O empresariado brasileiro mantém uma postura cautelosa em relação às expectativas sobre os resultados práticos do encontro entre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, do Partido dos Trabalhadores (PT), e Donald Trump, ex-presidente dos Estados Unidos, ocorrido no último domingo (26) na Malásia. O principal foco da atenção dos empresários gira em torno das possíveis alterações nas sobretaxas impostas pelos Estados Unidos sobre uma gama de produtos brasileiros. Essa análise foi realizada por Victor Irajá no programa Bastidores CNN.
Entre as possibilidades que estão em discussão, encontra-se a reavaliação da sobretaxa de 50% ou a inclusão de novos produtos brasileiros na lista de exceções, que atualmente abrange aproximadamente 700 itens. “Essa é uma expectativa positiva, mas ainda cautelosa, dos empresários”, observou Irajá.
Antes deste encontro histórico, o Brasil enfrentava sérias dificuldades até mesmo para estabelecer diálogo com representantes do segundo escalão do governo americano. A mudança nesse cenário foi impulsionada pela pressão conjunta dos setores empresariais brasileiro e americano, que buscaram fortalecer o relacionamento comercial entre os dois países.
Pressões internas nos EUA
O presidente Donald Trump está lidando com crescentes pressões em seu mercado interno, derivadas do aumento significativo nos preços ao consumidor. Em agosto, o café apresentou um aumento de 21% em relação ao mesmo período do ano anterior, enquanto as carnes variaram entre 13% e 18,4% de aumento de preço.
Além disso, o setor manufatureiro dos Estados Unidos também expressa preocupações sobre o impacto das sobretaxas. José Velloso, presidente executivo da Abimaq (Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos), ressaltou que diversos produtos industriais provenientes do Brasil são indispensáveis para as cadeias produtivas nos Estados Unidos. Essa interdependência se evidencia tanto no setor do agronegócio quanto na indústria de maneira geral.
Fonte: www.cnnbrasil.com.br
