EUA terão uma luz no escuro da falta de dados econômicos nesta sexta (24)

EUA terão uma luz no escuro da falta de dados econômicos nesta sexta (24)

by Fernanda Lima
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Relatório Econômico dos EUA: Retorno À Disponibilidade de Dados

Quase duas dezenas de dias se passaram desde que uma agência federal divulgou um relatório econômico. A paralisação do governo dos Estados Unidos ocasionou um apagão em dados essenciais, complicando ainda mais um cenário econômico já instável.

Divulgação do CPI

Essa situação mudará, embora temporariamente, na manhã de sexta-feira, dia 24, quando o Escritório de Estatísticas do Trabalho (BLS) deverá publicar o relatório referente ao Índice de Preços ao Consumidor (CPI) do mês de setembro. O CPI deste mês permitirá que os interessados em dados possam obter informações sobre o comportamento dos preços para os consumidores americanos.

O referido relatório é uma exceção à regra, uma vez que funcionários do BLS foram convocados para retornar ao trabalho neste mês de outubro, possibilitando que o governo atenda a requisitos legais relacionados ao ajuste dos pagamentos da Previdência Social para o ano seguinte. O CPI de setembro é a última informação necessária para esse ajuste do custo de vida que ocorrerá em 2026. Contudo, após a divulgação do CPI, a falta de dados econômicos federais deve persistir até a reabertura do governo.

Expectativa de Aumento da Inflação

Economistas antecipam que os dados mais recentes poderão mostrar um aumento nos preços de uma variedade de bens e serviços que são habitualmente adquiridos pelos consumidores, por um ritmo superior ao normal. A expectativa é que a inflação anual suba de 2,9% para 3,1%, marcando o registro mais acelerado em mais de um ano. Entre os fatores que impulsionam essa alta estão o aumento nos preços da gasolina, alimentos afetados por tarifas e um recuo mais lento do que o esperado na inflação do setor de serviços, especialmente em relação à habitação.

A última vez que a inflação esteve abaixo de 2% foi em fevereiro de 2021, conforme relatado por Michael Pugliese, economista sênior do Wells Fargo, em uma entrevista. Ele observou que isso serve como um lembrete de como a inflação pode ser persistente quando ultrapassa os níveis ideais e a dificuldade enfrentada para que os índices voltem ao patamar de 2%, especialmente após um período em que os números se mantêm elevados.

Expectativa de Aumento nos Preços de Alimentos

Os consumidores americanos enfrentaram quase cinco anos com um aumento nos preços, que têm subido de forma mais acelerada do que o padrão habitual. Para ilustrar essa realidade, o preço dos alimentos, por exemplo, aumentou 24% entre os anos de 2020 e 2024, de acordo com Billy Roberts, analista sênior de alimentos e bebidas do CoBank, uma instituição que presta serviços financeiros ao setor agrícola e rural. A redução recente nos níveis de inflação não tem sido suficiente para mitigar o impacto acumulado da inflação ao longo dos anos.

Em agosto, os preços nos supermercados aumentaram 0,6%, o que representou o maior crescimento mensal em quase três anos, segundo dados do BLS. Embora os economistas prevejam que o aumento de setembro será mais moderado, certas categorias provavelmente apresentarão pontos críticos. Especificamente, os preços da carne bovina, por exemplo, têm aumentado significativamente nos últimos anos, impulsionados pela diminuição das rebanhos devido à longa seca. Ademais, os preços do cacau e do café, que sofreram influências climáticas que afetaram a oferta, enfrentam ainda mais pressões por conta de tarifas.

Consumidores que estão se preparando para o Halloween já estão sentindo os impactos, com preços do cacau atualmente "ainda cerca de duas a três vezes mais altos do que eram entre 2022 e 2023". Roberts afirma que esses produtos não são comprados com frequência semanal, mas que estão sendo adquiridos em grandes quantidades em função das festividades, e que esses aumentos nos preços poderão causar um impacto significativo nos orçamentos dos consumidores.

Consequências da Economia em Formato K

Os preços elevados dos alimentos continuam a ser uma questão delicada para muitos norte-americanos, assim como os aumentos nos valores da eletricidade, conforme destacado por Joe Brusuelas, economista-chefe da RSM, em uma entrevista à CNN Internacional. Além dessas categorias, Brusuelas indica que acompanhará a inflação relacionada a serviços, como passagens aéreas e outras áreas não essenciais, e se essas taxas permanecem persistentemente elevadas.

Ele expressou preocupação com a persistência dos custos vinculados ao setor de serviços, a par dos aumentos nos preços dos alimentos e das utilidades, que têm pressionado as famílias de classes média e baixa. Esse fenômeno se insere no contexto de uma discussão mais ampla sobre a economia em formato K, onde 40% da população do país está prosperando.

Uma análise recente realizada pela Moody’s Analytics revelou que os indivíduos com os salários mais altos estão, afetivamente, realizando uma participação maior nos gastos totais, beneficiação-se de um mercado de ações em alta, de aumentos salariais, bem como do aumento do valor imobiliário. Contrapõe-se a isso a realidade enfrentada "na base da pirâmide", conforme pontuado por Brusuelas, que destaca a disparidade econômica existente.

Tradução revisada por André Vasconcelos

Fonte: www.cnnbrasil.com.br

As informações apresentadas neste artigo têm caráter educativo e informativo. Não constituem recomendação de compra, venda ou manutenção de ativos financeiros. O mercado de capitais envolve riscos e cada investidor deve avaliar cuidadosamente seus objetivos, perfil e tolerância ao risco antes de tomar decisões. Sempre consulte profissionais qualificados antes de realizar qualquer investimento.

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