Hapvida (HAPV3), Magazine Luiza (MGLU3) e Pão de Açúcar (PCAR3) pressionam índice, que ainda assim subiu 1,18% na semana
O Ibovespa (BOV:IBOV) avançou 1,18% na semana de 13 a 17 de outubro de 2025, encerrando suas atividades a 143.398,63 pontos. No entanto, o desempenho do índice foi afetado por 40 ações que apresentaram queda, o que limitou ganhos maiores. As empresas Hapvida (BOV:HAPV3), com a maior desvalorização de -8,31%, Magazine Luiza (BOV:MGLU3), com -7,18%, e Pão de Açúcar (BOV:PCAR3), com -6,33%, destacaram-se negativamente, impactando o índice devido ao peso relativo dessas ações e refletindo desafios nos setores de saúde e varejo. Apesar dessas pressões, setores como energia e siderurgia contribuíram para o desempenho positivo do índice.
A Hapvida (BOV:HAPV3), operadora de planos de saúde, liderou as perdas ao registrar uma queda de 8,31%, encerrando a semana a R$ 32,90. A empresa anunciou um programa de recompra de até 20 milhões de ações, porém, a venda de ações pelo Norges Bank, que reduziu sua participação para 4,9895%, e a queda de 70% no lucro líquido ajustado do segundo trimestre de 2025 geraram cautela entre os investidores. A reestruturação operacional, que inclui o fechamento de unidades no interior de São Paulo, também pesou sobre a ação. Por sua vez, a Magazine Luiza (BOV:MGLU3), varejista de eletrodomésticos e e-commerce, viu suas ações recuarem 7,18%, fechando a R$ 8,40, impactadas por margens reduzidas e uma demanda fraca no varejo. O Pão de Açúcar (BOV:PCAR3), do setor alimentício, caiu 6,33%, finalizando a R$ 3,70, apesar de uma nova liderança no conselho, refletindo as dificuldades enfrentadas pelo setor.
Outras quedas expressivas foram observadas na CVC Brasil (BOV:CVCB3), que atua no setor de turismo e viu suas ações caírem 4,57%, fechando a R$ 1,67, em função de uma demanda reduzida por pacotes turísticos em um ambiente de inflação elevada. No setor de petróleo, a Brava Energia (BOV:BRAV3) desvalorizou 4,22%, com as ações a R$ 15,22, impactadas por uma interdição parcial na Bacia Potiguar, que reduziu a produção em 3,8%. A Braskem (BOV:BRKM5), empresa do setor petroquímico, perdeu 3,69% e fechou a R$ 6,26, pressionada pela volatilidade nos preços de resinas. A Natura (BOV:NATU3), que atua no setor de cosméticos, viu uma retração de 3,66%, com suas ações a R$ 8,16, devido a resultados desanimadores no varejo de beleza.
No segmento financeiro, a Ultrapar (BOV:UGPA3) caiu 3,26%, fechando a R$ 21,07, enquanto a TOTVS (BOV:TOTS3), no setor de tecnologia, perdeu 3,25%, terminando a R$ 41,33. Ambas as ações enfrentaram realização de lucros após altas recentes. A IRB Brasil (BOV:IRBR3), de resseguros, teve uma queda de 3,14%, fechando a R$ 46,25, diante de um cenário de cautela entre os investidores quanto à sinistralidade. A BB Seguridade (BOV:BBSE3), do setor de seguros, caiu 2,65%, fechando a R$ 31,96, após reportar uma queda de 15,7% nos prêmios de seguros no mês de agosto, especialmente no segmento rural, que enfrentou uma redução de 30,6%.
Análise Técnica da Hapvida (HAPV3) e Perspectivas
A Hapvida (BOV:HAPV3) apresentou um movimento acentuado de baixa durante a semana, com sua queda de 8,31% refletida em padrões técnicos de venda. O gráfico diário da ação revela formações de “Três Corvos Negros” nos dias 13 e 14 de outubro, indicando uma pressão vendedora contínua, seguida por uma “Linha de Confiança” em 17 de outubro, sugerindo uma neutralidade, mas sem força para uma reversão imediata. Diversos indicadores, como HILO, média móvel simples de 21 períodos e Parabólico SAR, sinalizam a venda, enquanto o Estocástico e o CCI apontam para uma possível reversão de alta devido a condições de sobrevenda. A ação apresenta suporte em R$ 31,63 e resistência em R$ 36,53, com potencial para atingir R$ 75,69, que é sua máxima histórica, caso consiga romper as resistência, mas uma queda abaixo do suporte pode levá-la a R$ 31,59 ou a níveis ainda mais baixos.
Para a próxima semana, a expectativa é de volatilidade, com a ação testando o suporte em R$ 31,63. A falta de novos catalisadores positivos, como resultados trimestrais robustos, pode manter a pressão de venda sobre a ação, mas a sobrevenda técnica sugere um espaço para recuperação pontual, caso o mercado reaja de forma favorável a notícias corporativas, tal como a execução do programa de recompra de ações. Os investidores deverão acompanhar o volume de negociações, que registrou 3,26 milhões na sexta-feira, além de possíveis anúncios referentes à captação de R$ 3,65 bilhões em debêntures.
Índices em Queda na Semana
Na mesma semana, quatro índices da B3 encerraram suas atividades em baixa, refletindo desafios enfrentados em setores específicos. O índice de BDRs Não Patrocinados (BOV:BDRX) registrou uma queda de -0,94%, impactado pela desvalorização de ativos internacionais em um cenário de incertezas globais. O índice Imobiliário (BOV:IMOB) teve um recuo de -0,09%, pressionado por ações como Cyrela (BOV:CYRE3), que caiu -1,00%, Allos (BOV:ALOS3) com -1,03%, Direcional (BOV:DIRR3) com -0,93%, e Multiplan (BOV:MULT3) apresentando uma queda de -0,73%, refletindo uma diminuição na velocidade das vendas e um aumento nos juros futuros. Já o índice Financeiro (BOV:IFNC) sofreu uma queda de -0,05%, com contribuições negativas de Banco do Brasil (BOV:BBAS3) com -1,65%, BTG Pactual (BOV:BPAC11) com -2,69%, Santander Brasil (BOV:SANB11) com -1,05%, e BB Seguridade (BOV:BBSE3) com -2,65%, indicando um menor apetite por risco entre os investidores. O índice de Materiais Básicos (BOV:IMAT) subiu apenas +0,59%, no entanto, foi limitado por quedas de ações como CSN (BOV:CSNA3) com -0,95%, Braskem (BOV:BRKM5) com -3,69%, Klabin (BOV:KLBN11) com -1,26%, e CSN Mineração (BOV:CMIN3) com -2,62%, em um cenário de fraqueza no mercado de commodities, especialmente no minério de ferro, que teve uma baixa de -0,19% na sexta-feira.
Outras Ações em Baixa
No setor de energia, as ações da Petrobras ON (BOV:PETR3) caíram 1,43%, enquanto as da Petrobras PN (BOV:PETR4) recuaram 1,23%, afetadas pela volatilidade do petróleo Brent, que subiu 0,62% na sexta-feira, atingindo o valor de US$ 61,24, mesmo diante de avanços no licenciamento da Margem Equatorial. A PetroRio (BOV:PRIO3) também caiu 2,30%, fechando a R$ 36,12, apesar da retomada da produção no campo de Peregrino, em razão da realização de lucros. A Vibra Energia (BOV:VBBR3) recuou 0,97%, encerrando a R$ 23,49, após revisar sua projeção de Ebitda para a controlada Comerc para um intervalo entre R$ 1,05 e R$ 1,15 bilhão. A Cosan (BOV:CSAN3) teve uma perda de 1,18%, com suas ações a R$ 5,87, impactadas por incertezas no setor de combustíveis.
No segmento imobiliário, além das empresas já mencionadas, a Rumo (BOV:RAIL3) caiu 0,77%, fechando a R$ 15,47, enquanto a Localiza (BOV:RENT3) recuou 0,79%, encerrando a semana a R$ 36,60, refletindo uma menor demanda por serviços de transporte e locação. As ações da Porto Seguro (BOV:PSSA3) despencaram 1,03%, e as da Caixa Seguridade (BOV:CXSE3) tiveram uma queda de 1,53%, ambos recebendo reações negativas de investidores frente a resultados financeiros mistos. A Suzano (BOV:SUZB3) apresentou uma retração de 0,36%, e a Marcopolo (BOV:POMO4) viu uma pequena queda de 0,35%, enquanto a SLC Agrícola (BOV:SLCE3) permaneceu praticamente estável, com uma queda de 0,06%, mas ainda assim continuando em território negativo.
O cenário de quedas refletiu desafios macroeconômicos, como a inflação persistente e a fraqueza no mercado de commodities, além de eventos corporativos que impactaram diversas empresas. Dessa forma, os investidores devem continuar monitorando indicadores técnicos e fundamentos para prever movimentos na próxima semana, especialmente em setores que são particularmente sensíveis às mudanças nas condições econômicas, como os segmentos de saúde e varejo.
Fonte: br.-.com
