Revogação de Vistos pelo Governo dos EUA
O governo dos Estados Unidos decidiu cancelar o visto do advogado-geral da União, Jorge Messias, conforme informação divulgada nesta segunda-feira (22) pela Agência Reuters. De acordo com uma autoridade de alto escalão da administração do ex-presidente Donald Trump, mais cinco autoridades atuais e antigas do Judiciário brasileiro também terão seus vistos revogados, embora seus nomes não tenham sido tornados públicos.
Sancões Anteriores
Antes dessa nova medida, Washington já havia revogado os vistos de ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), tais como Alexandre de Moraes, Gilmar Mendes, Flávio Dino, Luis Roberto Barroso, Edson Fachin, Dias Toffoli, Cristiano Zanin e Cármen Lúcia. Além disso, outras personalidades ligadas ao governo brasileiro também foram alvo de sanções semelhantes.
Jorge Messias qualificou essas ações como parte de "um desarrazoado conjunto de ações unilaterais, totalmente incompatíveis com a pacífica e harmoniosa condução de relações diplomáticas e econômicas edificadas ao longo de 200 anos entre os dois países".
Retaliações do Governo Trump
O cancelamento de vistos é mais uma ação de retaliação promovida pela gestão Trump contra o Brasil, em resposta ao julgamento e condenação do ex-presidente Jair Bolsonaro e de seus aliados pela tentativa de golpe de Estado. Entre as medidas que têm sido adotadas, destaca-se a imposição de uma taxação de 50% sobre produtos brasileiros exportados aos Estados Unidos. O governo norte-americano também justifica que decisões recentes no Brasil estão prejudicando grandes empresas de tecnologia.
Lei Magnitsky e Novas Sanções
Na mesma segunda-feira (22), a administração Trump anunciou sanções com base na Lei Magnitsky. Essas sanções atingem a advogada Viviane Barci de Moraes, esposa do ministro Alexandre de Moraes, e também o Instituto Lex, que está relacionado à família do magistrado. Desde 30 de julho, o ministro já é alvo das sanções, que incluem o bloqueio de ativos e contas bancárias nos Estados Unidos, além da proibição de transações financeiras com empresas norte-americanas para os sancionados, e a restrição de entrada no país.
O secretário do Tesouro dos EUA, Scott Bessent, reafirmou a posição da Casa Branca, afirmando: "O governo norte-americano continuará a mirar indivíduos que fornecem apoio material a Alexandre de Moraes enquanto ele abusa dos direitos humanos". Em um comunicado oficial intitulado "Sanções do Tesouro à Rede de Apoio do Ministro do Supremo Tribunal Federal do Brasil", o Tesouro norte-americano destacou as penalidades aplicadas ao Instituto Lex e a Viviane Barci de Moraes.
Na mesma nota, Bessent acusou Moraes de ser "responsável por uma campanha opressiva de censura, detenções arbitrárias e processos politizados – incluindo contra o ex-presidente Jair Bolsonaro".
Resposta de Jorge Messias
Em resposta às sanções e revogações de vistos, Jorge Messias declarou que considera a decisão como "uma agressão injusta" e garantiu que não se deixará intimidar. "Continuarei a desempenhar com vigor e consciência as minhas funções em nome e em favor do povo brasileiro", afirmou.
Implicações Econômicas nas Relações Brasil-EUA
As tensões diplomáticas entre Brasil e Estados Unidos, intensificadas pelas ações recentes do governo Trump, podem exercer pressão sobre os mercados de câmbio e de títulos públicos. A possibilidade de uma redução nas exportações brasileiras, em decorrência da nova tarifa de 50%, tende a impactar negativamente o desempenho do real e aumentar a percepção de risco relacionada ao Brasil. No mercado acionário, empresas exportadoras poderão ser diretamente afetadas, especialmente aquelas que têm maior exposição ao mercado norte-americano.
Currently, these developments add an element of uncertainty to the global economic environment, intensifying risk aversion and potentially influencing defensive moves by investors in the Brazilian stock market.
Fonte: br.-.com