Enquanto uns se lamentam, outros aproveitam a oportunidade: como a Inter (INBR32) pretende lidar com o furacão Trump, de acordo com João Menin.

Enquanto uns se lamentam, outros aproveitam a oportunidade: como a Inter (INBR32) pretende lidar com o furacão Trump, de acordo com João Menin.

by Ricardo Almeida
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Mudanças nas Relações Comerciais entre Brasil e Estados Unidos

Fatores de Desestabilização

Historicamente, os Estados Unidos foram vistos como um símbolo de estabilidade. No entanto, recentemente, essa percepção mudou, e a economia norte-americana passou a ser vista como um potencial fator de desestabilização.

O ex-presidente Donald Trump implementou uma ampliação em sua agenda de tarifas, afetando diretamente o Brasil, que, até então, não figurava entre os principais alvos dessa política econômica. Taxas de até 50% foram impostas, impactando vários setores.

Desafios para Empresas Brasileiras

No contexto de uma relação entre Brasil e Estados Unidos considerada a mais frágil em pelo menos cinco décadas, diversas empresas brasileiras que atuam no mercado americano enfrentam desafios significativos.

Um exemplo notável é o banco digital Inter, que é listado na Bolsa brasileira sob o código INBR32. A empresa é um dos casos mais evidentes de como as tensões comerciais podem impactar negócios que buscam expandir suas operações nos Estados Unidos.

Estratégia Global do Inter

Expansão nos Estados Unidos

Desde 2021, o Inter adquiriu a plataforma Usend, marcando um passo importante rumo à ampliação de sua presença nos Estados Unidos. Essa iniciativa faz parte de uma estratégia interna que visa não apenas internacionalizar a marca, mas também replicar seu modelo de negócios que tem sido bem-sucedido no Brasil em outros mercados.

Os Estados Unidos se configuram como um destino estratégico para essa expansão, vantagens como sua posição de centro financeiro global e a existência de uma grande comunidade de brasileiros. Além disso, o país é um polo de inovação tecnológica, elemento vital para a operação de plataformas digitais como o Inter.

Preparação para Crescimento

João Menin, CEO global do Inter, atualmente baseado em Miami, expressa cautela em relação às tarifas, mas demonstra confiança na capacidade da empresa de crescer independentemente do cenário econômico.

"A incerteza criada pelas políticas de Trump afetou o mundo como um todo. Para o Inter, o que é essencial é oferecer produtos que realmente beneficiem nossos consumidores", declarou.

Resultados em um Mercado Desafiador

Crescimento Sustentável no Brasil

Menin argumenta que o desempenho do Inter no Brasil, diante de um crescimento econômico médio abaixo de 1% nos últimos dez anos, é um testemunho da resiliência da instituição. A carteira de crédito do banco, por exemplo, aumentou de R$ 9,4 bilhões em 2020 para R$ 40 bilhões no segundo trimestre de 2025.

“Estamos gerando valor mesmo em um cenário com pouco crescimento. A chave é entender como podemos agregar mais valor aos nossos clientes”, afirmou.

Foco no Cliente

O CEO enfatiza que as mudanças no cenário econômico exigem um foco contínuo em como trazer benefícios diretos aos clientes, apesar das incertezas do ambiente. "O que podemos controlar é o que acontece dentro da nossa operação. O que está fora do nosso controle deve ser monitorado, mas não devemos deixar que isso impeça nosso crescimento."

Reações às Relações Bilaterais

Preocupações e Respostas

Na entrevista com o veículo de comunicação Money Times, Menin reconheceu as preocupações geradas pelo deterioro das relações entre Brasil e Estados Unidos. A equipe econômica do banco, liderada pela economista-chefe, está constantemente avaliando os riscos envolvidos e buscando soluções.

Ele utilizou uma metáfora para ilustrar a situação: “Tem quem vende lenço e tem quem chora. Nosso papel é seguir vendendo lenço”.

Questões Fiscais e Regulatórias

Uma das incertezas atuais mencionadas pelo executivo envolve o aumento do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF), que provocou tensões no mercado e entre a equipe econômica do governo. Menin observou que, apesar das dificuldades, a estrutura dos produtos oferecidos pelo Inter permite que os clientes operem com maior facilidade.

Desafios Regulatórios

Impacto da Lei Magnitsky

Outro elemento de preocupação para as instituições que operam em ambos os países é a aplicação da Lei Magnitsky, particularmente em relação a autoridades brasileiras, como o ministro do Supremo Tribunal Federal, Alexandre de Moraes. O Departamento do Tesouro dos Estados Unidos questionou bancos brasileiros sobre suas transações envolvendo essa legislação.

Menin indicou que essa é uma questão nova para o setor bancário, mas que a empresa está atenta e monitorando a situação. "Precisamos acompanhar as mudanças, mas até agora não notamos impactos em nossa operação", declarou.

Vigilância e Conformidade

O executivo destacou que o Inter está comprometido a seguir rigorosamente as regras que afetam seus negócios. “Atualmente, estamos em uma fase de observação. É muito desafiador prever o impacto das mudanças, então estamos focados em entender mais sobre o cenário e responder adequadamente”, concluiu.

As informações apresentadas neste artigo têm caráter educativo e informativo. Não constituem recomendação de compra, venda ou manutenção de ativos financeiros. O mercado de capitais envolve riscos e cada investidor deve avaliar cuidadosamente seus objetivos, perfil e tolerância ao risco antes de tomar decisões. Sempre consulte profissionais qualificados antes de realizar qualquer investimento.

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