Banco do Brasil: Análise do Citi
O Banco do Brasil (BBAS3) enfrenta desafios recentes, especialmente em decorrência do aumento da inadimplência no setor do agronegócio. No entanto, a instituição financeira recebeu uma análise otimista do banco de investimento Citi, indicando que o momento adequado para adquirir ações do banco chegou.
Recomendação de Compra
O Citi atualizou sua recomendação, que antes era neutra, para compra. O novo preço-alvo foi estipulado em R$ 29, um aumento em comparação aos R$ 22 anteriores. Essa mudança representa um potencial de valorização de 32% em relação ao fechamento mais recente das ações.
Medida Provisória do Governo
Segundo os analistas, a recente medida provisória do Governo, divulgada na semana passada, foi um fator crucial para essa nova perspectiva. No total, o governo anunciou um incentivo de R$ 12 bilhões com a intenção de apoiar até 100 mil agricultores, com foco especial em pequenos e médios agricultores.
Detalhes dos Programas de Crédito
Os programas de crédito incluem:
Pronaf (Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar): proporcionará acesso a créditos de até R$ 250 mil com juros de 6% ao ano.
Pronamp (Programa Nacional de Apoio ao Médio Produtor Rural): permitirá que médios produtores possam receber até R$ 1,5 milhão com taxa de juros de 8% ao ano.
- Outros produtores financeiros terão acesso a empréstimos de até R$ 3 milhões com juros de 10% ao ano, com um prazo máximo de quitação de nove anos, incluindo um período de carência de um ano.
Os analistas do Citi avaliam que essas medidas proporcionam um alívio significativo para o banco, já que podem resultar em uma redução do custo de risco e um aumento na capitalização até o ano de 2026. A expectativa é de que uma adição significativa aos programas possa normalizar os custos de risco do Banco do Brasil, levando a lucros superiores às previsões de mercado para o ano de 2026.
Projeções de Lucro
Os analistas projetam um lucro líquido de R$ 29,3 bilhões para 2026, o que representa um aumento de 9% em relação ao consenso existente da Bloomberg, baseado em um custo de risco ajustado. Para o terceiro trimestre atual, o Citi estima que as provisões sejam de R$ 16 bilhões, ligeiramente acima dos R$ 15,9 bilhões registrados no trimestre anterior.
De acordo com as análises do Citi, as ações do Banco do Brasil estão sendo negociadas a 4,2 vezes o lucro por ação, implicando um lucro líquido projetado de R$ 25,1 bilhões para 2026, resultando em um retorno sobre o patrimônio (ROE) de 12%.
Previsões de Volatilidade
Apesar do otimismo a longo prazo, o Citi alerta que a instituição poderá enfrentar meses de volatilidade. Os analistas do banco consideram que o terceiro trimestre de 2025, especialmente o mês de julho, pode ser um momento crítico para a rentabilidade do Banco do Brasil.
A expectativa é que o próximo balanço mostre um ligeiro aumento nas despesas com provisão, elevando-as para cerca de R$ 16 bilhões até o fim de setembro. Além disso, o Citi evidência a existência de riscos persistentes que estão à frente do Banco do Brasil e que poderão levar tempo para serem esclarecidos.
Adoção do Programa do Governo
Para os analistas do Citi, um dos pontos importantes a ser monitorado é a taxa de adoção do programa do governo pelos clientes, bem como a evolução do desempenho de crédito no banco. Também será fundamental acompanhar potenciais pressões adicionais que possam surgir no segmento de crédito corporativo, principalmente relacionadas às pequenas e médias empresas (PMEs), que representam aproximadamente 11% do total de empréstimos concedidos.
A análise conclui que a atenção deve ser voltada tanto para a captação dos novos recursos disponibilizados pelo governo quanto à manter a qualidade dos ativos.