Fed desconsidera “apagão de dados” nos EUA e reduz juros em 0,25 ponto percentual.

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Fed reduz taxa de juros nos Estados Unidos

O Federal Reserve, conhecido como Fed, anunciou a redução da taxa de juros nos Estados Unidos em 0,25 ponto percentual, ajustando a faixa para um intervalo de 3,75% a 4% ao ano. A decisão foi divulgada pelo Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc) nesta quarta-feira, dia 29.

Este corte representa a segunda redução consecutiva por parte da autoridade monetária, uma ação que já era amplamente prevista pelos analistas do mercado financeiro.

No mês de setembro, o Fed também optou por uma diminuição de 0,25 ponto percentual, que foi o primeiro movimento de corte desde dezembro do ano anterior.

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Cenário econômico e justificativas do corte

De acordo com o comunicado emitido pelo Banco Central dos Estados Unidos, os indicadores econômicos atuais indicam um crescimento moderado da atividade econômica, apesar da desaceleração na criação de empregos e do aumento na taxa de desemprego, que, mesmo assim, continua a ser considerada baixa em agosto.

O Fomc argumenta que a decisão de reduzir a taxa de juros em 0,25 ponto percentual é uma medida para apoiar os objetivos do Comitê. Esses objetivos incluem a promoção de um nível máximo de emprego e a manutenção da inflação em uma taxa de 2%. O comitê avalia os potenciais riscos associados a essa decisão.

Incertezas no cenário econômico

A equipe econômica do Fed declarou que está “atenta aos dois lados do duplo mandato” e reconhece que existem incertezas no cenário econômico. Além disso, os riscos relacionados à queda nos dados de emprego estão em ascensão.

A redução da taxa de juros ocorre em um momento em que o governo dos Estados Unidos enfrenta um “apagão de dados”, já que o país está sob shutdown desde o início de outubro.

Informações essenciais para a avaliação do Fed, como a condição do mercado de trabalho, medida pelo payroll, estão suspensas devido ao fechamento da administração pública.

O Fomc anunciou que continuará a monitorar as informações relacionadas ao cenário econômico atual e está preparado para realizar ajustes em sua política monetária, levando em conta os riscos associados a seus objetivos. Essas avaliações incluirão análises sobre o mercado de trabalho, pressões inflacionárias e desenvolvimentos internacionais e financeiros.

A falta de dados oficiais pode servir como um argumento para que o Fed ajuste as expectativas do mercado em relação aos seus próximos passos na política monetária. Essa análise foi levantada por William Castro Alves, estrategista-chefe da Avenue, em entrevista à CNN Money.

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Apesar da paralisação, na última semana, o Escritório de Estatísticas do Trabalho (BLS) relatou que o Índice de Preços ao Consumidor (CPI, na sigla em inglês) nos Estados Unidos aumentou em 0,3% em setembro, um resultado que ficou abaixo das previsões dos economistas. Contudo, em um período de 12 meses, o indicador voltou ao patamar de 3%, o nível mais alto desde janeiro.

O mercado financeiro projeta que o Fed mantenha a trajetória de cortes na próxima reunião de dezembro, com possibilidade de uma nova redução de 0,25 ponto percentual, conforme estimativas disponíveis na ferramenta FedWatch.

Membros do Comitê e divergências nas votações

A decisão de cortar a taxa de juros em 0,25 ponto percentual, resultando na faixa de 3,75% a 4% anuais, foi aprovada por dez membros votantes do Comitê.

Entre os que discordaram da decisão, estava Stephen Miran, um diretor indicado pelo presidente Donald Trump ao Federal Reserve, que defendeu um corte mais acentuado, de 0,50 ponto percentual. Miran já havia solicitado um corte dessa magnitude na reunião anterior, realizada em setembro.

Por outro lado, Jeffrey Schmid, presidente do Fed de Kansas City, votou pela manutenção da taxa de juros em um intervalo entre 4% e 4,25% ao ano.

Fonte: www.cnnbrasil.com.br