Dólar apresenta mais uma queda
O dólar registrou mais uma sessão de desvalorização, acompanhando a continuidade da paralisação do governo dos Estados Unidos e a aproximação entre o presidente norte-americano, Donald Trump, e o presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva.
Nesta segunda-feira, dia 6, a cotação do dólar à vista (USDBRL) encerrou o dia cotada a R$ 5,3107, apresentando uma queda de 0,49%. Este comportamento do câmbio contrasta com a tendência observada no mercado internacional. Por volta das 17h, no horário de Brasília, o DXY, indicador que mede o valor do dólar em relação a uma cesta de seis moedas globais, como euro e libra, registrava um aumento de 0,38%, alcançando o patamar de 98,105 pontos.
Análise do dia
Relação comercial Brasil e Estados Unidos
A relação comercial entre Brasil e Estados Unidos foi um dos principais fatores que influenciaram a cotação do dólar nesta data. Lula e Trump realizaram uma videoconferência que durou 30 minutos pela manhã. De acordo com o comunicado do Palácio do Planalto, a conversa teve um “tom amistoso”. Os dois presidentes relembraram a boa impressão mútua que tiveram durante o encontro na Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU), realizada em Nova York.
O presidente dos Estados Unidos descreveu a conversa como “muito boa”. Durante a reunião, foram discutidos temas de relevância econômica e comercial. Trump destacou em sua plataforma de mídia social que haverá mais discussões futuras e que eles se encontrarão em breve, seja no Brasil ou nos Estados Unidos.
Dados econômicos impactantes
Os dados econômicos também tiveram grande peso na movimentação do câmbio. A balança comercial do Brasil apresentou um superávit de US$ 2,99 bilhões em setembro, representando uma queda de 41,1% em relação ao saldo do mesmo mês do ano anterior. Essa informação foi divulgada pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços. O resultado superou as expectativas de economistas que consultados pela Reuters, esperavam um superávit menor, de US$ 2,65 bilhões.
Outro ponto importante foi a revisão das projeções de inflação feita por economistas ouvidos pelo Banco Central (BC). As expectativas para a inflação caíram de 4,81% para 4,80% neste ano, segundo dados do Boletim Focus. As previsões para o câmbio também foram revisadas para baixo, com o mercado projetando que o dólar em relação ao real será cotado a R$ 5,45 em 2025 e R$ 5,53 em 2026. As estimativas para os anos de 2027 e 2028 foram fixadas em R$ 5,56 por dólar.
Além desses aspectos, as perspectivas em relação ao Produto Interno Bruto (PIB) e à taxa Selic permanecem estáveis, sem alterações significativas.
Fatores externos
O real brasileiro teve uma leve recuperação acompanhando a alta dos preços do petróleo no mercado internacional. No entanto, o cenário externo continua complicado. O governo dos Estados Unidos se encontra em um estado de paralisação (shutdown), que iniciou no dia 1º de outubro, completando seis dias de impasse entre os partidos republicano e democrata no Congresso. A Casa Branca ameaça intensificar a pressão com demissões em massa de funcionários federais.
Além disso, na França, a nova administração liderada por Sebastien Lecornu, o atual primeiro-ministro, renunciou. Essa decisão ocorreu horas após a formação do novo gabinete, o que agrava ainda mais a crise política na França.
Fonte: www.moneytimes.com.br
