Horário de verão realmente reduz o valor da conta de energia? Confira a opinião dos especialistas.

Horário de verão realmente reduz o valor da conta de energia? Confira a opinião dos especialistas.

by Rafael Martins
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Horário de Verão no Brasil

Tradicionalmente, o horário de verão começava em outubro e se estendia até fevereiro do ano seguinte. A medida foi criada com a finalidade de economizar energia e aproveitar o maior período de luz solar durante os meses quentes do ano, quando os dias são mais longos. A implementação desse horário no Brasil ocorreu pela primeira vez em 1931, mas somente em 2008 ganhou caráter permanente.

Entretanto, em 2019, a prática foi abolida no país durante a gestão do governo de Jair Bolsonaro. A justificativa apresentada foi a de que não haveria mais motivações para a adoção do horário de verão, devido às mudanças observadas no consumo de energia nos últimos anos. Além disso, especialistas em cronobiologia, que estudam os ritmos biológicos do corpo, indicam que a alteração de horário pode ter efeitos negativos sobre a saúde e o bem-estar dos indivíduos.

Situação Atual do Consumo de Energia

De acordo com informações fornecidas ao E-Investidor, o Ministério de Minas e Energia (MME) relatou que as condições dos reservatórios são favoráveis em 2025, evoluindo dentro da normalidade durante o período seco. Essa situação resulta em um cenário mais estável para o Sistema Interligado Nacional (SIN) em comparação ao ano anterior.

Além disso, o MME destacou que estudos indicam que haverá pleno atendimento de energia até fevereiro de 2026. Esses dados foram apresentados pelo Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) durante uma reunião do Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico (CMSE), realizada em 10 de setembro.

José Carlos de Souza Filho, professor da FIA Business School, explica que a alteração dos relógios para uma hora adiantada teve um impacto significativo no consumo de energia, pois essa mudança foi baseada na ideia de que as pessoas acendiam luzes incandescentes mais tarde, ajudando a reduzir os impactos durante o horário de pico, que ocorre entre 18h e 21h.

Com as transformações nos padrões de consumo de energia, a eficácia da medida foi reduzida. "Atualmente, com as lâmpadas de LED, esse consumo deixou de ser o maior vilão, deixando espaço para o ar-condicionado, cujo uso não está diretamente relacionado ao horário, mas sim à temperatura", complementa.

Desafios na Avaliação do Horário de Verão

Paula Sauer, especialista em finanças e economia comportamental da ESPM, salienta que os efeitos do horário de verão variam entre diferentes regiões e contextos climáticos no Brasil, tornando a mensuração de seus benefícios uma tarefa complexa. “Dependendo da localidade, das condições climáticas, das características e da idade dos equipamentos utilizados, o horário de verão não é uma medida unânime”, afirma.

Como Reduzir a Conta de Luz?

Para diminuir as despesas e melhorar a organização financeira, o primeiro passo é compreender o funcionamento das bandeiras tarifárias. Estas bandeiras indicam os momentos em que o custo da geração de energia é mais baixo ou mais alto, influenciado por fatores climáticos e pela dinâmica de oferta e demanda.

Existem três tipos de bandeiras tarifárias, que são categorizadas nas cores verde, amarela e vermelha. A bandeira vermelha conta com duas subdivisões: Patamar 1 e Patamar 2. A seguir, estão as definições de cada bandeira, conforme a Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL):

  • Bandeira verde: Indica condições favoráveis de geração de energia. Nesse caso, a tarifa mantém o valor original, sem acréscimos.

  • Bandeira amarela: Refere-se a condições menos favoráveis, mas controladas. Nessa situação, há uma cobrança adicional de R$ 1,885 para cada 100 quilowatts-hora (kWh) consumidos.

  • Bandeira vermelha – Patamar 1: Aponta para condições mais custosas de geração de energia, implicando um acréscimo de R$ 4,463 para cada 100 kWh consumidos.

  • Bandeira vermelha – Patamar 2: Refere-se a condições ainda mais custosas, com um acréscimo de R$ 7,877 para cada 100 kWh consumidos.

Atualmente, a ANEEL mantém a Bandeira Vermelha – Patamar 2. As condições atuais de afluência nos reservatórios das usinas estão abaixo da média, indicando um cenário desfavorável para a geração hidrelétrica. Como resultado, é necessário um acionamento maior das usinas termelétricas, que apresentam custos elevados.

Para reduzir as despesas com energia elétrica durante esse período de custos mais altos, é recomendável adotar certos hábitos. Sugestões de especialistas incluem da utilização da luz natural durante o dia, evitando o desligamento desnecessário das lâmpadas, além do uso eficiente do ar-condicionado, mantendo temperaturas amenas e isolando corretamente o ambiente.

Adicionalmente, é importante evitar deixar aparelhos eletrônicos, como TVs, computadores e carregadores, conectados em modo de espera, ou "stand-by". Muito se discute sobre o "consumo fantasma", que ocorre quando dispositivos continuam utilizando energia para manter funções secundárias ou para estarem sempre prontos para a ativação rápida. Manter carregadores de celular e cafeteiras elétricas constantemente na tomada, por exemplo, pode representar um aumento significativo na conta de luz.

Vale a Pena Investir em Equipamentos Eficientes?

Paula Sauer recomenda que os consumidores realizem uma pesquisa exaustiva sobre produtos disponíveis no mercado e busquem por eletrodomésticos que apresentem maior eficiência energética. "Dependendo das possibilidades financeiras de cada um, vale a pena avaliar o que pode ser um bom investimento. Mesmo que os preços dos produtos sejam altos no momento da compra, muitos deles podem compensar no longo prazo ao proporcionarem uma redução nas contas de energia", enfatiza.

Essa recomendação é especialmente pertinente para aparelhos que permanecem ligados por longos períodos, como geladeiras e ar-condicionados. Ao escolher novos eletrodomésticos, é aconselhável priorizar aqueles que têm o selo do Programa Nacional de Conservação da Energia Elétrica (PROCEL), reconhecido por consumir menos energia.

O selo do PROCEL é facilmente identificável, apresentando uma cor vermelha com o símbolo de uma lâmpada e a frase “Este produto consome menos energia”, denotando que se trata de um produto eficiente no que se refere ao uso de energia elétrica.

Fonte: einvestidor.estadao.com.br

As informações apresentadas neste artigo têm caráter educativo e informativo. Não constituem recomendação de compra, venda ou manutenção de ativos financeiros. O mercado de capitais envolve riscos e cada investidor deve avaliar cuidadosamente seus objetivos, perfil e tolerância ao risco antes de tomar decisões. Sempre consulte profissionais qualificados antes de realizar qualquer investimento.

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