Heineken revisa projeções de vendas para 2025
A cervejaria holandesa Heineken informou, em um comunicado emitido nesta quarta-feira, 22, que espera uma queda nas vendas de cerveja em 2025. Essa previsão foi ajustada em resposta ao agravamento de desafios macroeconômicos e resulta em uma nova revisão de sua projeção de volume em comparação ao trimestre anterior, o que já havia impactado o desempenho da empresa anteriormente.
Cenário desafiador para a indústria
A Heineken, que se posiciona como a segunda maior cervejaria do mundo, enfrenta dificuldades persistentes em restaurar o crescimento dos volumes de vendas, um problema que a companhia, assim como suas concorrentes, tem enfrentado ao longo dos últimos anos. Apesar das tentativas de compensar as quedas nas vendas por meio de aumentos de preços, os investidores demonstram uma preocupação crescente em relação ao volume total de cerveja comercializada.
As ações da Heineken sofreram uma queda superior a 8% em julho, quando a companhia revelou que, para o ano, esperava que os volumes de vendas se mantivessem estáveis, em vez de apresentar crescimento. Na atualização mais recente, a Heineken estimou que o volume deve “cair modestamente” em 2025.
Perspectivas financeiras
Além das questões relacionadas ao volume de vendas, a cervejaria indicou que o lucro operacional orgânico anual deverá ficar na faixa inferior previamente prevista, que variava entre 4% a 8%. O CEO Dolf van den Brink mencionou que a volatilidade macroeconômica se intensificou no terceiro trimestre de 2023.
Em suas declarações, Van den Brink destacou que existe a expectativa de que a demanda se recupere assim que as condições do mercado se normalizarem. Segundo analistas, a Heineken já havia indicado que o lucro anual aumentaria em cerca de 3,9%, enquanto o volume de vendas deve disminuir em 1,8%. Essa expectativa é baseada em um consenso elaborado pela própria empresa.
De acordo com Laurence Whyatt, analista do Barclays, a mensagem emitida pela Heineken em relação ao desempenho anual poderia ser recebida de forma positiva. Whyatt observou que as notícias negativas já eram esperadas e, na verdade, muitos analistas esperavam resultados superiores às piores expectativas.
Após a divulgação de suas projeções, as ações da Heineken tiveram um leve aumento de quase 1% nas negociações iniciais.
Declínio nas vendas do setor de cervejas
No contexto mais amplo, as cervejarias enfrentam um declínio nas vendas em diversos mercados ao longo do tempo, motivado por preocupações crescentes relacionadas à saúde da população, o surgimento de alternativas à cerveja e avanços na medicina voltada para perda de peso.
A Heineken, no entanto, observou que os principais desafios enfrentados no último trimestre, como a baixa demanda na América Latina e na Europa, são de natureza temporária. A empresa reconheceu que o sentimento do consumidor foi impactado por tensões comerciais em mercados cruciais, como o Brasil. Nesse país, a companhia relatou uma queda no volume de remessas que variou entre 10% e 20%.
A companhia também enfrenta o desafio de restabelecer sua presença nas prateleiras de venda em sua região de origem após um conflito de preços com varejistas locais.
Resultados mistos em mercados-chave
Apesar dos desafios, a Heineken também conseguiu registrar um aumento na participação de mercado em locais como Brasil e México, além de apresentar um desempenho promissor em mercados que anteriormente eram considerados difíceis, como o Vietnã.
No terceiro trimestre, a empresa reportou uma queda de 0,3% em comparação à receita líquida, superando ligeiramente as expectativas do mercado, que anticipavam uma redução de 0,8%. A queda no volume de vendas, que foi de 4,3%, ficou dentro das previsões previamente estabelecidas.
Fonte: www.moneytimes.com.br
