que é um indicador que compara o valor do dólar a uma cesta de seis divisas globais, como o euro e a libra, apresentava uma queda de 0,16%, marcando 97,691 pontos.

Na soma da semana, a moeda norte-americana acumulou uma baixa de 0,03% em relação ao real.

Fatores que Influenciaram o Dólar

A interrupção dos serviços do governo norte-americano, que teve início na quarta-feira (1º), deve se estender até a próxima semana, trazendo incertezas ao mercado financeiro.

No mesmo dia, o Senado dos Estados Unidos rejeitou novamente duas propostas orçamentárias que poderiam ter encerrado o shutdown, o que indica que a paralisação dos serviços federais continua. Até o momento, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, congelou US$ 26 bilhões de recursos que estavam direcionados a estados com viés democrata e ameaçou demitir mais funcionários federais. Essa medida se soma aos 300.000 empregados que serão dispensados até o final do ano.

Essa paralisação, a 15ª desde 1981, não apenas está afetando diversas atividades do governo, como também suspendeu atividades essenciais, incluindo pesquisas científicas e a divulgação de relatórios sobre dados econômicos, além de atividades relacionadas à regulamentação financeira. A falta de dados econômicos pode impactar a próxima decisão do Federal Reserve (Fed), o banco central dos Estados Unidos, prevista para o final do mês.

Além desse cenário, novas declarações de membros do Fed também captaram a atenção dos investidores. O vice-presidente do Fed, Philip Jefferson, alertou que o mercado de trabalho nos Estados Unidos poderá enfrentar dificuldades se não houver suporte por meio da política monetária.

Em comentários que seriam apresentados na LeBow College of Business da Drexel University, Jefferson reiterou os pontos mencionados no início da semana, destacando que a inflação está acima da meta de 2% do Fed, e que o mercado de trabalho parece estar em fraqueza. “Ambos os lados de nosso mandato estão sob pressão”, afirmou Jefferson, acrescentando que “vejo os riscos para o emprego como inclinados para o lado negativo e os riscos para a inflação para o lado positivo”. Ele considerou que a decisão de cortar 0,25 ponto percentual na taxa de juros na última reunião foi apropriada para suportar o mercado de trabalho, adotando uma postura cautelosa, mantendo um equilíbrio necessário para promover os objetivos do mandato do Fed.

Cenário Econômico no Brasil

No Brasil, o cenário eleitoral continuou a ser um tema de destaque no mercado. A possibilidade de que o ex-presidente Jair Bolsonaro tenha endossado a candidatura de Tarcísio de Freitas (Republicanos) para as eleições presidenciais de 2026, condicionando essa conversa à candidatura da ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro como vice-presidente, influenciou as negociações.

Além dos desdobramentos eleitorais, a situação fiscal também foi um elemento impactante no câmbio, assim como dados econômicos recentes. Relatórios indicam que a produção industrial do Brasil teve um crescimento superior ao esperado em agosto, após quatro meses de desempenho fraco.

No referido mês, a indústria nacional obteve um aumento de 0,8% em comparação ao mês anterior, resultado que superou as expectativas de uma alta de 0,3%, conforme pesquisa realizada pela Reuters. Esse é o maior avanço mensal desde março, quando a produção industrial cresceu 1,7%.

A analista de Macroeconomia da InvestSmart XP, Sara Paixão, avaliou que esse resultado reforça a postura cautelosa adotada pelo Comitê de Política Monetária (Copom) em relação à taxa Selic.

“Apesar de os dados indicarem uma desaceleração na atividade econômica prevista para o segundo semestre, ainda existe volatilidade nos indicadores, e o mercado de trabalho continua aquecido. Contudo, de forma geral, o desempenho da indústria em agosto não deve alterar a tendência de enfraquecimento que tem sido observada nos últimos meses. Isso se deve, principalmente, à taxa de juros em patamares restritivos, que tende a limitar a expansão do crédito”, concluiu a analista.

Fonte: www.moneytimes.com.br

As informações apresentadas neste artigo têm caráter educativo e informativo. Não constituem recomendação de compra, venda ou manutenção de ativos financeiros. O mercado de capitais envolve riscos e cada investidor deve avaliar cuidadosamente seus objetivos, perfil e tolerância ao risco antes de tomar decisões. Sempre consulte profissionais qualificados antes de realizar qualquer investimento.

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