O setor farmacêutico brasileiro no segundo trimestre
O setor farmacêutico brasileiro continuou a apresentar crescimento no segundo trimestre deste ano, mesmo diante de juros elevados e de um cenário de crédito mais restrito. De acordo com uma análise do BTG Pactual, apoiada em dados do Sindusfarma e compilada pela IQVIA, as vendas do setor aumentaram 11,7% em julho em comparação ao mesmo mês do ano anterior.
Desempenho do setor
Esse desempenho positivo foi principalmente impulsionado pelo aumento nas vendas de medicamentos genéricos e de produtos que não necessitam de prescrição médica. Entre os meses de maio e julho, o ritmo de crescimento se manteve consistente, com variações de 14,3% em maio, 12,7% em junho e 10,3% no segundo trimestre. As vendas de genéricos, em especial, tiveram um crescimento de 14,7% em julho, após um aumento de 12,9% em junho e 13,4% em maio.
Resultados das principais redes farmacêuticas
O cenário favorável impulsionou os resultados das principais redes do setor. A RD Saúde (Raia Drogasil) reportou uma receita líquida de R$ 11,6 bilhões, representando uma alta de 12%, e um lucro líquido de R$ 400,9 milhões, com um crescimento de 15%. O Ebitda alcançou R$ 882 milhões, apresentando um aumento de 7,3%. A Pague Menos registrou uma expansão de 18,1% nas vendas em mesmas lojas, além de um lucro líquido ajustado de R$ 60,2 milhões, que foi 36,2% superior ao segundo trimestre de 2024. A Panvel, por sua vez, obteve uma alta de 14,4% nas vendas e um lucro de R$ 28 milhões, com um crescimento de 39,5%.
Considerações do BTG Pactual
Apesar dos resultados positivos, o BTG Pactual destaca que o varejo farmacêutico ainda enfrenta vulnerabilidades relacionadas a fatores econômicos. O relatório ressalta preocupações de que as restrições de crédito nos próximos meses possam impactar o consumo. O banco também aponta o risco elevado das taxas de juros sobre a capacidade do setor de reduzir seu endividamento.
Após um período de valorização das ações entre abril e junho, os investidores diminuíram sua exposição aos títulos do setor. Para o BTG, a valorização das empresas depende essencialmente de uma queda sustentada das taxas de juros reais e de revisões positivas nos lucros. O banco mantém a recomendação de compra para as ações da RD Saúde, Pague Menos e Panvel.