Maxima Histórica do Ibovespa
O Ibovespa (IBOV) renovou sua máxima histórica intradia na manhã desta segunda-feira, 27 de setembro, impulsionado pelo aumento do apetite ao risco externo e pela expectativa em relação ao encontro entre os presidentes dos Estados Unidos, Donald Trump, e do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva. Por volta das 10h20 (horário de Brasília), o principal índice da bolsa brasileira alcançou a marca de 147.976,99 pontos, refletindo um avanço de 1,23%. O recorde anterior havia sido registrado em 30 de setembro, quando o índice atingiu 147.578,38 pontos.
Contexto Econômico Favorável
O recorde intradia do Ibovespa é resultado de um conjunto de “boas notícias”. No último domingo, 26, ocorreu uma reunião bilateral entre os presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Donald Trump na Malásia, marcando o primeiro encontro entre eles. Lula compartilhou em suas redes sociais: “Tive uma ótima reunião com o presidente Trump na tarde deste domingo, na Malásia. Discutimos de forma franca e construtiva a agenda comercial e econômica bilateral. Nossa equipe se reunirá imediatamente para avançar na busca de soluções para as tarifas e as sanções contra as autoridades brasileiras.”
Em uma coletiva de imprensa, o ministro de Relações Exteriores, Mauro Vieira, confirmou que o governo norte-americano concordou com um cronograma de negociações com o Brasil para tratar da questão tarifária nas próximas semanas. O mercado também observa a inflação se aproximando da meta para o final de 2025, especialmente após o IPCA-15 de setembro apresentar resultados inferiores às expectativas.
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🌎 Abrir minha conta NomadOs economistas consultados pelo Banco Central reduziram as projeções para a inflação pela quinta semana consecutiva, conforme divulgado no Boletim Focus desta segunda-feira. A previsão do Índice de Preço ao Consumidor Amplo (IPCA) caiu de 4,70% para 4,56% em 2025, valor que está próximo do intervalo de tolerância da meta estabelecida pela autarquia, que gira em torno de 3% com uma margem de 1,5 ponto percentual.
Impulsos no Mercado
Adicionalmente, o impulso das commodities, especialmente no setor de minério de ferro, contribui para a movimentação do mercado. O contrato mais líquido do minério de ferro, com vencimento em janeiro de 2026, encerrou as negociações com uma alta de 1,96%, atingindo 786,5 yuans (US$ 110,43) por tonelada na Bolsa de Dalian, na China. Isso ocorre em meio à expectativa de um encontro entre Trump e o presidente chinês, Xi Jinping.
O Ibovespa também planeja uma valorização em torno de 1% ao longo de outubro. De acordo com a análise técnica do Itaú BBA, o principal índice da bolsa brasileira deverá continuar em tendência de alta no curto prazo, apresentando novos “ventos favoráveis” para um rali de final de ano, com perspectivas de alcançar os 165 mil pontos ainda em 2025.
Desempenho das Ações e Setores
Entre as empresas listadas no Ibovespa, o setor bancário, que é considerado um dos principais pilares do índice, apresenta algumas das maiores altas, impulsionadas pelo otimismo em relação ao encontro entre Lula e Trump. As ações da Petrobras (PETR4; PETR3) também se destacam, sendo as mais negociadas na B3, em resposta ao Relatório de Produção e Vendas do terceiro trimestre (3T25), que foi considerado uma prévia operacional.
A produção de petróleo da Petrobras aumentou 18,4% no 3T25 em comparação ao mesmo período do ano anterior, resultando em um recorde de exportações da commodity pela empresa, impulsionado por novas plataformas operacionais e uma redução nas paradas programadas. A companhia produziu uma média de 2,52 milhões de barris de petróleo por dia no Brasil entre julho e setembro, superando a média de 2,13 milhões de barris nos mesmos meses de 2024. Comparado ao segundo trimestre de 2025, houve um aumento de 8% na produção da commodity.
A liderança das ações em alta no Ibovespa é ocupada pela MBRF (MBRF3), resultado da fusão entre BRF e Marfrig. A empresa anunciou um acordo de investimento com a Halal Products Development Company (HPDC), uma subsidiária integral do fundo soberano da Arábia Saudita, que culminará na criação da marca Sadia Halal.
No entanto, na ponta negativa, as ações da Raízen (RAIZ4) foram impactadas por um rebaixamento da Fitch Ratings. A agência de classificação de risco rebaixou os ratings de default do emissor (IDRs) em moeda estrangeira e local de longo prazo das companhias Raízen S.A. e Raízen Energia S.A. de BBB para BB-, além de rebaixar as notas seniores sem garantia da Raízen Fuels Finance S.A. com vencimento entre 2027 e 2054. Apesar disso, a agência manteve os ratings nacionais de longo prazo das companhias e das debêntures emitidas em AAA (bra), com perspectiva estável nessa escala.
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🌎 Abrir minha conta NomadMovimentação do Dólar
O dólar apresenta uma tendência de queda em relação a outras moedas globais, como euro e libra, à medida que o mercado acompanha de perto as relações comerciais entre os Estados Unidos e a China. Neste final de semana, os Estados Unidos eliminaram a ameaça de tarifas de 100% sobre as importações chinesas, que teriam início em 1º de novembro.
Scott Bessent, secretário do Tesouro dos EUA, expressou a expectativa de que a China adie a implementação de seu regime de licenciamento de minerais de terras raras e ímãs por um ano enquanto a política é reavaliada. Além disso, aguarda-se um encontro entre Trump e o presidente chinês, Xi Jinping, no final desta semana na Coreia do Sul.
Os investidores também antecipam um corte nas taxas de juros nos Estados Unidos ainda nesta semana. De acordo com a ferramenta FedWatch, do CME Group, existe uma probabilidade de 96,7% de que o Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) reduza os juros em 0,25 ponto percentual, estabelecendo a nova faixa entre 3,75% e 4,00% na próxima quarta-feira, dia 29 de setembro.
Por volta das 11h, o indicador DXY, que compara o dólar a uma cesta de seis moedas fortes, registrava queda de 0,06%, posicionando-se em torno dos 98 pontos. Em relação ao real, o dólar se estabelecerá a cerca de R$ 5,30. Neste mesmo horário, a divisa norte-americana era negociada a R$ 5,3824 (-0,20%), refletindo uma valorização do real apoiada pelas commodities e pelas discussões comerciais entre Lula e Trump.
Desempenho Internacional
Os índices de Wall Street estão operando em alta, com as relações comerciais dos Estados Unidos com países parceiros sendo um fator de destaque, assim como o impulso relacionado às ações tecnológicas. O shutdown, que é o segundo mais longo da história do país, completou 27 dias e ainda não há perspectiva de acordo no Congresso.
Por volta de 11h (horário de Brasília), o S&P 500 apresentava uma alta de 0,97%, atingindo os 6.857,43 pontos; o Dow Jones subia 0,66%, alcançando 47.516,50 pontos, e o Nasdaq registrava um crescimento de 1,54%, alcançando os 23.562,650 pontos.
Na Ásia, os índices fecharam em forte alta, impulsionados pela expectativa de acordos comerciais com os Estados Unidos. O índice Nikkei, do Japão, superou a marca de 50 mil pontos pela primeira vez, encerrando a sessão com um aumento de 2,46%, chegando a 50.512,32 pontos. Espera-se que a primeira-ministra japonesa, Sanae Takaichi, tenha uma reunião bilateral com Donald Trump ainda nesta semana durante a visita do presidente dos Estados Unidos ao Japão.
Por sua vez, o índice Hang Seng, de Hong Kong, avançou 1,05%, atingindo 26.433,70 pontos, refletindo o acordo entre os EUA e a China em relação às tarifas de importação e à negociação sobre terras raras. Já na Europa, os mercados operam em um tom positivo, com o índice pan-europeu Stoxx 600 apresentando uma alta de 0,12%, registrando 576,46 pontos por volta das 11h (horário de Brasília).
Fonte: www.moneytimes.com.br
