Jubarte Capital Anuncia Novo Sócio: Luiz Fernando Figueiredo
Introdução
A Jubarte Capital, gestora de investimentos que opera há dois anos no mercado, anunciou a inclusão de Luiz Fernando Figueiredo como novo sócio. Figueiredo é conhecido por sua atuação como chairman da Jive Mauá e por ter sido diretor do Banco Central do Brasil. Esta adição à equipe traz uma nova perspectiva para a gestora, que se destaca principalmente por seus fundos multimercados e de ativos reais.
A História da Jubarte Capital
A Jubarte Capital foi fundada por Eduardo Camara Lopes e Denis Jungerman, profissionais com sólida experiência no mercado financeiro. Lopes atuou como CIO da Itaú Asset e da Ashmore no Brasil, enquanto Jungerman foi country head da CDPQ, um fundo canadense com operações no Brasil. A gestora se dedica a duas frentes principais:
- Fundos Multimercado
- Fundos de Ativos Reais
A combinação de conhecimento e experiência desses fundadores tem contribuído para a construção da identidade da Jubarte como uma gestora comprometida e inovadora.
O Papel de Luiz Fernando Figueiredo
Com sua entrada, Figueiredo terá a responsabilidade de contribuir para a visão macro da gestora, além de ajudar a estruturar e expandir sua operação. Ele também se tornará um membro do advisory board da Jubarte Capital, que já conta com nomes respeitados como os historiadores Niall Ferguson e Pierpaolo Barbieri, Manoel Lemos, sócio-diretor da Redpoint, e Marcus Menoita, fundador da Raiar Orgânicos.
Estratégia de Investimento
A Jubarte adota uma estratégia de investimento voltada para a análise de ciclos econômicos. Segundo Eduardo Camara Lopes, “a abordagem é uma visão de portfólio, e não de ‘books’ separados.” Isso implica uma análise constante sobre o comportamento de diferentes ativos em diversos momentos do ciclo econômico.
Composição do Portfólio
Atualmente, o portfólio da Jubarte é considerado defensivo. Entre seus principais investimentos, destaca-se:
- Ouro
- Ações Americanas
No cenário brasileiro, a Jubarte eliminou suas posições em renda variável desde junho de 2024. Lopes explica que manter ações brasileiras é vantajoso apenas em momentos específicos do ciclo econômico, como quando os juros estão em queda. "Nessa fase a Bolsa é um ativo muito bom, mas você perde dinheiro nos outros 3/4 do ciclo, quando investir em Bolsa no Brasil não compensa", afirma.
A Perspectiva de Figueiredo sobre a Economia Brasileira
Luiz Fernando Figueiredo, que foi diretor de política monetária do Banco Central entre 1999 e 2003, trouxe uma nova análise em relação ao cenário econômico brasileiro. Ele observa que o país pode estar vivendo um início de dominância fiscal, onde a política fiscal influencia predominantemente a política monetária. Isso resulta em uma necessidade de elevação das taxas de juros para conter a inflação.
Análise dos Juros
"Um juro de 15% ao ano mostra que estamos doentes. E a doença é o fiscal, que arrasta todo o resto," declara Figueiredo. Ele enfatiza que a proliferação do crédito incentivado também pressiona por uma elevação nas taxas, uma vez que parte desse crédito não sente os efeitos de uma alta da Selic.
Figueiredo destaca ainda que, na sua análise, o Brasil pode ter a menor sensibilidade a juros do mundo. "Esse cenário leva a uma expectativa de que apenas a partir do segundo trimestre de 2026 haverá espaço para um início significativo de redução da Selic."
Possíveis Cenários Futuros
Embora Figueiredo aponte 2026 como um possível marco para a redução da Selic, ele também destaca a importância de dados futuros. Novas informações que indiquem uma desaceleração na inflação e uma moderada queda da atividade econômica podem fazer com que o Banco Central reaja antes do esperado.
Impactos das Sanções Internacionais
Outro ponto que Figueiredo aborda é a incerteza em relação às implicações das sanções comerciais instauradas durante o governo de Donald Trump. A continuidade ou a resolução dessas tensões pode ter um impacto significativo tanto no cenário político quanto econômico do Brasil.
Dentre as tendências positivas, Figueiredo menciona a possibilidade de um candidato com uma visão política e econômica “razoável” surgir nas próximas eleições, o que poderia levar a um novo direcionamento para a situação fiscal do Brasil e melhorar as negociações com os Estados Unidos.
Conclusão
A inclusão de Luiz Fernando Figueiredo na Jubarte Capital representa um fortalecimento estratégico para a gestora, que já se destaca no mercado por sua abordagem cuidadosa e analítica. Com a experiência de Figueiredo no Banco Central e sua visão sobre a economia, a Jubarte pode avançar na construção de um portfólio ainda mais sólido e alinhado com as demandas do cenário econômico atual.
Oportunidade para Investidores
Com o crescente interesse dos investidores por estratégias que levem em consideração o timing do mercado e os ciclos econômicos, a Jubarte Capital se posiciona como uma alternativa relevante no ambiente financeiro brasileiro. O foco em um portfólio defensivo e a adaptação às mudanças do cenário econômico são características que podem atrair novos investidores que buscam solidez e inovação na gestão de seus recursos.
Futuras Expectativas
Com a perspectiva de mudanças no cenário fiscal e político do Brasil, a Jubarte Capital, sob a liderança de seus sócios e a nova contribuição de Figueiredo, pode se beneficiar de oportunidades que surgirão nos próximos anos. A capacidade de adaptação e a visão estratégica serão fundamentais para enfrentar os desafios e aproveitar as oportunidades que o mercado apresenta.
Aguardamos ansiosamente o desenrolar da história da Jubarte Capital e seu impacto no setor de investimentos no Brasil.
