Isenção do Imposto de Renda
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou nesta terça-feira (23) que percebe um consenso favorável à isenção do imposto de renda para pessoas com renda de até R$ 5 mil. Entretanto, ele admitiu que existem desafios na definição das compensações necessárias para a perda de arrecadação gerada por essa proposta, a qual está em tramitação no Congresso Nacional.
Expectativas sobre a Aprovação
Durante uma entrevista concedida ao ICL Notícias, Haddad expressou sua expectativa de que a isenção seja aprovada pela Câmara dos Deputados e pelo Senado, e que receba a sanção do presidente Luiz Inácio Lula da Silva até o mês de outubro.
“Eu acho que o Congresso está muito maduro para aprovar a isenção. O problema é aprovar a compensação, que é o andar de cima que não paga imposto de renda, pagar”, declarou o ministro, reforçando a importância do apoio legislativo para a proposta.
Haddad mencionou ainda: “Eu penso que o presidente vai sancionar (a isenção dos) R$ 5 mil em outubro. A lei, na minha opinião, vai ser sancionada em outubro.”
Votação na Câmara dos Deputados
Na véspera, durante um evento promovido pelo BTG Pactual em São Paulo, o presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), informou que a data de votação da proposta será definida ao longo desta semana. A expectativa é de que a votação aconteça na próxima semana. Após a aprovação na Câmara, a proposta precisará também passar pelo Senado.
Motta mencionou acreditar que o relatório elaborado pelo deputado Arthur Lira (PP-AL) sobre a proposta não sofrerá alterações no plenário. O texto de Lira prevê que a isenção do imposto seja compensada pela elevando de uma alíquota maior para pessoas com renda mais alta.
Taxa de Juros
Em sua entrevista ao ICL, Haddad também abordou a situação da taxa básica de juros, atualmente fixada em 15% ao ano. Ele considerou esse patamar injustificável e acredita que existe espaço para uma redução. No entanto, ressaltou que não possui um voto no Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central, e destacou que o presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, indicado por Lula, assumiu a posição em uma situação complicada, sem fornecer mais detalhes.
“Se você me perguntar se eu acho justificável os juros estarem neste patamar, eu acredito que não. Eu não estou no lugar dele (Galípolo)”, comentou.
“Eu entendo que tem espaço para esse juro cair. Acredito que nem deveria estar em 15%. Mas enfim, está, mas tem espaço para cair”, completou Haddad, acrescentando que há uma percepção entre “boa parte do mercado financeiro” sobre a possibilidade de queda nas taxas de juros.
Exportações Brasileiras
O titular da Fazenda ainda fez uma análise sobre a capacidade do Brasil de inserir seus produtos em outros mercados, mesmo diante da tarifa imposta pelos Estados Unidos sobre produtos brasileiros.
Haddad indicou que os canais de negociações com o governo norte-americano continuam obstruídos, mas observou que as exportações do Brasil se tornaram mais diversificadas. Ele também comentou que o presidente Lula realiza um “trabalho de mascate” para promover e vender produtos brasileiros no exterior.
Fonte: www.moneytimes.com.br