O dólar americano enfraqueceu ainda mais na sexta-feira, dia 17 de outubro de 2025, se encaminhando para sua maior queda semanal em quase três meses. Este movimento ocorre em um contexto de renovada ansiedade sobre o setor bancário, o que reforçou as expectativas de cortes adicionais nas taxas de juros pelo Federal Reserve (Fed) ainda este ano.
Às 05h10 (horário de Brasília), o Índice do Dólar Americano, que serve como um indicador da força do dólar em relação a seis principais moedas, registrou uma queda de 0,1%, atingindo o valor de 97,975. Dessa forma, o índice acumulou uma redução de 0,7% nesta semana, sinalizando a possibilidade de um declínio contínuo, que já não ocorria desde o final de julho.
Estresse bancário regional pesa sobre o dólar
O dólar enfrentou pressão adicional à medida que os investidores assimilaram sinais preocupantes relacionados ao setor bancário regional dos Estados Unidos. As instituições Zions Bancorporation (NASDAQ:ZION) (BOV:Z1IO34) e Western Alliance Bancorporation (NYSE:WAL) (BOV:WABC34) tornaram pública a ocorrência de problemas com empréstimos associados a fraudes, suscitando novas dúvidas sobre a estabilidade financeira diante da desaceleração observada no crescimento econômico dos Estados Unidos.
Analistas do ING Group afirmaram que “o contágio para outros ativos de risco demonstra não apenas que os mercados ainda estão sensíveis às inquietações referentes aos bancos regionais (um legado do colapso do SVB em 2023), mas que isso pode afetar também o mercado de crédito mais amplo, que tem operado com spreads excepcionalmente apertados nos últimos meses”.
Além disso, as tensões comerciais globais, combinadas com dados econômicos fracos, fortaleceram os argumentos em favor de uma flexibilização ainda mais acentuada da política monetária pelo Federal Reserve.
Os analistas acrescentaram: “Em um ambiente tão volátil, torna-se difícil prever um piso para o USD. O DXY [índice do dólar] pode necessitar recuar até 97,50 antes de encontrar um suporte robusto, exceto se forem divulgadas notícias encorajadoras nos Estados Unidos ao longo do dia”.
O euro ganha um impulso político
O par EUR/USD apresentou uma alta de 0,2%, alcançando o patamar de 1,1713, após o primeiro-ministro francês, Sébastien Lecornu, ter sobrevivido a dois votos de desconfiança na quinta-feira. Lecornu concordou em adiar a implementação de uma relevante reforma previdenciária.
De acordo com análises do ING, “isso é… o suficiente para fazer o euro precificar uma boa parte do prêmio de risco francês e, salvo um novo colapso do governo até o final do ano, isso deverá permitir que o par EUR/USD volte suas atenções para os fatores tradicionais do mercado, como taxas e ações”.
A moeda única europeia também recebeu um apoio adicional devido a eventos diplomáticos: o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e o presidente da Rússia, Vladimir Putin, estão programados para se reunir nas próximas semanas, com o objetivo de discutir uma possível resolução para o conflito na Ucrânia.
Por outro lado, o par GBP/USD caiu 0,1%, situando-se em 1,3424, perdendo parte dos ganhos conquistados na quinta-feira, após novos dados apontarem que a economia do Reino Unido voltou a apresentar um crescimento modesto em agosto.
Iene se recupera antes da reunião do BOJ
O iene japonês registrou uma valorização significativa, fazendo com que o par USD/JPY recuasse 0,6%, atingindo a marca de 149,60. Essa movimentação aconteceu após o presidente do Banco do Japão, Kazuo Ueda, ter afirmado que o banco central continuará a aumentar as taxas de juros caso as expectativas sobre as perspectivas econômicas melhorem.
Ainda que Ueda não tenha especificado um cronograma claro ou o tamanho do aumento das taxas a ser realizado, seus comentários contribuíram para oferecer suporte ao iene, especialmente com a aproximação da próxima reunião de política monetária do Banco do Japão, marcada para o final de outubro.
Movimentos mistos entre outras especialidades
O par USD/CNY viu um aumento de 0,1%, alcançando a cotação de 7,1269, com o yuan apresentando poucas alterações ao longo da semana. Esse comportamento foi influenciado pela combinação de fixações mais firmes no ponto médio, que foram contrabalançadas por dados fracos de inflação e pela intensificação das tensões comerciais entre os Estados Unidos e a China.
Além disso, o par AUD/USD caiu 0,5%, atingindo a cotação de 0,6449, com o dólar australiano sob pressão devido a dados insatisfatórios sobre o mercado de trabalho, o que intensificou as apostas do mercado em uma nova flexibilização monetária por parte do Banco da Reserva da Austrália.
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Fonte: br.-.com